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Mostrando postagens de agosto, 2019

Novo imbróglio envolvendo o transporte público

Mais um furdunço sacudiu o controverso sistema de transporte público da Feira de Santana essa semana: um desembargador concedeu liminar autorizando uma cooperativa de vans de Salvador a realizar o transporte de passageiros na cidade. Notícias indicam que são 190 vans. A decisão não é definitiva, porque se trata de uma liminar, mas já causou rebuliço: motoristas das empresas de ônibus chegaram a ensaiar uma paralisação na quinta-feira (08), mas recuaram. Os cooperados pleitearam prestar o serviço em bairros da periferia feirense. Campo do Gado, Aviário, Pedra Ferrada, Viveiros e Alto do Papagaio figuram entre as localidades que contariam com o serviço. A posição oficial da prefeitura é de que vai se mexer para derrubar a liminar. O transporte público na Feira de Santana é prenhe de episódios pitorescos. Anos atrás houve uma paralisação prolongada que se arrastou por intermináveis dez dias. O que fez o feirense no meio daquele salseiro? Improvisou recorrendo aos táxis, às motos, às

Ataques a nordestinos exigem reação

O Nordeste já teve líderes políticos melhores. Daqueles que não deixariam as sistemáticas agressões de Jair Bolsonaro à região passar incólumes. O “mito” começou chamando os governadores nordestinos de “paraíbas”, pejorativamente, e, no início da semana, fez novas referências àquilo que ele chama de “cabeça chata”, também em tom depreciativo. Com o deserto de lideranças políticas de expressão, ninguém se manifestou. Pelo menos de maneira contundente. Houve silêncio também em relação a um absurdo ainda maior: o “mito” condicionou a liberação de recursos ao reconhecimento público dos governadores. Noutras palavras: nosso heroi pretende, desde já, que os chefes do Executivo da região convertam-se em seus cabos eleitorais, preparando terreno para 2022, quando pretende sacramentar sua gestão disputando a reeleição. Como se ele, de maneira autocrática, pudesse definir para onde vai o dinheiro que todos os brasileiros pagam na forma de impostos. Comporta-se como se fosse o “dono” do orça

Retrato da indústria e da administração pública na crise em Feira

A crise econômica que se arrasta desde meados de 2014 causou estragos também sobre a indústria feirense. Dados disponibilizados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do então Ministério do Trabalho, indicam retração no número de estabelecimentos instalados no município e, também, na quantidade de empregos. Segundo o levantamento, em 2014, havia 1.330 indústrias do setor de transformação na Feira de Santana. Três anos depois esse número caiu para 1.164. São 166 empresas a menos no intervalo. A retração se refletiu sobre o volume de empregos, que declinou de 20,5 mil para 17,7 mil. Foram exatos 2.776 postos a menos, considerando idêntico intervalo. Só o salário nominal melhorou: passou de R$ 1.598,06 para R$ 1.943,71. Houve encolhimento também na quantidade de empresas de serviços industriais de utilidade pública. Eram 13 em 2014 e caíram para 12 três anos depois. O estoque de empregos, evidente

Retrato do comércio e dos serviços em Feira na crise

Basta andar um pouco pela Feira de Santana para perceber como há placas de “aluga-se” e “vende-se” à frente de estabelecimentos comerciais. Quase todos estão fechados. Desdobramento da terrível crise econômica que assola o Brasil há quase cinco anos, essa realidade já foi objeto de diversos comentários neste espaço. Até aqui, porém, as análises se davam com base na intuição, sem um conjunto mais consistente de informações. Dados recentes disponibilizados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) confirmam essa impressão. Entre 2014 – último ano do soluço de prosperidade – e 2017, terceiro ano do engasgo econômico, o número de estabelecimentos comerciais na Feira de Santana caiu: passou de 6,1 mil para 5,9 mil. Essa redução repercutiu sobre o mercado de trabalho: a mão de obra empregada declinou, despencando de 40,2 mil para apenas 36,9 mil postos formais ocupados. Não houve redução nominal no valor médio dos salários do setor. Ao contrário: este passou d

