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Mostrando postagens de setembro, 2014

Marina Silva como fenômeno eleitoral

              É difícil fazer qualquer análise política, em período eleitoral, sem correr o risco de ferir suscetibilidades. Mas vamos lá: Marina Silva representa, em 2014, um fenômeno eleitoral que não se observa no Brasil desde as primeiras eleições no pós-redemocratização, em 1989. É claro que ela já apresentava, desde 2010, o recall conferido por quase 20 milhões de votos obtidos nas eleições presidenciais daquele ano. Mas não é isso que torna seu ingresso na disputa ímpar. Basicamente, existem quatro motivos.                 O primeiro deles é a própria circunstância de sua ascensão: vice de Eduardo Campos (PSB), foi guinada à condição de candidata à presidência depois do acidente aéreo que vitimou o ex-governador de Pernambuco, em Santos (SP), no início de agosto. Na história recente do Brasil, nenhuma corrida presidencial se processou sob circunstâncias tão trágicas. Daí a dificuldade de se estimar seus efeitos sobre as decisão dos eleitores, eventualmente ainda como

Cai número de estudantes no Ensino Médio

                                 O número de estudantes no Ensino Médio em Feira de Santana vem se reduzindo ao longo dos últimos anos. Por outro lado, o ensino privado vem se expandindo desde 2007 e o número de professores também está aumentando, o que ajuda a reduzir a quantidade de alunos por docente nas redes pública e privada. Há mais escolas no município, inclusive uma instituição federal – o Ifba – o que se reflete a ampliação no acesso à educação. Essas informações são do Ministério da Educação, estão disponíveis no site do IBGE e exigem análise dos formuladores de políticas para o setor.                 Conforme apontado, o número de estudantes no Ensino Médio, no município, vem se reduzindo desde 2007. O levantamento, efetuado a cada dois anos pelo Ministério da Educação, aponta que, há sete anos, havia 24,1 mil estudantes matriculados nas escolas feirenses. Dois anos depois, esse número começou a cair: atingiu 22,5 mil em 2009 e, em 2012, data dos números mais atual

A reforma política e as necessidades do planejamento

Tramitam no Congresso Nacional diversos projetos de lei que tratam da Reforma Política. Lentamente, alguns consensos vão sendo construídos e podem adquirir formato de lei já na próxima legislatura, que se inicia em 2015. Um desses consensos é a realização de eleições gerais, de presidente a vereador, talvez a partir de 2019, com mandatos de cinco anos, sem reeleição para os cargos do Executivo. Para o planejamento governamental, que anda desacreditado e se tornou pouco usual ao longo das últimas décadas, a proposta é bastante alvissareira. Primeiro porque cinco anos de mandato constitui um intervalo mais adequado para a elaboração e a implementação dos planos plurianuais (PPA). Hoje, esses planos costumam ser elaborados no primeiro ano de mandato. Quem assume, herda o plano do antecessor, no quarto e último ano de vigência e começa a elaborar o seu. Na prática, a vida útil desses planos é de pouco mais de dois anos:   funciona nos dois primeiros, no terceiro é espremido pelo

A farsa sobre a educação em tempo integral

                      A oferta de educação em tempo integral é um compromisso de campanha dos três principais candidatos ao Governo da Bahia (Lídice da Mata (PSB), Paulo Souto (DEM) e Rui Costa, do PT). Esse compromisso está explicitado nos programas de governo registrados pelos três candidatos no Tribunal Regional Eleitoral, o TRE. A promessa, nos últimos anos, se tornou muito óbvia, quase tão redundante quanto a imaculada honestidade de todos os candidatos ou a certeza de uma gestão eficiente e eficaz.                 O problema é que o compromisso não vai além de uma abstrata generalidade: nenhum dos três estabelece metas ou prazos com a manutenção dos jovens baianos nas escolas nos dois turnos. Alguns dirão que somente lá adiante é que, efetivamente, pode haver clareza maior, inclusive em relação à delicada questão orçamentária. Isso representa meia-verdade.                 A leitura dos documentos permite inferir que existe, no máximo, uma adocicada declaração de intenç