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Mostrando postagens de maio, 2014

Inferências sobre o Mercado de Trabalho (III)

                                  A bola ainda não rolou para a disputa da Copa do Mundo de 2014 e o som alegre das sanfonas juninas pouco ressoa pelo Nordeste, mas alguns dos principais temas da campanha eleitoral – que só   começa mesmo pra valer em julho – já estão na rua. Por um lado, a antecipação do debate pode provocar paralisia nas gestões em curso, comprometendo o desempenho dos governantes de plantão. Mas, por outro, permite que se conheça com razoável antecedência o que pensem os pré-candidatos, particularmente aqueles que almejam a presidência da República.                 Um tema que deveria despertar a atenção da maioria do eleitorado é a política de reajustes do salário-mínimo. Nos últimos anos, pela primeira vez, se adotou uma proposta clara de majoração: soma-se o percentual da inflação (que nada mais é que a reposição das perdas) com o percentual do crescimento do PIB de dois anos antes, alcançando-se o índice de reajuste.                 Essa política vigo

Inferências sobre o Mercado de Trabalho (II)

                                  Semana passada iniciamos uma discussão sobre o mercado de trabalho na Feira de Santana. E com notícias alvissareiras: apesar de todo o debate travado acerca das perspectivas de crescimento da economia brasileira, o município segue gerando novos empregos formais, embora a um ritmo inferior àquele alcançado em período recente, particularmente entre os anos de 2007 e 2010, quando o Produto Interno Bruto (PIB) se expandiu 7,5%. Mas, conforme apontamos, a discussão foi sobre o mercado formal de trabalho.                 O setor formal constitui apenas uma parcela do mercado de trabalho. E, até recentemente, era parcela minoritária: somente nos últimos anos a formalização tem crescido, aproximando-se dos 50% do conjunto dos trabalhadores. Esses, como todos sabem, figuram entre os “privilegiados”, já que desfrutam de direitos trabalhistas e previdência social, o que nem sempre o trabalhador informal consegue.                 Dados de 2010 do IBGE i

Inferências sobre o Mercado de Trabalho (I)

                           Muito se tem falado sobre a desaceleração da economia brasileira nos últimos meses. As abordagens variam: de um lado, a versão oficial pinça um cenário róseo, com amplas oportunidades e perspectivas promissoras para o futuro. Nas fileiras da oposição – que a chamada grande imprensa vocaliza com voracidade – a realidade é funesta: desaceleração da atividade econômica, queda na produtividade e a ameaça onipresente da inflação. Essas posições muito delimitadas retratam mais a batalha eleitoral que se desenha no horizonte que, propriamente, um panorama confiável da economia brasileira.                 No leque amplo de indicadores figura um que oferece pistas interessantes sobre o humor do eleitorado: o volume de postos de trabalho. É ele que orienta muitas decisões: quem está empregado costuma assumir posições conservadoras e é avesso a mudanças políticas. Isso é aplicável sobretudo às parcelas do eleitorado que padeceram sob o desemprego, principalment