“Mito” anseia passar de vilão a vítima

Alguns precipitados começam a pregar o impeachment de Jair Bolsonaro (PSL-RJ), o “mito”.  Discordo: é bom que o “mito” siga alimentando essa ruína, ao longo do mandato para o qual foi eleito. Isso, claro, se não vier aí pela frente algo muito mais grave, o que não pode ser descartado. Sobretudo porque, nos últimos dias, o destempero verbal do nosso heroi transitou da grosseria habitual para absurdos maiores, como insinuar que sabe o destino de um desaparecido político. Todos percebem que o “mito” opera num cenário dicotômico, de bem e de mal, de vítima ou de algoz. Despejando absurdos todos os dias – nem vale a pena recapitular o que já foi regurgitado – ele vem cumprindo o papel de algoz. Tentar apeá-lo do poder agora vai fazê-lo se travestir de “vítima”, o que parece ser o seu anseio. Levou tempo, mas muita gente está percebendo que o governo não vai além do que está aí na prateleira: grosserias, agressões, clichês, demagogia e populismo rasteiro de extrema-direita. Além, claro

O horror de Altamira em um vídeo de celular

No início da tarde de ontem (29) recebi um vídeo que, segundo quem compartilhava, foi feito na cadeia de Altamira, lá no Pará, durante o massacre que vitimou 57 presos, na manhã do mesmo dia. Chegou logo depois que o assunto ganhou as manchetes de todos os sites e telejornais do País. É difícil encontrar palavras que traduzam o horror que se desenrola em ínfimos 17 segundos. Logo no começo é possível identificar o vozerio grosseiro, grave, típico dos espaços de confinamento. A câmera foca cinco cabeças dispostas junto a uma parede. É possível perceber que os decapitados são gente muito jovem. Um deles até exibe um corte da moda, estilo moicano, desses que a garotada adota com frequência. “É nóis, é nóis”, berra alguém, talvez o próprio cinegrafista. Depois aparece uma mão fazendo um gesto de celebração ou de deboche. Mais uma cabeça é lançada sobre as demais: um barbudo, com o rosto ensanguentado. Agora, só ali, são seis infelizes decapitados. A contabilidade oficial apurou 16 cab

“Mito” anuncia duplicação do Anel de Contorno

Na polêmica visita a Vitória da Conquista, ontem (23), Jair Bolsonaro, o “mito”, anunciou a duplicação do Anel de Contorno da Feira de Santana.Foi o que noticiou parte da imprensa baiana. O feirense,escaldado, recebeu o pomposo anúncio com cautela: há décadas solicita-se, reivindica-se, promete-se e estuda-se a medida, com poucos resultados concretos até aqui. Tudo bem que, no trecho Sul do Contorno, houve duplicação há alguns anos, diminuindo o caos reinante justamente onde os congestionamentos são mais tormentosos. Mas é pouco para as necessidades da Princesa do Sertão. Anuncia-se que, no Plano Diretor que a Câmara Municipal vai apreciar em breve, está previsto um anel rodo-ferroviário com extensão total de 64 quilômetros. Ficará, portanto, bem afastado da conturbada área urbana do município. Não conheço detalhes, mas, a princípio, a ideia parece sensata: é necessário afastar o intenso fluxo de veículos que cortam a cidade do trânsito urbano, facilitando a vida de quem reside na F

População idosa é crescente em Feira

O Brasil é um País que não se preparou para cuidar de suas crianças quando nascia gente em profusão. Hoje não se prepara para cuidar dos seus velhos, cuja quantidade cresce a cada levantamento. Não é necessário ser profeta, nem adivinho, para perceber que grandes dificuldades se anunciam para essa faixa etária daqui a uns poucos anos. No Censo do ano que vem – caso ocorra mesmo, pois os governantes de plantão podem, até, julgá-lo desnecessário – será possível dispor de um retrato mais atualizado. Os números antigos, porém, sinalizam tendências interessantes. Na Feira de Santana, em 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, apurou que 8,7% da população local tinha 60 anos ou mais. Encaixava-se no que se convencionou chamar de idosos. A curva é ascendente: em 2000 eram 6,7% e, no levantamento anterior, de 1991, correspondiam a modestos 5,5%. Pela tendência é possível que, hoje, esse percentualjá alcance os dois dígitos. A quantidade de crianças e adolescentes

