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Mostrando postagens de julho, 2016

A Reforma da Bíblia

Eu nem sabia que era possível apresentar emenda para modificar a Bíblia. Pelo que entendi, isso é possível lá no Planalto Central, em Brasília, na Câmara dos Deputados. Atribuição de político graúdo. Não é à toa que os mais entendidos dizem que na capital do País se fazem coisas que até Deus duvida. Ou talvez não recomende, como é o caso em questão. Confesso que isso me animou: com muita modéstia, sem aquela circunspecção teológica dos doutos nas Sagradas Escrituras, tenho lá minhas humildes propostas para aprimorar a Bíblia, ajustá-la a algumas necessidades da vida moderna. Mas claro que só faria isso a partir de intensos debates, ouvindo especialistas e a comunidade, como é a praxe nos dias atuais.  Meu problema é chegar lá, no Planalto Central: é longo e tortuoso o caminho de quem ascende na vida partidária. Daqui a dois anos tem eleição para deputado federal mas reconheço que, hoje, minhas chances são mínimas, mesmo com uma plataforma eleitoral reluzente: a reforma das Sagrada

País precisa de eleições presidenciais já

                                                 Quem observa a cena política brasileira de fora, sem a passionalidade de quem mergulhou no lufa-lufa disputando nacos de poder a unhas e dentes, não consegue deixar de constatar que o melhor para o país é a realização de eleições presidenciais o mais rápido possível. Dilma Rousseff (PT) caiu em função de diversos fatores – inclua-se aí a crise econômica e o evidente estelionato eleitoral de quem se elegeu prometendo uma coisa e, depois, fazendo outra – e seu sucessor, Michel Temer (PMDB), além de ter urdido a manobra que apeou a antecessora do cargo, tenta implementar uma agenda que não passou pelo crivo das urnas.                 Ambos ostentam, portanto, múltiplas fragilidades: ela, apesar de eleita, conduzia um governo claudicante desde os primeiros momentos; ele, exibindo ares de “Salvador da Pátria”, chafurda na mesma lama do clientelismo, operando como gerente de um grande balcão fisiológico. Ambos constituem péssimas opções.

Hábitos urbanos mudaram celebrações juninas

Os festejos juninos costumam figurar no imaginário do nordestino como um período de fartura. Uma trégua breve em meio às constantes agruras climáticas que afligem a região. Daí, provavelmente, derivou inicialmente a alegria contagiante do período, associada à ampla variedade de quitutes e bebidas consumidas nesses dias de festa e, também, à profusão de fogos que fazem a alegria de adultos e crianças. Isso, claro, ocorre no contexto da celebração cristã. Junho, aliás, é prenhe em homenagens a alguns dos mais populares santos católicos. Noutros tempos, em anos bons, as chuvas caíam até o dia de São José, em 19 de março, assegurando colheita farta em meados de junho, quando se comemora o São João. Com todos os desarranjos climáticos em curso no planeta – com evidentes impactos sobre a frágil caatinga nordestina – essa tradição, em parte, se desfez porque as precipitações, em alguma medida, se tornaram erráticas. Não foi apenas o regime climático que provocou mudanças nos festejos

Governo Temer vai conseguir “desinventar” a roda

                                                   Michel Temer (PMDB) mal completou um mês como presidente interino, mas, do jeito que vai, o Brasil vai acabar realizando a proeza de “desinventar” a roda durante a sua gestão. É espantoso o retrocesso que se desenha para o País – que, evidentemente, nunca foi grande referência civilizatória – nesses primeiros dias do polêmico mandato. Os sinais mais inquietantes são os próprios “notáveis” recrutados para promover a festejada “Salvação Nacional” e a agenda política que essa gente traz no bocapio. É coisa de encantar nossos coroneis da primeira metade do século passado.                 O problema, crônico, começa nas biografias pouco recomendáveis: figurando no ministério, pululam investigados na Lava Jato e em outros escândalos de corrupção. Exatamente o que aqueles que foram às ruas em março asseguraram repudiar. Questões polêmicas e temas delicados foram repassados para gente com trajetória, no mínimo, controversa, como se ve