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Mostrando postagens de 2010

A Igreja Senhor dos Passos restaurada

Semana passada, depois de restaurada, a Igreja Senhor dos Passos foi entregue à comunidade católica durante os festejos natalinos. Não há dúvida que o templo figura entre as principais belezas da Feira de Santana, principalmente porque as belezas arquitetônicas do município estão aos poucos desaparecendo, engolidas pela especulação imobiliária ou pela insensibilidade cultural. Quem visita a cidade pela primeira vez ou passa ocasionalmente pela avenida – e até mesmo quem reside por aqui – com certeza se encanta com a beleza da igreja cuja arquitetura destoa de tudo aquilo que habitualmente se vê na Bahia. Herdeiros dos padrões estéticos portugueses, acabamos seduzidos pelo que foge ao barroco que, mesmo belo, é quase sufocante nas ladeiras de Salvador e de boa parte do Recôncavo. Apesar de obra relativamente recente – a finalização ocorreu apenas em 1979, embora a construção tenha sido iniciada no distante ano de 1921 – a igreja possui importância inegável para a vida da cidade. Tal

Natal e Ano-Novo

Um dos mais vivos contrastes da Feira de Santana nos dias que antecedem o Natal está nas vitrines do comércio: de um lado a decoração natalina, com Papai Noel, trenós, luzes e densas camadas de uma neve artificial normalmente produzida com generosos tufos de algodão; do outro lado o calor abrasador do verão que se inicia, quase sempre implacável com os consumidores apressados. Ás vezes há um céu azul irretocável, embora predominem as nuvens, imensas e encardidas, mas que pouco colaboram para atenuar a temperatura elevada. Os contrastes, todavia, vão além da dimensão climática. Papai Noel e sua neve evocam o Natal gelado do Hemisfério Norte, onde o inverno torna as noites intermináveis e luminosidade ao longo do dia uma dádiva. Lá a noite de Natal é fria e a celebração do nascimento de Jesus Cristo nem sempre remove a gelidez dos sorrisos. A neve, que também causa transtornos, torna ainda mais longos os silêncios da madrugada. Na Bahia de tantos mistérios o povo conseguiu transforma

Há alguma verdade na cantilena pós-eleitoral

Passaram as eleições, mas a cantilena de que “a Bahia está perdendo espaço para Pernambuco e Ceará” continua. Quem cacareja são os políticos desempregados que perderam as eleições em outubro e que – à falta de coisa melhor para fazer – permanecem em campanha. Talvez já estejam antecipando 2014. Ou 2012, já que os cofres das prefeituras são menos polpudos, mas já ajudam quem sempre permaneceu no poder e agora sofre com a desidratação eleitoral. Concordo que Pernambuco e Ceará estão assumindo maior protagonismo na economia nordestina. Se todos estiverem crescendo, a notícia não é ruim: afinal, a perda de uma posição relativa não significa necessariamente que a situação absoluta está ficando pior. Se fosse assim, o emprego não estaria em expansão na Bahia e a pobreza não estaria em queda, como se verifica. Todavia, ninguém toca num aspecto essencial: Pernambuco e Ceará crescem porque, ao longo dos anos, prepararam-se para esse crescimento. Na pior das hipóteses mexeram-se, correram at

Agricultura feirense precisa de mais investimentos

É inegável que os grandes motores da economia feirense são o comércio, os serviços e a indústria, sendo que esta última se consolidou a partir dos anos 1960. A agricultura e a pecuária, que possuíram importância significativa até os anos 1950, foram decaindo e hoje representam pouco do Produto Interno Bruto (PIB) da Feira de Santana. Mesmo assim, o segmento rural contribui para o dinamismo da economia local e é responsável pela geração de emprego e renda para milhares de famílias feirenses. A importância da agricultura, particularmente da agricultura familiar, infelizmente, não se reflete no orçamento da prefeitura ao longo dos anos. Utilizando como referência dados da própria gestão municipal e empregando um recorte histórico razoavelmente significativo – desde 2004 – percebe-se que os investimentos são irrisórios, beirando o ridículo. Em 2004, o orçamento total da prefeitura – incluindo despesas com dívida pública e pessoal – era de R$ 217,4 milhões. Na agricultura for

