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Mostrando postagens de outubro, 2014

Os odores do segundo turno das eleições presidenciais

    Nesse segundo turno das eleições presidenciais, a exemplo do que aconteceu na eleição anterior, em 2010, os nordestinos estão sendo alvo de uma implacável campanha difamatória nas redes sociais. Os perfis pessoais de muitos insatisfeitos tornaram-se verdadeiras cloacas digitais. Tanto ódio é porque boa parte da população dos estados do Nordeste votou em Dilma Rousseff (PT), contra o candidato da chamada grande mídia e das “elites”,   o senador mineiro Aécio Neves, do PSDB.               Além do odor típico das cloacas, essa gente exala um inebriante ranço de mofo. Afinal, as pretensas ideias que destilam com acidez biliar, na verdade, são antiquíssimas, herdadas dos avós aristocratas que povoavam as Casas Grandes do Brasil Império. É claro que a maioria não descende da aristocracia cafeeira mas, macaqueando os antigos patrões, julgam-se próximos destes.                 O alvo primordial do preconceito tem sido os brasileiros pobres, beneficiários do Programa Bolsa Família

Uma eleição, dois Brasis

                Bastou o resultado final do primeiro turno das eleições presidenciais de 2014 ser divulgado, que o esgoto interior de muita gente regurgitou nas chamadas redes sociais: xingamentos, agressões, piadas preconceituosas e uma infinidade de ofensas reverberaram, atraindo a escandalizada atenção da imprensa. Os homossexuais, os ateus, os sindicalistas, os militantes da esquerda e, sobretudo, os nordestinos pobres foram vítimas de incontáveis injúrias. Na visão desequilibrada de certas figuras, foram esses segmentos que asseguraram a vitória da candidata petista Dilma Rousseff no primeiro turno. Devem, portanto, ser furiosamente fustigados porque se opuseram à candidatura tucana que, na visão distorcida dessas pessoas, encarna o “Bem”.                 O Brasil vive, hoje, a mais severa onda conservadora desde a redemocratização do País, em 1985. O grande problema que se enfrenta não é o conservadorismo em si – afinal, todos tem direito a opções ideológicas e a uma

Uma eleição sem ideias

No próximo domingo os brasileiros irão às urnas para escolher seus governantes pelos próximos quatro anos. A essas alturas, pode-se afirmar que a campanha eleitoral em 2014 foi pra lá de enfadonha. O que prometia ser um pleito eletrizante – em função das jornadas de junho de 2013, que levaram milhões de jovens brasileiros às ruas, numa rara demonstração de insatisfação com os rumos políticos do País – mostrou-se um processo monótono, no qual predominaram os discursos já amplamente conhecidos pela população.                 As novidades ficaram no âmbito dos rótulos dos marqueteiros: a reiterada repetição sobre o “novo” e a “mudança” também enfadaram. Sobretudo porque, objetivamente, ninguém apresentou nada de novo: além da continuidade do que já está em andamento, requentaram promessas velhas e – o que talvez destoe das surradas macaqueações – prometeram-se bizarrices sem tamanho, dignas de até divertir o eleitor.                 Algumas discussões, todavia, por trazerem t

Aeroporto abre novas perspectiva econômicas

Depois de incontáveis idas e vindas, finalmente a Feira de Santana vai passar a contar com voos comerciais para, inicialmente, três destinos: Salvador e Teixeira de Freitas, na Bahia, e Belo Horizonte, a capital de Minas Gerais. O primeiro voo, que marcou a inauguração do aeroporto, aconteceu semana passada, com a presença do governador Jaques Wagner (PT). A previsão é que, em breve, quem for se deslocar para esses três destinos poderá fazê-lo em aeronaves da empresa aérea Azul. É longo o histórico feirense de frustrações com o seu aeroporto. Afinal, o equipamento foi construído há três décadas e, ao longo de todo esse tempo, foi muito pouco funcional, praticamente não servindo à comunidade feirense. E, durante longos anos, andou desativado, até o início das intervenções recentes.   A ideia, há muito divulgada, é que o equipamento sirva, sobretudo, para o transporte de cargas. A proposta é oportuna: principal referência logística do Norte-Nordeste, Feira de Santana oferece

A farra midiática dos candidatos nanicos

                Em 1989, quando os brasileiros votaram pela primeira vez para presidente após 28 anos, havia cerca de 20 candidatos à Presidência da República. Além de Lula e Fernando Collor, que disputaram o segundo turno, havia algumas figuras emblemáticas da política brasileira, a exemplo de Ulisses Guimarães (PMDB) e Leonel Brizola (PDT). Mas, garoto ainda, o que mais me chamou a atenção foram algumas candidaturas cômicas, quase amadoras, como a do já falecido médico Enéas, que berrava seu nome no vídeo. O empresário Sílvio Santos também figurou no rol daquelas excentricidades eleitorais.                 Um quarto de século depois, em 2014, a quantidade diminuiu, mas as eleições presidenciais no Brasil seguem exibindo candidatos ridículos, eleitoralmente inexpressivos e que, apenas com suas presenças, contribuem para embaçar o jogo eleitoral e desviar as atenções das candidaturas viáveis. Essas é que deveriam ter mais tempo para apresentar suas propostas e discuti-las em de