A crise sob a ótica dos motoboys feirenses

- Só vale se o sujeito só tiver 500 reais na conta... O raciocínio é de um motoboy aqui da Feira de Santana. Comentava a notícia do dia: os saques, autorizados pelo governo, do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o FGTS, das contas individuais dos trabalhadores. Reclamava das restrições marotas para saques posteriores: quem aderir, segundo ele, depois não vai poder sacar o valor integral. Melhor deixar o valor lá e sacar numa eventual demissão, que nunca pode ser descartada. Afinal, a crise segue, implacável. Agachados, ele e um colega conversavam numa esquina feirense, à espera de clientes. As motos estavam estacionadas sobre as pedras portuguesas do calçamento. No céu, nuvens encardidas insinuavam uma chuva improvável. O sol tépido do inverno prevalecia. No cruzamento, motociclistas e motoristas, ansiosos, angustiavam-se com o sinal fechado. Às vezes alguém, cavalgando uma moto, avançava, indócil, numa manobra arriscada. -É o governo tentando movimentar a economia. Tá tudo

Universidades federais entrarão no circuito das “boquinhas”

Faz tempo: na segunda metade da década de 1990, ao longo dos dois mandatos presidenciais de Fernando Henrique Cardoso, começou a exaltação das organizações sociais – as famosas OS – como alternativa para a oferta de serviços públicos de saúde e educação. Naquela ocasião, serviços secundários no setor público, como limpeza e segurança, foram inteiramente repassados à iniciativa privada. Anunciava-se, como sempre, que medidas do gênero ladrilhavam o caminho em direção ao sonhado paraíso liberal. A onda se irradiou, de maneira avassaladora, em direção aos governos estaduais e às prefeituras. Tudo sob as bênçãos de organismos multilaterais como o Banco Mundial. Os resultados são facilmente perceptíveis hoje em dia: na média, os serviços públicos seguem tão ruins quanto àquela época, mas a guinada serviu para reforçar o poder dos coroneis de fundo de província, entrincheirados em estados e municípios. Revogados os concursos e o regime de servidores efetivos, os poderosos locais lançara

A dura vida do motorista de aplicativo

Existem muitos ângulos para dimensionar a profunda crise econômica que permanece, inamovível, estacionada no Brasil. Uma delas, óbvia, é sob a ótica dos trabalhadores. Existem, porém, mesmo dentro desse universo, perspectivas mais didáticas. Uma delas é a dos motoristas de aplicativo. O cardápio de aplicativos já é expressivo, embora a novidade tenha surgido, no País, há poucos anos. Muitos motoristas – para assegurar um dinheiro adicional – trabalham, inclusive, para mais de uma dessas empresas. - Estou perto de cumprir minha meta: 100 viagens entre ontem e hoje – Foi o que ouvi de um motorista numa tarde de domingo. Começou a rodar logo às 6 da manhã e, pelos seus cálculos, faltavam apenas cinco viagens para alcançar a meta. Só parou para almoçar e, na manhã seguinte, o emprego formal o aguardava. Nem todo mundo pode tocar o trabalho para o aplicativo como um “bico”, um biscate para garantir um dinheiro extra. “Está difícil. Mandei muito currículo, mas, até agora, nada...”, come

O El Niño e as variações climáticas feirenses

2019 é ano de El Niño. O fenômeno implica em temperaturas mais elevadas e em escassez de chuvas. Foi o que se observou na primeira metade do ano na Feira de Santana. Entre janeiro e o início de junho o calor foi, habitualmente, abrasador. Nas manhãs e tardes escaldantes – mesmo à noite a trégua era precária, porque o calor costumava se estender madrugada afora – o feirense penava até numa caminhada curta. A partir do fim da manhã e até as 16 horas o trânsito de pedestres caía sensivelmente. O calor sufocante foi intercalado por trovoadas intensas. Boa parte das ruas da cidade – principalmente na periferia esquecida – alagou e, em algumas delas, a água ficou empoçada durante vários dias. Automóveis avançavam devagar nessas piscinas enlameadas e pedestres recorriam a contorcionismos para não enfiar o pé na água suja. Quem labuta no campo ficou desorientado: alguns apostaram no momento exato para o plantio do milho e do feijão. Deram sorte e colheram. Outros, atrapalhados pelas traje