Centro de Abastecimento precisa de investimentos em pessoas

Nos últimos dias venho acompanhando com atenção o noticiário sobre prováveis intervenções da prefeitura no Centro de Abastecimento (CAF). A notícia mais alvissareira é que o prefeito Tarcízio Pimenta pretende apresentar um projeto em Brasília com o objetivo de captar R$ 10 milhões em recursos para investir na reforma do entreposto. Outra boa notícia é que, finalmente, surgem autoridades no município reconhecendo que o espaço apresenta inúmeros problemas que precisam ser resolvidos. Lixo acumulado, esgoto correndo a céu aberto, equipamentos depredados, além da insegurança para comerciantes e consumidores são alguns dos problemas constatáveis numa rápida visita ao local. Note-se, todavia, que esse cenário não é produto de uma degradação recente, mas se acumula há muitos anos. Sem exagero, pode-se afirmar que praticamente desde a inauguração do CAF. Afinal, nunca houve nenhuma intervenção significativa desde então. É dispensável a observação de que o espaço também está saturado e exige

Bahia se redime depois de sete anos

  Salvador amanheceu diferente no sábado passado, dia 13 de novembro de 2010. A diferença não estava nos imensos flocos de nuvens brancas que cobriam a cidade e escondiam o céu azul típico das primaveras com cor de verão, como ocorre todos os anos na Bahia. A diferença também não estava no trânsito que fluía calmo no final de semana prolongado, nem na tranqüilidade anormal nas calçadas da Baixa dos Sapateiros, nem no Pelourinho sem turistas no início da manhã ou na praça Castro Alves sem a agitação habitual. Parece paradoxal, mas a primeira capital do Brasil, mais vazia, amanheceu inexplicavelmente ansiosa. O clima mostrava a expectativa pelo fim do dia, apesar do céu e apesar do mar. Ainda nas primeiras horas da manhã a ansiedade era extravasada com a repetição infindável do hino oficial do Esporte Clube Bahia, interpretado pelas mais diversas vozes das mais imprevisíveis maneiras. Pelas ruas legiões moviam-se ostentando, orgulhosas, o azul, o vermelho e o branco. Na avenida Sete

BR 324 e Anel de Contorno: os problemas continuam

Muito papel e muita saliva já foram gastos para exaltar o momento econômico vivido pelo Brasil, cujos níveis de crescimento não se verificavam desde a década de 1970. Na sucessão presidencial, por exemplo, a situação ressaltava as realizações recentes e a oposição calava-se, buscando concentrar a discussão em temas secundários, subjetivos ou irrelevantes, já que o bom momento vivido pela economia do país é incontestável. Aqui ou ali a questão da infra-estrutura – indispensável para sustentar as atuais taxas de expansão – foi tocada, mas muito tangencialmente. A novidade em 2010 ficou por conta da promessa de Zé Serra de construir um metrô na Feira de Santana. Isso figurou nos primeiros dias da campanha, sendo posteriormente retirado das inserções televisivas, o que ajudou a colar nele o rótulo de “Zé Promessa”. Também se falou muito no aeroporto que, finalmente, parece que está sofrendo algumas intervenções. Os três principais candidatos ao governo da Bahia, a propósito, prometeram

Terminais improvisados exigem reparos

Há pouco mais de dois anos, quando a campanha eleitoral para prefeito estava em andamento, comentou-se neste espaço sobre a necessidade de solucionar o problema dos múltiplos locais de embarque de passageiros para os distritos feirenses e para municípios da região. Dois anos depois a questão sequer é mencionada e os aborrecimentos se avolumam, já que há um fluxo crescente de passageiros e mercadorias. O problema é mais visível exatamente onde o trânsito de pedestres e veículos é maior: na avenida Senhor dos Passos – onde até ônibus interurbano desembarca passageiro em ponto de ônibus urbano – e em vias paralelas à avenida, como a rua Visconde do Rio Branco e até lá nas imediações do Feiraguai. Tradicional e problemática, no entanto, é a saída Feira-Serrinha, que existe há décadas e nunca sofreu qualquer tipo de intervenção. Parcela significativa do transporte é feita por veículos informais e por micro-ônibus e vans legalizados. Muitos são vinculados a cooperativas com emblemas

