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Mostrando postagens de março, 2020

Os efeitos do coronavírus sobre a economia informal feirense

O prefeito Colbert Martins Filho agiu corretamente ao suspender a Micareta da Feira de Santana, até então programada para o período de 23 a 26 de abril. Naquela oportunidade – é o que indica levantamento das autoridades que acompanham a evolução da epidemia do coronavírus no Brasil – a doença vai estar se aproximando do seu auge. Manter a festa, com cenário do gênero, provocaria uma catástrofe. Tudo indica que outros eventos também devem ser suspensos, justamente para evitar aglomerações. Festas pré-micaretescas, apresentações musicais, eventos esportivos e tudo que implique em concentração de público deve ser evitado nos próximos meses. Medidas similares foram adotadas em países que já enfrentaram a epidemia de forma mais aguda, como a China e a Itália. A medida radical causa estranheza a muita gente. Mas poucos percebem que o número elevado de casos num intervalo curto – característica de uma epidemia – tende a estrangular ainda mais os serviços públicos de saúde e causar mais m

Nota sobre a Micareta de 1948 aqui na Feira

“FEIRA DE SANTANA (Do Correspondente) Reina grande animação nesta cidade em torno dos festejos tradicionais da Micareta, que este ano promete bater record. O povo da ‘Princesa do Sertão’, esquecendo por instantes as dificuldades e a crise reinantes  não só no Município com em todo o país, está fazendo um sacrifício para manter com brilho e alegria a sua maior festa popular, a sua afamada e querida Micareta”. Não, o texto não é o ensaio de nenhum escriba sobre a Micareta feirense que se avizinha. Tampouco é coisa de algum renitente adversário dos mandatários políticos de plantão. É coisa antiga, de quando a Micareta apenas engatinhava: o texto está na página 2 do jornal “O Momento”, de 24 de março de 1948. Está em vias de completar 72 anos e foi publicada com título chamativo: “Animada a Micareta em Feira de Santana”. Adiante, a notícia é mais objetiva. Nela, emergem os nomes dos responsáveis por aqueles primeiros anos da folia juvenil: “A Comissão promotora dos festejos nesta cida

Adiamento da Micareta pode ser inevitável

É muito oportuna a proposta de adiamento da Micareta apresentada à prefeitura da Feira de Santana pela Fiscalização Preventiva Integrada (FPI). A sugestão se deve à epidemia do coronavírus, que começou na China e se espalhou por boa parte do mundo. Aqui mesmo, no município, já foram confirmados dois casos. A Micareta está programa para o período de 23 a 26 de abril. Por enquanto o prefeito Colbert Filho – que, inclusive, é médico – descartou o adiamento. À primeira vista, pode parecer precipitação adiar a folia feirense. Afinal, até o momento, foram detectados dois casos, conforme se apontou. E todas as autoridades – municipais e estaduais – asseguram que todos os protocolos estão sendo seguidos, que tudo está sob controle. Não haveria razões para pânico, nem para o adiamento da Micareta. Pelo menos até o momento, é bom ressaltar. A questão é que o próprio Ministério da Saúde prevê que os casos da doença devem crescer “exponencialmente” – a expressão é do próprio ministério – em a

Crise brasileira do jeito que o Diabo gosta

A semana começou com a economia mundial sinalizando que pode mergulhar em nova recessão ainda em 2020. A epidemia de coronavírus surgiu na China, se alastrou pelo país e, agora, está se irradiando pela Europa, produzindo a quase completa paralisação das atividades econômicas nas regiões afetadas. O pior é que ninguém sabe quando vai ser controlada. Autoridades chinesas vinham apostando que, até o final de março, o problema estará controlado por lá. Rusgas entre a Rússia e a Arábia Saudita sobre a produção de petróleo somaram-se às preocupações com o coronavírus e, ontem (09), produziram pânico raro nas bolsas de valores mundo afora. Desde a crise dos subprimes , em meados da década passada, que abalos tão significativos não eram registrados na economia mundial. No Brasil, o dólar manteve sua tendência de disparada; a Bolsa de Valores de São Paulo despencou 12% e as ações da Petrobras caíram 30%. Hoje (10), depois de tombo de ontem, houve uma melhora moderada nos indicadores. A rea

