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Feira fora das semifinais do Campeonato Baiano

Publicado originalmente em Julho/2020

Os dois times feirenses ficaram de fora das semifinais do Campeonato Baiano de 2020. No domingo (26), o Bahia de Feira acabou eliminado, em casa, pela Juazeirense, perdendo por 3 a 1. Já o Fluminense de Feira, coitado, perdeu as duas partidas realizadas após a interrupção da competição e, no domingo, apenas cumpriu tabela contra o Bahia. Lá em Pituaçu, levou 2 a 0. O Touro do Sertão arremata a década sem figurar em nenhuma final. É o pior desempenho desde os anos 1980. O Tremendão, por sua vez, arrebatou o título em 2011 e, ano passado, foi finalista.

A final, a propósito, será inédita: Jacuipense, Atlético de Alagoinhas e Juazeirense nunca chegaram tão longe na competição. São três semifinalistas. O quarto é o Bahia que – com seu time misto – desponta como favorito, embora surpresas não possam ser descartadas. Caso seja mais uma vez campeão, o tricolor levantará o sexto estadual da década.

Quem – pelo segundo ano consecutivo – ficou de fora foi o Vitória. Aqui no Joia da Princesa, não passou de um empate contra o pitoresco Doce Mel e ficou na modesta quinta colocação. Desempenho pífio para quem, na década passada, foi tetracampeão duas vezes, arrebatando oito títulos. Nesta que finda, não foi além de três canecos, dois deles num bicampeonato.

A pandemia do novo coronavírus ajudou a tornar o outrora festejado “Baianão” ainda mais desinteressante, sobretudo com a interrupção. Espremida no calendário, a competição já não desperta as paixões de outrora, nem dispõe mais do mesmo extenso calendário. Isso afunda os modestos clubes do interior.  Com calendário de parcos três ou quatro meses, essas equipes caminham para a extinção. É a triste realidade.

Os clubes maiores – na prática, Bahia e Vitória por aqui – apostam no Campeonato Brasileiro, no Campeonato do Nordeste e na Copa do Brasil, além de eventuais participações na Copa Sul-Americana. Dispõem de calendário cheio, as datas são poucas para o desgastado torneio estadual. Mas, e os clubes menores, os do interior, que dependem da competição para manter acesa a chama do esporte Bahia afora, que farão? É bom os dirigentes começarem a pensar em respostas.

Talvez a solução seja uma segunda – e até uma terceira – divisão do Campeonato do Nordeste. Isso sustentaria os clubes mais importantes do interior. Mas de onde viriam os recursos? A milionária Confederação Brasileira de Futebol, a CBF, deveria ajudar. Ampliar a competição, com mais divisões, garantiria sobrevida aos clubes do interior, asfixiados, sem calendário.

País continental, o Brasil não pode se resumir às equipes que disputam as principais séries. Copiando mecanicamente as fórmulas europeias – uma outra realidade – o futebol brasileiro decai e já não empolga o torcedor em Copa do Mundo há muito tempo. Muitos talentos – inclusive aqueles que se consagraram em copas – saíram dos pequenos clubes das grandes metrópoles ou das agremiações do interior. Deveriam, portanto, ser apoiados.

Mas tudo isso é apenas especulação, como muita coisa nesses tempos de pandemia...

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