Feira não terá um milhão de habitantes

Durante muito tempo se falou que, em pouco tempo, a Feira de Santana alcançaria o seu milhão de habitantes, tornando-se uma metrópole. Matéria publicada nesta Tribuna Feirense semana passada sinaliza que, em 2010, o número de habitantes será de aproximadamente 550 mil pessoas, contrariando a estimativa populacional do próprio IBGE, que colocava o município muito próximo da marca dos 600 mil habitantes. Um conjunto de transformações ocorridas na sociedade brasileira ao longo da última década explica a expansão menor. A mais evidente mudança é a redução paulatina da taxa de fecundidade. Na média, atualmente as mulheres têm pouco mais de dois filhos, o suficiente apenas para repor a população. Quanto mais escolarizadas, menor o número de filhos. É evidente que essa tendência se verifica também na Feira de Santana. Para um município se manter crescendo significativamente seria necessário, então, um contínuo fluxo de migrantes. O que ocorre, todavia, é que o êxodo rural – principal fonte

Tempos de alta no “Feiraguai”

Basta o dólar se desvalorizar mais um pouco que os centros de comércio popular voltam à pauta da imprensa. Se a desvalorização alcança patamares recordes – semana passada chegou a custar R$ 1,65 – e ocorre em períodos de aquecimento das vendas, como os meses que antecedem o Natal, então começa a correria pelas entrevistas de consumidores das classes C e D, da exposição de produtos diversificados em tabuleiros coloridos e das dicas acerca dos locais onde se pode encontrar preços mais acessíveis e muitas opções. São comuns também as reportagens sobre a natureza informal da atividade e a prevalência de produtos contrabandeados e pirateados. Essa semana, por exemplo, um jornal de Salvador lembrou mais uma vez do “Feiraguai” aqui na Feira de Santana e trouxe pelo menos uma informação interessante: a de que somente a famosa Rua 25 de Março, em São Paulo e uma feira popular, em Brasília, superam em vendas o movimento frenético da praça Presidente Médici. Quem viaja pelo interior ou conver

Eleições marcam o fim do “carlismo?”

O ex-governador Paulo Souto entrou e saiu da campanha eleitoral em 2010 aparentemente sem entender que a Bahia e o Brasil começam a viver um novo momento político, com uma população mais consciente dos seus direitos e das obrigações de quem se candidata a cargos públicos. Após a apuração dos votos, saiu-se com uma afirmação absolutamente infeliz num jornal da capital: a de que se a população reelegeu o governador Jaques Wagner, é porque deve estar feliz com a segurança e a saúde ofertados pelo Estado. Certamente o povo não está satisfeito. A questão é que a população não enxergou nele – e as urnas atestam a constatação – alguém em condições de melhorar os serviços. Afinal, durante longos oito anos Paulo Souto ocupou o Palácio de Ondina e não se pode dizer que os serviços fossem um primor. Que o diga a população que necessitava de atendimento médico no Clériston Andrade, por exemplo. No mais, o candidato passou o período eleitoral fazendo excelentes diagnósticos sobre a sit

“Bolsa Família” tornou-se imprescindível. Ou não?

Os três principais candidatos à presidência da República disseram que pretendem manter ou ampliar o programa “Bolsa Família”, caso sejam eleitos. Em 2006, o PSDB e o finado PFL (atual DEM) torpedearam o programa no período eleitoral e, a partir de 2007, mudaram os discursos de olho nas eleições 2010. Zé Serra, o candidato da direita conservadora no Brasil, até se irrita quando perguntam se ele pretende extinguir o programa. Promete inclusive criar uma bonificação de final de ano – uma espécie de 13º salário, conforme observam alguns desavisados –, embora sua mulher, Mônica Serra, tenha chamado o programa de “bolsa vagabundagem” em entrevista recente. Dilma Rousseff – por representar o mandato que ampliou o programa – e Marina Silva – por possuir uma maior identidade com os movimentos sociais e com a população mais pobre – não tem sido postas em xeque com a freqüência com que Zé Serra é questionado. Os questionamentos, aliás, são absolutamente pertinentes, já que o tucano participou

Uma cidade com nível fundamental

  Praticamente todos os principais candidatos ao governo da Bahia prometeram alguma coisa para a Feira de Santana com o objetivo de atrair o eleitorado local. Uma delas é a reativação do aeroporto, que há décadas figura como “elefante branco” no Santo Antônio dos Prazeres, na periferia da cidade. Mas há mais promessas: o chamado pólo logístico, a duplicação do Anel de Contorno, um estádio para o Fluminense de Feira mandar seus jogos e até mesmo a construção de um novo hospital para substituir o Clériston Andrade. Deve haver outras promessas, das quais não consigo recordar. Apesar dos diversos matizes ideológicos envolvidos, com governo e oposição se engalfinhando, todas guardam pelo menos uma semelhança: são obras, ou “grandes obras”, como se dizia no passado. São concretas, palpáveis, possuem materialidade: podem ser facilmente invocadas à memória do eleitor, caso sejam efetivadas. “Fulano construiu tantos hospitais”, “beltrano recuperou não-sei-quantas estradas”, “sicrano constru