Quando falta governo, a ajuda vem do céu

Ninguém poderá alegar que, na Feira de Santana, as águas de março não estão fechando o verão: uma forte tempestade desabou sobre a cidade na manhã de hoje (06), lançando perspectivas promissoras para a safra de inverno. Nuvens muito escuras despontaram logo cedo na orla do céu e, aos poucos, foram abarcando a amplidão. Uma luz estranha, baça, destoava da claridade das manhãs habituais. E, pouco depois, despencou a forte tempestade, que diluiu o horizonte numa espessa cortina d’água. Não faltou gente espantada com a intensidade da tempestade. Aliás, 2020 vem sendo promissor para a agropecuária na região: em janeiro foram diversos aguaceiros que ampliaram a reserva hídrica que, na época, costuma estar em situação crítica. A chuva também vem antes de 19 de março, data consagrada a São José e que, na sabedoria popular, costuma antecipar invernos bons. Caso as chuvas se prolonguem, a colheita de produtos típicos do São João – como o milho e o amendoim – será mais farta. Para quem vende

População feirense está parando de crescer

Além das eleições municipais, em 2020 deve acontecer o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Espera-se que, pelo menos, sirva para contar a população brasileira. Afinal, os verdugos da informação e do conhecimento, encarapitados no Planalto Central, têm alergia a qualquer atividade intelectual. E podaram o levantamento, reduzindo o número de questões. Mas – ao que parece – pelo menos preservaram a contagem da população. Em 2010 a Feira de Santana cravou precisos 556.642 moradores. No levantamento anterior, no ano 2000, foram exatos 480.949 viventes. Ano passado, segundo projeção do próprio IBGE, a população bordejava os 614,8 mil habitantes. Em suma, o ritmo de crescimento vem caindo, acompanhando a tendência observada no Brasil inteiro. Daqui a cinco anos – em 2025 – a Feira de Santana terá, segundo o mesmo IBGE, 621,7 mil habitantes. Crescimento muito mais lento do que nas décadas anteriores. Lá por volta de 2030 – o que também é uma projeção – serão

Mais uma vez expansão do PIB decepciona

O Produto Interno Bruto brasileiro, o PIB, cresceu só 1,1% em 2019. É o que informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. O indicador afere a soma de riquezas produzidas pelo País. Depois do monumental tombo de 2015 e 2016 – quando a retração, somada, alcançou impressionantes 6,8% - a festejada retomada tem sido muito lenta. Em 2017 e 2018, por exemplo, não foi além de 1,3% em cada ano.  Parte dos analistas, pelo que se vê, prefere investir no otimismo e enxergar o lado cheio do copo que está bem vazio, diga-se de passagem. Alegam que há crescimento pelo terceiro ano consecutivo. É verdade: mas a expansão é tão pífia que a festejada retomada – sempre figurando nas manchetes – é, na melhor das hipóteses, decepcionante. É necessário sempre ressaltar que o pior de tudo nem é o resultado em si. É a completa falta de perspectiva no médio prazo. Protagonista do grande tombo do PIB no biênio 2015/2016, o petê negou a crise enquanto pode; depois que foi apeado do pode