A fábrica de versões dos acólitos do “mito”

É comovente a dedicação dos acólitos do “mito” à sua imagem sacralizada. Quando a realidade parece sinalizar para a falência moral do nosso campeão da ética, eis que surge alguma interpretação criativa da realidade para restituir-lhe a aura. Tudo bem que boa parte da matilha digital é composta por robôs. Mas não falta quem se curve, crédulo, a qualquer interpretação e, daí, encarne uma desconcertante ferocidade para difundir a versão e desancar eventuais contestadores. A mais recente envolveu a “boquinha” mais escandalosa da República – a indicação de um dos filhos do “mito”, pelo próprio, para a Embaixada brasileira em Washington – e induziu reações lastimáveis, constrangedoras até. As matilhas digitais, como sempre, não visaram alvejar os argumentos contrários, mas pulverizar os antagonistas. Por enquanto – felizmente –, só nas mídias sociais. Foi assim que pacíficas donas-de-casa atestaram, enfáticas, as credenciais do rebento do “mito” para o posto; sisudos microempresários es

“Só mais um esforço”

O título acima não é original. Tomei emprestado de um excelente livro do filósofo e professor da Universidade de São Paulo (USP) Vladimir Safatle. Ele, por sua vez, recorreu ao Marquês de Sade, que proferiu a frase para os franceses desanimados com os rumos da Revolução Francesa, lá no século XVIII. Essa frase traduz com rara precisão os tempos que se vivem no Brasil: “só mais um esforço”. Na trajetória recente, os esforços têm sido intensos. Primeiro foi a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Teto de Gastos: aumentando os gastos de custeio apenas até o limite da inflação, vai se produzir uma redução da participação do Estado na economia que, lá adiante, vai nos conduzir ao paraíso liberal. Sucateamento de serviços públicos? Detalhe secundário. Depois veio o desmanche da Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT. Revogando-a – falou-se o tempo todo em “modernização” –, seriam criados seis milhões de empregos num intervalo de uns poucos anos. Não é o que se vê: me

Sensação de que o trabalho infantil cresce em Feira

Nos intervalos das conversas, entre goles cerveja e a mastigação do tira-gosto, os frequentadores dos bares feirenses costumam ser abordados por incontáveis ambulantes. Vendem de tudo: amendoim cozido ou torrado, meias, cintos, pen drives e cd´s, capas de celular e mais uma infinidade de quinquilharias. A maioria é homem que, com a crise, perdeu o trabalho modesto e foi forçada a recorrer a essas empreitadas pelas ruas feirenses. Às vezes, vêem-se mulheres, mercadejando os mesmos produtos. Profunda e interminável, a crise ampliou muito o contingente de pessoas que tentam sobreviver vendendo coisa miúda pelas mesas dos bares. A pele parda ou preta, a origem periférica, a instrução escassa e a distância do mercado formal de trabalho são características comuns. Tragicamente, a faixa etária vem se ampliando: quem observa com alguma atenção nota que cresceu – e muito – o número de crianças nessas atividades. Boa parte é bem jovem: há meninas que não chegaram, sequer, aos 10 anos de ida

Barganha e conchavos garantiram mudanças na Previdência

A aprovação da lesiva reforma da Previdência ontem (10) na Câmara dos Deputados mostrou o modus operandi da aclamada “nova política”: o mesmo dos regimes anteriores. Durante todo o processo houve muita barganha, muito conchavo de bastidor, muita liberação de emenda em troca de voto. Em síntese, o habitual toma lá dá cá que os timoneiros do novo regime tanto diziam que repeliam. O “mito” – Jair Bolsonaro –, espertamente, terceirizou a tarefa e manteve distância física do balcão. Certamente para conservar a aura de “mito” junto aos acólitos mais entusiasmados. Só quem perdeu foram os trabalhadores, particularmente aqueles que ganham menos. O “combate aos privilégios” se mostrou um engodo: as corporações policiais, por exemplo, até ampliaram suas regalias: vão se aposentar com pouco mais de 50 anos e receber salário integral, benefício que até tinha sido revogado no mandato de Dilma Rousseff (PT), para quem ingressou depois de 2013. Os militares das Forças Armadas também ampliarão s

Qual o destino do Centro de Abastecimento?

