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Mostrando postagens de fevereiro, 2014

Chance de morrer assassinado em Feira é 6 vezes superior a Campinas-SP

Campinas é um município do interior paulista, localizado a aproximadamente 100 quilômetros da capital do estado, São Paulo. Possui uma das universidades mais prestigiadas do Brasil – a Unicamp –, conta com um respeitável parque industrial e, há décadas, constitui o principal núcleo urbano de uma das regiões mais dinâmicas do poderoso estado de São Paulo. Dados do IBGE estimam que, atualmente, Campinas tem população de aproximadamente 1,1 milhão de habitantes. Em janeiro, o município foi alçado às manchetes policiais depois da morte suspeita de 12 pessoas. Cogita-se que, entre os envolvidos, estejam policiais militares. É o que afirmaram algumas testemunhas. O objetivo da matança seria vingar a morte de um companheiro de farda num assalto, poucas horas antes, num posto de combustíveis. No passado, o município paulista tinha fama de violento, mesmo entre os paulistanos. Afinal, no já bem distante ano de 2001, foram registrados exatos 542 assassinatos. Nos dois anos seguintes

Futebol feirense mergulha em nova crise

                                 Quando o Bahia de Feira entrou no gramado do Barradão, numa chuvosa tarde de domingo em maio de 2011, poucos imaginavam que a equipe feirense conseguiria contrariar todas as expectativas e vencer o Vitória, por 2x1. O placar deu o título baiano da temporada ao time feirense e reacendeu as esperanças do futebol do interior, particularmente da Feira de Santana. Naquela ocasião, parecia que o então “Tremendão” começava a se credenciar como a terceira força do futebol baiano. Quebrava-se, também, o longo jejum de títulos baianos da “Princesa do Sertão”, que no distante 1969 fora campeã com o Fluminense.                 O título surpreendente, conquistado pelo Bahia de Feira, confirmava a boa fase do futebol local. Afinal, naquela oportunidade, três equipes representavam a “Princesa do Sertão” na divisão principal do futebol baiano – o próprio Bahia de Feira, além do Fluminense e do Feirense –com campanhas sempre razoáveis. Mesmo Bahia ou Vitória,

O fenômeno recente do “Rolezinho”

Nesses primeiros dias deste já conturbado 2014, uma expressão saiu dos círculos juvenis e ganhou ampla disseminação pelos meios de comunicação e pelas redes sociais: o “rolezinho”. Como se tornou corriqueiro no Brasil nos últimos tempos, de imediato ergueram-se barricadas com ferozes antagonistas: de um lado, entusiastas defensores da iniciativa; do outro, uma variada fauna, que vai de clientes insatisfeitos a rancorosos críticos da imperdoável quebra do tácito acordo social estabelecido: o de que pobre, jovem, negro e morador da periferia não deve entrar nos shopping centers. Entre cenhos franzidos, punhos cerrados e impropérios de parte a parte, o elementar ficou de fora: o entendimento mínimo desse fenômeno que, abruptamente, colocou em segundo plano até mesmo as manifestações de rua que recomeçaram em diversas capitais no final de semana.   A melhor definição do fenômeno veio do jovem identificado como o primeiro organizador de uma “rolezinho” lá em Guarulhos, na Gra

A onda de assaltos às agências bancárias da região

               Morar perto de agências bancárias está se tornando arriscado no interior da Bahia. Afinal, no silêncio da madrugada e protegidos pela escuridão, dezenas de criminosos vem explodindo caixas eletrônicos interior afora, deixando bancos destruídos, a população apavorada e uma sensação de insegurança pairando onipresente. Em menos de 60 dias foram muitos ataques na região: São Gonçalo dos Campos, Feira de Santana, Coração de Maria e até o outrora pacato distrito de Humildes foi visitado pelo terror das explosões noturnas. Isso para não mencionar ações anteriores.                 Em meados do ano os ataques se intensificaram por uma explicação simples: era época de pagamento do décimo-terceiro salário e os caixas estão mais abastecidos que o habitual. O período explica a intensidade das ações, mas não a desenvoltura dos criminosos. Até bilhete debochado deixaram na agência destruída em Coração de Maria.                 Nos últimos anos, com o aumento da vigilância

A intolerância em nome de Jesus

                  Quarta-feira, 04 de dezembro, em Salvador. Nuvens diáfanas, levemente encardidas, cobrem o céu, apesar do sol luminoso e do calor. Um negro idoso, de cabelos inteiramente brancos, sobe num ônibus. Entre cânticos, distribui um panfleto religioso. Recusei-o, para não acumular papel inútil. Segue-se uma inevitável pregação no ônibus lotado, aos berros, interrompida por citações mecânicas da Bíblia, previamente decoradas. Não haveria nada de especial na peroração estéril, se não fosse pelos versículos escolhidos e pela data em que se comemora, com procissão e festa no mercado de São Miguel, na Baixa dos Sapateiros, o dia de Santa Bárbara, ou Iansã, no sincretismo religioso.                 Condenava vigorosamente o culto às imagens, citando manjadas passagens bíblicas. Fazia alusões a deuses e demônios que povoavam as escrituras sagradas e, pelo visto, lhe incutiam mais ódio que temor. E afirmava, confusamente, que o homem esquece Deus para cultuar outros homens.