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Mostrando postagens de janeiro, 2012

O risco de uma “cracolândia” feirense

  Não lembro exatamente se foi na véspera ou na antevéspera de Natal. O que recordo bem é que dezembro transcorreu sob um calor insano, apesar das imensas nuvens encardidas, prenunciando uma chuva que caiu no fim da manhã e que encobria o sol com frequência. Passava por uma das esquinas da avenida Sampaio e notei os três homens conversando, dois deles debruçados numa varanda. O movimento de veículos e pedestres já era menor, em função dos festejos natalinos. Mas ainda assim muita gente entrava e saía das clínicas nas imediações. Antes que passasse por eles, o grupo se dispersou: dois permaneceram na varanda, um seguiu adiante. Um dos interlocutores comentou sobre o que saíra: “Querendo fumar pedra a essa hora. Tem mais é que se f... mesmo”. O ar de desprezo reforçava o tom cruel da sentença. O que seguira devia ser adolescente: maltrapilho e encardido, tinha a idade incerta dos que vivem nas ruas. As roupas largas e sujas dançavam no corpo magro, de pele parda. Adiante paro