O que vai ser feito do Centro de Abastecimento da Feira de Santana? A incerteza angustia os frequentadores daquele espaço e, sobretudo, trabalhadores e comerciantes que retiram dali o próprio sustento.  Portentosa, a estrutura do festejado Shopping Popular vai camuflando o maltratado e antigo entreposto. Mas quem percorre as cercanias consegue enxergar as mazelas, que avultam: cercas arrebentadas, construções improvisadas, trânsito caótico, esgoto transbordando, buracos. Entrando no Centro de Abastecimento as impressões iniciais se amplificam. As calçadas para pedestres estão destruídas há anos; poeira e lama se alternam, conforme o sol ou a chuva; caminhar pisando o calçamento grudento, entre carros e caminhões, é arriscado: muitos avançam velozmente e também é necessária atenção com quem manobra no estacionamento. Como sempre, os galpões – sobretudo aqueles intermediários, entre o setor de hortifrutigranjeiros e os galpões de cereais e de carnes – são escuros e mal-iluminados. B

Crise econômica provoca abandono e obras inacabadas em Feira

A crise econômica que os brasileiros – e feirenses – vêm enfrentando não deixa suas marcas apenas nas pessoas. É claro que a dimensão humana do drama tem mais apelo: quem pena com o desemprego e a compressão na renda enfrenta um cotidiano traumático, descartando tudo aquilo que não é essencial – sobretudo os pequenos confortos que tornam a vida menos áspera – e isso, indiscutivelmente, deixa sequelas, provoca choques, afeta a autoestima. Outros enfrentam realidade ainda pior, suprimindo sonhos e, muitas vezes, enfrentando o dia a dia sem o mínimo essencial para a subsistência. Isso é apenas uma das dimensões do drama da recessão. Ele possui outros recortes, às vezes muito mais visíveis. Um deles é o estado do patrimônio imobiliário. A observação, ampla, se estende às construções de toda natureza: desde os modestos casebres da periferia feirense às grandes empresas abalroadas pela crise, passando pelas residências de classe média e pelo comércio da cidade, incluindo-se aí aqueles do

A Feira que se deseja para a próxima década (III)

Não é de hoje que a mudança do Terminal Rodoviário da Feira de Santana é tema nas conversas de muitos feirenses. Desde o início do século, nas campanhas eleitorais, candidatos a prefeito anunciam a intenção de transferir o equipamento. Até hoje nenhum passo foi dado. Mas tudo indica que, ano que vem, mais uma vez, nas eleições municipais, a questão vai ser abordada, sobretudo nos debates em emissoras de rádio e tevê, cujo clima é adequado aos anúncios bombásticos. Há um charme transformador, futurista, visionário, ao se tratar do tema. Os candidatos a prefeito em 2020 já devem estar de olho. Só que, sempre que a questão vem à tona, a abordagem é vaga, imprecisa. Pior ainda: não é antecedida por um debate com os interessados, sobretudo os usuários. Houve um tempo em que se prometia um novo terminal ali na Avenida João Durval, perto do shopping e de suntuosos edifícios empresariais. Mais recentemente, foi a vez das imediações da BR 324 – no trecho entre a Princesa do Sertão e Salvad

A Feira que se deseja para a próxima década (I)

O Governo do Estado anuncia para meados do ano a licitação para a construção da Ponte Salvador-Itaparica. Pelo que noticia a imprensa, empresários chineses estão muito interessados em tocar o empreendimento. Parece que não estão assustados com a crise econômica que deprime o Brasil há quase cinco anos, nem com a instabilidade política que balouça a enferma democracia do País. Caso toquem a empreitada – e tudo saia conforme se anuncia – talvez até o final da primeira metade da próxima década o equipamento esteja pronto. A previsão aponta que mais de R$ 1 bilhão sairá dos cofres públicos para custear o empreendimento. O montante soma-se a investimentos de vulto realizados na última década, como as linhas um e dois do metrô, as rótulas do Aeroporto e do Abacaxi, o sistema viário implantado no bairro do Imbuí e a Avenida Gal Costa, que conecta áreas de expansão na periferia de Salvador. É claro que a capital baiana permanece carente de investimentos em infraestrutura viária e de trans