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Mostrando postagens de agosto, 2018

O centenário coreto da Praça Bernardino Bahia

O primeiro coreto construído na Feira de Santana é aquele que fica localizado na praça Bernardino Bahia, a arena fervilhante do comércio feirense, mais conhecida como Praça do “Lambe-Lambe”, por causa dos fotógrafos que, ainda hoje, oferecem seus serviços por ali. A construção data de 1915, no mandato do então intendente Coronel Bernardino Bahia, que hoje dá nome à praça. Há outros dois coretos no centro da cid ade, nas praças Padre Ovídio e Froes da Motta, todos construídos nas primeiras décadas do século XX. Há poucas referências às intervenções realizadas no coreto ao longo de mais de um século de existência. O que se sabe – de acordo com registro do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultura da Bahia, o IPAC – é que a escada da edificação foi alterada, sem informações exatas sobre quando foi construída. O único registro efetivo refere-se à reforma que foi realizada na praça no já distante ano 2000. Nela, ocorreu a substituição das pedras portuguesas que recobriam a Praça Bern

O prédio da Sociedade Filarmônica Vitória

Se há um imóvel na Feira de Santana que está impregnado de cultura é o que abriga a Sociedade Filarmônica Vitória, ali na Rua Conselheiro Franco, a antiga Rua Direita, no centro da cidade. Afinal, o imóvel é sede de uma das instituições em torno da qual gravitava a cultura feirense desde meados do século XIX. O imóvel, porém, é do século XX: a data de construção é indeterminada, de acordo com levantamento do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, o IPAC. Pelas “características tipológicas”, é do início do século passado. O que se sabe é que o Padre Ovídio de São Boaventura foi o responsável pela criação da Sociedade Filarmônica Vitória, em 20 de julho de 1873. E que o imóvel, ao longo de parte do século passado, “foi palco de grandes festas da elite de Feira”. Quem apadrinhou a instituição – conforme hábito da época – foi o coronel Agostinho Froes da Motta, liderança política daqueles tempos. Foram registradas, ao longo dos anos, algumas intervenções no casarão. Um

Três caminhos e a falta de rumo

O enredo das eleições presidenciais de 2018 no Brasil é quase ficcional. Venho insistindo na discussão – e na sustentação do pasmo – do porquê os caminhos que se desenham para o País, no curto prazo, são funestos. Pelo que se percebe, três vias se delineiam no médio prazo. Nenhuma delas é confortável. Nenhuma delas sinaliza para o apaziguamento dos espíritos, nem para a reversão das crises política e econômica. Tratei disso em artigo recente. Mas é necessário ir explicando com mais clareza, à medida que as eleições se aproximam. Lula (PT) lidera as pesquisas de intenção de voto. Preso em Curitiba, não deve concorrer. Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, vai ser o “poste” ungido pelo líder da legenda. É o que tudo indica. Caminha-se, nesse roteiro, para uma situação surreal: o Brasil, na prática, pode ser governado a partir da cadeia, já que o presidente de direito, efetivamente, não vai passar de um intermediário, no máximo um despachante. Se com Dilma Rousseff já deu no que d

Antiga Intendência é impregnada de História

Poucas edificações em Feira de Santana são tão impregnadas de História quanto o prédio da Antiga Intendência. Ele se localiza na esquina da Avenida Senhor dos Passos com a Praça Joaquim Pedreira, a antiga Praça da Bandeira. O imóvel também fica nas cercanias de três construções emblemáticas do município: a Igreja Senhor dos Passos, que se localiza defronte e os tombados prédios da Prefeitura Municipal – que fica na esquina transversal – e do Mercado de Arte Popular, situado no quarteirão contíguo, na própria antiga Praça da Bandeira. Originalmente, o imóvel funcionou como fórum, abrigando a sede do Poder Judiciário no município. Foi construído em 1878, por determinação do coronel João Pedreira de Cerqueira, que hoje batiza a praça ao lado. Mais adiante, em 1888, o prédio foi adquirido pela Câmara Municipal por 12 contos de réis. A finalidade foi que ali passasse a funcionar o Executivo feirense. Em 1926, nova mudança: com a inauguração do Paço Municipal – que concentra, desde entã

As três vertentes das eleições presidenciais

Ontem (05) findou o prazo para a realização das convenções partidárias. Com relação às eleições presidenciais, o jogo ficou muito mais claro: candidaturas que se insinuavam foram confirmadas – ou não – e os nomes dos vices foram sendo anunciados numa frenética dança de afirmações e negativas. Pelo jeito, o incessante martelar por “renovação” foi infrutífero: o que está colocado no tabuleiro é apenas mais do mesmo. Nomes surrados, práticas arcaicas e discursos rotos sinalizam que o futuro vai prosseguir se assemelhando ao passado. Qualquer esperança, portanto, traz um cheiro intenso de ingenuidade. Três diferentes vertentes, mais evidentes, se desenharam para as eleições presidenciais a partir do final de semana. Nenhuma delas sinaliza para a superação das fissuras políticas, que se somam à interminável crise econômica que se arrasta desde 2015. E – o que é pior – há situações em que não se pretende isso nem no plano do discurso. Apeado do poder em 2016 – com o controverso impeachm

O inverossímil dá o tom do roteiro eleitoral

Faltam pouco mais de 60 dias para as eleições presidenciais. Até aqui, a sucessão segue um roteiro inverossímil, digno dessas republiquetas de bananas que saltaram do mundo subdesenvolvido para as telas dos cinemas. Aliás, esse ambiente político surreal desabrochou há, pelo menos, cinco anos: nas célebres jornadas de junho de 2013 os governantes preferiram ignorar aquela inquietação difusa que congestionou as ruas, optando por alardear a realidade rósea produzida nos estúdios de marqueteiros criativos. Houve, inclusive, quem acusasse os manifestantes de “ingratidão”. No ano seguinte – naquelas tormentosas eleições presidenciais – sobraram agressões e faltaram ideias. Descolada da realidade, a marquetagem ignorou os prenúncios de crise. O resultado não podia ser outro: intensificação do arranca-rabo político com a deposição de Dilma Rousseff (PT), depois do flagrante estelionato eleitoral aplicado sobre seus crédulos eleitores. Ao largo, prosperava no Congresso o clientelismo – e out

Com prolongamento da crise, feirense da periferia intensifica biscate

Aquilo que muita gente intuía circulando pelas praças, ruas e avenidas brasileiras foi confirmado pelas instituições que mensuram a produção de riqueza no País: em 2018, provavelmente, o Produto Interno Bruto – PIB não vai além de 1,6% de expansão. Bem longe, portanto, dos cerca de 3% que Michel Temer (MDB-SP) – o mandatário de Tietê – anunciava, entusiasmado, a cada aparição pública tempos atrás. E bem aquém das necessidades de crescimento econômico do País, após a crise atroz. Era essa vertiginosa retomada – simples jogo de retórica ou, mais popularmente, empulhação – que alavancaria recandidatura presidencial do controverso governante, apesar das densas sombras éticas que pairam sobre seu governo. Como se vê, não deu. Afinal, o País segue sob a urgência da geração de postos de trabalho para milhões de desempregados e pra quem padece sob o drama da compressão da renda. Quem tem a oportunidade de circular pela periferia da Feira de Santana, por exemplo, percebe sem dificuldades o