Diáspora afunda candidatura de Zé Serra

  Quando os sisudos senhores de cabelos loiros e olhos azuis, encastelados nos confortáveis gabinetes dos organismos internacionais, olham com desdém para aqueles que eles consideram bárbaros que habitam o sul da linha do equador nem sempre o fazem sem alguma razão. No caso brasileiro, o pouco apreço que ainda se tem pela democracia e pelas eleições limpas reforça o preconceito. Afinal, nos países onde a democracia é mais madura quem perde uma eleição – ou está em vias de perdê-la – comporta-se de maneira civilizada e não costuma recorrer ao “tapetão” para tentar ganhar na marra. Zé Serra, já no ápice do desespero, aproveitou como pôde os “factóides” maciçamente amplificados pela imprensa alinhada com sua candidatura. Fez uns programas chorosos no horário eleitoral e martelou diariamente o episódio do vazamento de informações da Receita Federal, deixando inteiramente de lado qualquer discussão sobre o processo político. Pesquisas posteriores aos “factóides”, no entanto, não refletir

Novidades no varejo, mas tudo na mesma no atacado

Certamente o leitor desta Tribuna deve estar enfadado com o noticiário repetitivo e previsível sobre o horário eleitoral. Mas, embora me exponha ao risco de não ser lido – já que abordarei, mais uma vez, a campanha em andamento – aproveito para compartilhar algumas observações feitas de passagem em programas esparsos. A primeira observação é que a baixaria de fato está apenas começando. Contrariando a canção de Beto Guedes, quando entrar setembro a boa nova não vai andar nos campos, mas sim a baixaria no horário eleitoral. Pelo menos neste 2010, cujo setembro, a propósito, já começou. À medida que os discursos e as promessas se tornam ineficazes e alguns candidatos disparam, os potenciais perdedores apelam e apelam feio. Nesse compasso “factóides” são criados, a imprensa alinhada amplifica e “levanta a bola” para as eventuais vítimas – que são candidatos mal-cotados – chutarem com calculada indignação. Todo dia surge vazamento de sigilo fiscal, imediatamente associado à campanha el

Lula é o principal avalista da própria sucessão

Impressionante o papel que vem sendo desempenhado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva nas eleições de 2010. Certamente “nunca antes na história deste país”, pelo menos do Brasil pós-1985, um presidente da República deixou o poder com popularidade. Com a popularidade que Lula alcançou, então, nem se fala. João Figueiredo, o último dos ditadores militares, saiu pela porta dos fundos pedindo que o esquecessem. Zé Sarney saiu em meio ao caos inflacionário e à anarquia do seu mandato. Collor saiu através de impeachment e dispensa comentários e Fernando Henrique Cardoso saiu da presidência após uma eleição em que todos os candidatos renegavam seu legado. Quem mais se aproximou foi Itamar Franco, que assumiu com a renúncia de Fernando Collor. Saiu com certa popularidade devido ao lançamento do Plano Real, mas seu cacife eleitoral logo se esgotou e, certamente, jamais exerceu a influência natural a um ex-presidente da República bem avaliado. Nas eleições de 2010 Lula “é o cara”, como

Propaganda eleitoral na era digital

  No ar desde a terça-feira, o horário eleitoral nas emissoras de rádio e de televisão oferece ao eleitor a oportunidade de consolidar decisões já tomadas, esclarecer dúvidas e, para quem decide sem tanta pressa, escolher candidatos. Da presidência da República às assembleias legislativas, muita gente vai desfilar nas ondas do rádio ou nas imagens da tevê requisitando o apoio do eleitor na forma do voto. Com o pedido virão também incontáveis promessas e declarações de intenções. O rádio e a tevê, no entanto, já não são tão decisivos como no passado, quando não havia Internet. Hoje os brasileiros interligados à rede podem reforçar as opções que aparecem na tevê com uma consulta ao site do candidato, a reportagens sobre sua trajetória política ou, até mesmo, saber se o cidadão tem pendências com a justiça. Tudo ao alcance de alguns cliques. Caso seja mais meticuloso, o eleitor pode comparar propostas, tirar dúvidas sobre realizações dos governantes e refletir sobre o discurso de cada

