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Mostrando postagens de 2013

Reflexões da semana do Natal

                    Semana passada comentamos que as ruas na Feira de Santana regurgitam com o período natalino. Levas de consumidores invadem as lojas, examinam produtos com meticuloso escrúpulo, empreendem incontáveis cálculos mentais para, por fim, retomar as calçadas com uma infinidade de embrulhos que vão contribuir para tornar ainda mais caótico o trânsito nas principais artérias da cidade. Depois do Natal o movimento escasseia: além da tradicional troca de presentes, veem-se apenas retardatários comprando roupas novas para recepcionar o Ano Novo.                 O movimento vibrante dos dias que antecedem as celebrações do Natal cede lugar, na pitoresca semana em que se curam as ressacas natalinas e preparam-se corpo e espírito para recepcionar o Ano Novo, ao ir-e-vir mais lento e menos intenso de pessoas pelo centro da cidade. Muitos já estarão nas praias, aguardando 2014. Janeiro costuma ser período de poucos negócios. É nele que o comércio apura os lucros do último

A jornada dos filhos de Papai Noel

                  Em dezembro, junto com o calor que aumenta com a proximidade do verão, as ruas centrais da Feira de Santana ganham, gradativamente, um número incontável de consumidores. O pagamento do décimo-terceiro salário para os trabalhadores formais e, sobretudo, os festejos natalinos com todos os seus apelos ao consumo, magnetizam e atraem milhares de pessoas, desde meados de novembro, para o fervilhante centro da cidade. Nessa época do ano, consumidores e o clima seguem um roteiro às vezes milimetricamente predeterminado.                 Apesar dos eventuais imprevistos da natureza em função das tão comentadas mudanças climáticas, o clima sertanejo segue uma sequência facilmente imaginável para quem acumula a experiência de muitos anos de observação. Logo cedo, e até o final da manhã, imensas nuvens encardidas se sucedem varrendo a amplidão, mas o calor permanece sufocante. Depois do meio-dia as nuvens escasseiam e o céu azul reflete a luz radiante do sol.          

Bolsa Família como política de Estado

                             O senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à presidência da República, teve uma iniciativa muito feliz: apresentou a proposta de incorporar o Programa Bolsa Família (PBF) à Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). O projeto tramita no Congresso Nacional, contando com pareceres favoráveis. Segundo justifica o senador mineiro, a ideia é tornar o Bolsa Família uma política de Estado e não de governo, como ainda é hoje. Esperto, antecipa-se a estratégia eleitoral petista de invariavelmente acusar os adversários de pretender extinguir o programa.                   Ano que vem, quando soarem os tambores eleitorais, certamente Aécio Neves vai tentar capitalizar a iniciativa no horário eleitoral, o que é perfeitamente natural. Mas, com uso eleitoreiro ou não, a proposta é muito bem vinda. Os milhões de brasileiros que dependem dos recursos repassados pelo programa necessitam da certeza de que nenhuma marola partidária pode comprometer a continuidade

A Lição que vem do Conjunto Viveiros

O Viveiros é um dos bairros mais esquecidos da Feira de Santana. Foi erguido nos primeiros anos da década de 1990, como conjunto residencial para a população de baixa renda. Surgiu junto com o Feira IX, numa época de inflação estratosférica e escassos recursos para investimento em moradia popular. Fica fora dos limites da Avenida Contorno, após o conjunto Feira X. Uma estreita e sinuosa via, por onde circulam poucos ônibus, ligam o Viveiros à cidade. A vegetação no entorno é agreste: o bairro fica na porção semiárida da Feira de Santana. O sol se põe nos morros atrás do conjunto. Não é só a distância do centro da cidade que caracteriza o Viveiros. Com os primeiros moradores, chegaram junto os problemas que castigam os bairros periféricos das médias e grandes cidades brasileiras. Poucos postos de saúde – e escassa atenção de profissionais de saúde – e escolas precárias são desafios comuns à comunidade. Inúmeros outros problemas afligem a população: vias esburacadas que levant

A importância do Plano Diretor para o comércio informal

                 O impasse que envolve a relocação dos camelôs, ambulantes e feirantes no centro da Feira de Santana voltou ao noticiário na semana passada. Isso por conta da louvável audiência promovida pela Câmara Municipal para discutir a questão. Pelo que o noticiário sobre o evento deixou transparecer, há inúmeros consensos envolvendo o tema. É a partir desses consensos – em que pesem as inúmeras controvérsias envolvidas - que vai se chegar a soluções mais duradouras, como todos anseiam.          O primeiro consenso é lógico: como está, a situação não pode permanecer. A expansão desordenada do comércio informal sufoca as principais artérias do centro comercial, prejudicando todos: os comerciantes formais e suas lojas; os consumidores expostos às aglomerações e à insegurança; e os próprios camelôs e ambulantes, que trabalham sob condições absolutamente precárias.                 Deriva desse consenso um raciocínio igualmente óbvio: as vias comerciais devem ser desobstruí