Embora
a primavera tenha começado há poucos dias, os primeiros sinais do verão vão aparecendo,
eloquentes, na paisagem da Feira de Santana. Houve inverno e as chuvas caíram constantes,
por cerca de seis meses. Mas, pelo jeito, o verão vai começar a se impor. O
domingo passado – radiante, luminoso, multicolorido pelas primeiras flores que
vão desabrochando na vegetação sertaneja – antecipou o espetáculo que se
estende até depois do Carnaval, quando as incertas águas de março arrematam o
verão.
O
ápice aconteceu justamente no pôr do sol. Muitos acompanhavam o futebol, outros
se entretinham com os programas de auditório e, certamente, não faltou quem
mantivesse a vista na tela do computador ou do aparelho celular. Uma pena: enquanto
isso, o magistral alvorecer sertanejo se desenrolava, indescritível.
Talvez
condições atmosféricas tenham contribuído, mas o fato é que, à medida que o sol
foi declinando, o quadrante poente do céu assumiu uma coloração amarelada,
incandescente. Depois, aos poucos, a tonalidade converteu-se em brava viva,
incendiando o poente com um vermelho intenso.
O
sol regeu essa reconfiguração de cores: pálido e radioso, à medida que
declinava, foi se convertendo em esfera incandescente, quase irreal, que
mergulhou lá para as bandas do Jardim Cruzeiro deixando, acima, a tonalidade
azulada que, depois, se converte na escuridão esverdeada da noite feirense.
Verão
Durante
seis meses, desde abril, as chuvas foram constantes na Feira de Santana. Com
elas, multiplicavam-se as nuvens, que encobriam o poente, envolvendo-o numa
camada azulada de nuvens. Nesse período, o dia costumeiramente nascia sob uma
neblina densa, que apagava o horizonte até que o sol se firmasse no céu,
diluindo os átomos. E chovia sempre.
A
partir daqui, a tendência é que manhãs e tardes ganhem em calor e luminosidade.
O chamado inverno sertanejo – de prolongadas garoas prateadas – ficou para
trás. A expectativa, agora, é pela chegada das trovoadas que, espera-se, virão
no volume necessário para afastar a seca e o risco de um colapso hídrico nos
reservatórios da região Nordeste.
O
inverno deixa como recordação dias de frio intenso – para os padrões feirenses
– nos meses de julho e agosto e o período chuvoso que, na região, reanimou a agropecuária,
sobretudo a agricultura familiar, e atenuou os efeitos da seca implacável que
se prolonga há anos.
Os primeiros dias de sol
intenso empolgam quem se anima com a perspectiva do sol, das praias, do banho
de mar, do ócio que, para alguns, se estende do Natal até a folia carnavalesca.
Mas mesmo quem dispõe apenas do fim de semana se alegra com a alta estação, com
as idas eventuais à Cabuçu banhada pelas águas mansas do fundo da Baía de Todos
os Santos.
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