O “eterno retorno” de camelôs, ambulantes e feirantes ao centro

O imbróglio envolvendo o polêmico Shopping Popular na área do antigo Centro de Abastecimento continua rendendo. Hoje (02), mais uma vez, camelôs e ambulantes compareceram à Câmara Municipal em nova manifestação. Portando cartazes e entoando palavras de ordem, eles exigiram engajamento dos vereadores para resolver a pendenga, sobretudo em relação às taxas cobradas no empreendimento. A prefeitura – responsável pela Parceria Público-Privada com uma empresa particular – anuncia um cronograma que estabelece o fim de março como prazo final para todos os camelôs e ambulantes deixarem o centro da cidade. Segundo informações oficiais, boa parte dos 1,8 mil trabalhadores que atuam nas vias centrais da cidade já assinou contrato e recebeu as chaves. Só que a polêmica permanece. E em meio ao enrosco, a Defensoria Pública do Estado resolveu intervir. Está em curso uma ação civil pública visando defender os interesses dos camelôs e ambulantes, de acordo com o documento elaborado pelos defensore

Enfermidade da democracia com viés de piora no Brasil

Nem todo mundo percebeu, mas a democracia no Brasil segue enferma com viés de piora.  Para o próximo dia 15 de março estão previstas manifestações organizadas pelos acólitos de Jair Bolsonaro, o “mito” que ocupa a presidência da República. Nas mídias sociais circulam convocações que defendem o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, o STF. Noutras palavras: querem fechar o Legislativo e o Judiciário. No delírio autoritário, restaria o Executivo, comandado pelo “mito”. E os militares exerceriam ampla ascendência nesse novo arranjo, é claro. Não faltam audaciosos reivindicando “intervenção militar já”, o que implicaria, provavelmente, na ejeção do “mito” da cadeira presidencial. Em qualquer país civilizado aspirações criminosas do gênero – ou não é crime atentar contra a democracia? – seriam abortadas no nascedouro. Por aqui, não: há quem encare o surto autoritário como “zoeira” ou “polêmica” de mídia social, raciocínio típico de imaturos ou irresponsáveis. O

Petismo vai se tornando “centrão” da esquerda

Foi confusa a aprovação da reforma da Previdência dos servidores estaduais de São Paulo. Aliás, a mudança no sistema previdenciário de lá foi aprovada apenas no primeiro turno e depende de uma segunda votação na Assembleia Legislativa. E, na primeira, passou raspando: foi aprovada pela diferença de um único voto. O pacote de maldades inclui a elevação da idade mínima para a aposentadoria – inclusive de quem já está na ativa – e o aumento da alíquota da contribuição de 11% para 14%. A receita perversa é a mesma de Jair Bolsonaro, o “mito”. Lá, o governador João Dória (PSDB-SP) enfrentou encarniçada resistência ao projeto que, como se sabe, não tem nada de popular: a oposição foi liderada pelos petistas, que se travestiram de defensores dos fracos e oprimidos. Para tentar reverter a decisão na segunda votação, houve a promessa até de carro de som à frente das casas dos deputados. Em suma, oposição iracunda. Em Brasília – quando a proposta do “mito” foi votada – houve a mesma reação.

Sonhar com a Câmara é para quem tem voto

Aos poucos o feirense vai se envolvendo com o clima das eleições municipais. É que, pelas ruas, já se vêem adesivos de pré-candidatos em para-choques e vidros de automóveis. Alguns pré-candidatos, mais afoitos, já estão apertando mão de eleitor há tempos, anunciando mudanças drásticas, comprometendo-se em atender às aspirações do cidadão. Promessas do gênero já se ouviram na “onda vermelha”, na “onda azul” e, mais recentemente, em 2018, com a “nova política”. Deu no que se vê por aí. A lufa-lufa vai se intensificando porque, logo depois do Carnaval – quando o ano político formalmente desponta –, abre-se a janela partidária em 05 de março. A partir daquela data e até 05 de abril, todo mundo que almeja mandato em 2020 poderá mudar de partido ou ingressar num deles, caso seja retardatário ou indeciso. Muita gente suspira por fórmulas mágicas para garantir eleição com menos votos. No fundo, em eleição não há muito espaço para sonho: ganha sempre quem é mais votado. Os resultados aqui