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Mostrando postagens de outubro, 2013

Quase 700 jovens assassinados em seis anos

                  Há três semanas divulgamos um número trágico: mais de 3 mil pessoas foram assassinadas na Feira de Santana desde o ano 2000. Na semana seguinte, foram divulgados dados oficiais que apenas reforçam o cenário pessimista: o número de assassinatos voltou a crescer em setembro – foram 34 – em relação ao mesmo período do ano anterior, quando houve o registro de 26 homicídios. A análise dos dados permite deduzir que, em relação ao trágico ano de 2012 – quando 412 assassinatos foram computados oficialmente – os números só melhoraram, de fato, no primeiro trimestre. Desde então, permanecem nos mesmos patamares elevados.                 Evidentemente, toda a população está exposta aos riscos da violência. Para alguns segmentos, no entanto, os riscos são maiores. É o caso dos moradores dos bairros periféricos, que normalmente tem baixa escolaridade, estão desempregados ou subempregados, vivem em habitações precárias, são negros ou pardos e – o que é igualmente estarre

Banho de Sangue: mais de 3 mil homicídios desde o ano 2000

            A frase acima é digna de figurar nas manchetes dos jornais sensacionalistas que fazem tanto sucesso junto aos segmentos populares. Mas, apelativo ou não, o título   define bem como é o dia-a-dia na Feira de Santana que, na quarta-feira 18, completou 180 anos de emancipação. Num único dia, na segunda-feira, em pleno início de semana, meia-dúzia de pessoas foram assassinadas. Só não há surpresa na “Geografia da Morte”: Baraúnas, Tomba, Queimadinha, Campo do Gado Novo e Feira X costumam figurar entre as comunidades mais expostas à violência no município. Foi onde tombaram cinco vítimas.             Notícias oficiais dão conta que a violência vem diminuindo na Bahia e, também, na Feira de Santana. E os números são robustos: passam dos 20% e, em algumas situações, aproximam-se de 30%. Haveria amplos motivos para comemoração, se o contexto não estivesse sendo excluído da análise. Em 2012, a Polícia Militar enveredou por uma greve cujas principais cenas foram dignas de

Limites da Educação na promoção da igualdade

                  Um dos chavões mais utilizados no País afirma que as desigualdades no Brasil só vão se reduzir quando os brasileiros tiverem mais acesso à Educação. Talvez só isso não baste. Os dados do Atlas do Desenvolvimento Humano 2013, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mostram que os desafios são, além de multidimensionais,   muito mais complexos. Os números estão disponíveis para o Brasil mas, também, para os municípios brasileiros, incluindo a Feira de Santana.                 Entre 1991 e 2010, não restam dúvidas que o acesso à Educação se ampliou de maneira formidável. Eis alguns números referentes ao acesso escolar: na faixa etária entre 5 e 6 ano, o acesso praticamente dobrou em 20 anos; menos de 25% dos jovens entre 11 e 13 anos estavam no fim do primeiro ciclo do Ensino Fundamental em 1991; em 2010, esses indicadores superam os 75%; cerca de um terço dos jovens entre 15 e 17 anos concluiu o Ensino Médio em 2010, contra meno

Ecos da Mantiba

                                Circulou amplamente pelas redes sociais um vídeo no qual o prefeito José Ronaldo de Carvalho foi vaiado em uma reunião com moradores da Mantiba, localidade rural pertencente ao distrito de Jaíba, na Feira de Santana. Na oportunidade, o prefeito compareceu à comunidade para explicar a aprovação de uma lei na Câmara Municipal, de iniciativa do Executivo, que cria mais seis bairros no município, entre eles o da Mantiba.   No vídeo, é visível a insatisfação dos moradores com a medida anunciada pela prefeitura.                 Com a criação do novo bairro, os moradores apontam o risco de perder benefícios decorrentes de suas atividades rurais. Entre esses benefícios estão iniciativas do Governo Federal, com o Garantia Safra e o Pronaf, que destinam recursos para agricultores familiares. Outros riscos apontados são a perda do direito à aposentadoria rural e a participação no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que implica na compra de itens da

Um Balanço das Manifestações de Junho

                            Um dos mais destacados líderes da Revolução Russa de 1917, Lênin definiu com muita propriedade os momentos mais intensos de efervescência revolucionária: “Há dias que parecem anos”. Ele falava com conhecimento de causa: graças à sua aguda percepção, os bolcheviques capitalizaram a insatisfação reinante na Rússia e capitanearam o movimento que culminou com a derrubada do czarismo arcaico e implantaram o regime comunista soviético que parecia sinalizar para o futuro da humanidade.                 Como todo mundo sabe, a União Soviética ruiu em 1991, mas Lênin entrou definitivamente para a História como um dos mais perspicazes líderes revolucionários. Essa perspicácia, a propósito, em parte deriva de um detalhe nada desprezível: mais que um líder bolchevique, Lênin foi um entusiasmado e prolífico teórico da Revolução. Durante mais de três décadas, aliou sua prática a uma imensa capacidade de reflexão.                 No calendário linear de junho p