O debate mais apropriado sobre segurança pública

Tem quem fale que o grande tema das eleições estaduais na Bahia em 2010 é a segurança pública. De fato, há muitos anos morre muita gente no estado. Grande parte da violência sem dúvida cresceu em função do tráfico de drogas, que se expandiu sem que os governantes tomassem qualquer atitude. Quando alguém reclamava, era desqualificado: tratavam-no de “esquerdista”, “do contra”, movido por interesses eleitorais, etc. No mérito da questão, ninguém entrava: no máximo atribuía-se a responsabilidade ao governo federal ou simplesmente pairava um silêncio eloquente. Hoje a segurança pública – quem diria – virou mote de campanha de candidato a governador. Aliás, em alguns casos, parece que constitui a única proposta de governo: o mais se arranja pelo meio do caminho, como sempre se fez na Bahia. Educação, saúde, emprego e renda tornaram-se temas secundários diante do filão da segurança pública. O tosco viés eleitoreiro da questão implica em dois erros: um de diagnóstico e outro de método. O

Feira para além da Copa de 2014

Com a realização da Copa do Mundo de 2014 como fato consumado no Brasil – com Salvador tendendo a assumir a condição de uma das mais importantes cidades-sede, pelo seu conjunto de atrativos – é chegado o momento da Feira de Santana tentar beneficiar-se com a competição. A recente discussão acerca da reativação do aeroporto como alternativa para o deslocamento de torcedores é muito oportuna. Afinal, na prática o aeroporto feirense nunca funcionou: no máximo, aqui pousavam os governadores em visita ao município ou algum empresário em aeronave particular. No mais, seguiu sempre na condição de “elefante branco”. Em texto anterior ressaltamos a necessidade da Bahia aproveitar a Copa do Mundo para consolidar-se como alternativa turística com um conjunto complementar de atrativos e – sobretudo – investir na população, qualificando-a e tornando permanentes os efeitos positivos de uma competição passageira, mas de grande visibilidade. Feira de Santana encaixa-se no contexto à medida que a int

O papel da Internet nas eleições 2010

Uma das agradáveis novidades nesse período eleitoral de 2010 no Brasil é, sem dúvida, a capilaridade e a velocidade com que circulam informações sobre os candidatos na Internet. Parece que o mundo virtual veio suprir uma terrível lacuna no cenário político brasileiro, quando os que se aboletavam no Estado podiam tudo, inclusive transformar os cofres públicos num mero apêndice de seu patrimônio pessoal. Ou falsear informações relevantes para o eleitor e – pior ainda – enfiar no bolso o que o contribuinte suou para conquistar e repassar ao Estado na forma de impostos. Embora ainda muito abundantes, pelos menos certos excessos começam a ser contidos e a divulgação dos fatos causa, no mínimo, constrangimento. Com meia-dúzia de cliques pode se descobrir, por exemplo, que a turma do dinheiro nas meias já se rearticula em Brasília, tentando retomar o poder. Certamente para, no fim do ano, comprar panetones com as “sobras” do caixa dois. É possível descobrir também que o candidato a vice

“Fulanismo” e idéias de ontem em ano de Copa...

No Brasil, ano de Copa do Mundo se confunde com as eleições mais importantes do País, quando são eleitos o presidente da República e os governadores dos Estados. As metáforas comparativas são, portanto, inevitáveis. E, em ano de naufrágio da Seleção Brasileira na competição mais importante do futebol mundial, uma comparação com o processo eleitoral que se aproxima torna-se previsível, pelo menos em 2010: a pouca renovação que se vê tanto no futebol quanto na política. No futebol, nunca o Brasil ousou tão pouco: em 2014, somente dois jogadores da equipe que foi à África do Sul (Ramires e Robinho) terão menos de 30 anos. A grande maioria que terá o desafio de disputar uma Copa do Mundo no Brasil, portanto, será composta por estreantes. Assim, além de uma postura defensiva, Dunga “inovou” convocando gente medíocre que, no futebol, está próxima do fim da carreira. Na política, o repertório eleitoral parece bastante similar, embora menos capaz de entusiasmar a população e é, evidentemente