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Mostrando postagens de outubro, 2011

Lembranças de Havana (VII)

-->   As ruas de la Habana Vieja guardam algumas semelhanças com os centros antigos de muitas cidades, mas possuem algumas características bastante particulares. Uma delas é a simetria entre as ruas: aparentemente, as ruas centrais da cidade foram meticulosamente planejadas, o que contrasta com os centros antigos normalmente ocupados ao sabor das necessidades imediatas. Não consegui descobrir se foi obra do caso ou capricho do colonizador espanhol. A característica mais marcante, no entanto, é que as ruas muito estreitas raramente são banhadas pelo sol. O arruamento tangencial à trajetória do sol e os inúmeros sobrados vedam a luz natural e conferem à paisagem um aspecto sombrio e úmido consagrado nas fotografias da cidade. Essas observações vem à cabeça à medida que o transeunte oriundo do mundo capitalista choca-se com a absoluta ausência de estabelecimentos comerciais. A lógica mercantil orienta a ocupação dos espaços urbanos nas sociedades de consumo, valorando ou não

O espetáculo do futebol amador

            Numa cidade com poucas alternativas de lazer como a Feira de Santana, o futebol amador dos finais de semana cumpre a função de divertir, entreter e congregar um número de pessoas difícil de ser mensurado. Enquanto centenas de atletas correm atrás da bola em dezenas de campos espalhados pelos diversos bairros da cidade nas manhãs de domingo, milhares de expectadores acompanham atentos, vibrando e torcendo por suas equipes. Essa atividade se desenvolve em praças esportivas razoavelmente estruturadas – como na Vila Olímpica dos Amadores ou no Beira-Riacho, ali ao lado do Centro de Abastecimento – ou em campos duros de terra batida, nos quais a boa-vontade dos apaixonados por futebol ajuda a superar inúmeras deficiências. Um exemplo do que a paixão pelo futebol pode produzir é o próprio Campeonato Feirense de Amadores, que há décadas reúne equipes de bairros diversos, que se enfrentam em partidas aguardadas com imensa expectativa ao longo da semana. Organizada sob a tute

Os tortuosos caminhos do financiamento da cultura

  Acompanho, com algum interesse, a evolução das discussões sobre o financiamento da cultura na Bahia nos últimos anos. Há muito se fala sobre a questão: antigamente, os artistas do interior reclamavam da desatenção dos governantes soteropolitanos, na Soterópolis, que ignoravam a produção cultural em centenas de municípios, no momento de repartir o orçamento; hoje, as reclamações no interior declinaram um pouco, mas, em Salvador, muitas vozes se elevaram fazendo alusões ao “caos” da cultura e reivindicando o retorno aos velhos tempos. Não restam dúvidas sobre a riqueza e a diversidade culturais da Bahia e sobre o potencial desses atributos na geração de riquezas, de postos de trabalho e na atração de visitantes através do turismo. A exploração desse potencial, no entanto, passa por um impulso inicial que, por sua vez, depende dos recursos disponíveis. Os orçamentos da União e dos Estados destinados à cultura são bastante modestos: oscilam entre 0,7% e 1% ao longo dos anos. Em m

Aeroporto parece que decola

              Depois de longos anos de inatividade, o aeroporto da Feira de Santana foi finalmente reaberto para pousos e decolagens há alguns dias. Há, no entanto, outras novidades que devem ser vistas com otimismo. Uma delas é que uma companhia aérea cogita – por enquanto, apenas cogita – operar voos comerciais no município, algo sobre o que não se fala há muito tempo. Antiga aspiração do feirense, pode se concretizar, caso a crise econômica mundial não se alastre e contamine as perspectivas de crescimento para o Brasil nos próximos anos.             A outra boa notícia é que, no orçamento que se encontra em apreciação na Assembleia Legislativa para 2012, está prevista a aplicação de R$ 150 mil em obras no aeroporto feirense. Aparentemente, está mantida a expectativa que o equipamento continue a figurar entre os interesses do Estado.             Conforme noticiou a imprensa em visita recente do vice-governador e secretário de Infraestrutura, Otto Alencar, foram investidos R$