Todo
dia há, na imprensa, dados positivos sobre a situação da economia brasileira.
As reformas, afirma-se, vão garantir um futuro róseo aos brasileiros; estamos
readquirindo credibilidade, pois os investidores já nos observam com os olhos
gulosos de antigamente; o endividamento do consumidor cai e, dessa forma, ele
já pensa em voltar a consumir; e os empresários, esses seres de intuição
transcendente, já farejam nova fornada de progresso lá adiante.
Quem
não gostaria de imergir nas preliminares desse idílio? Aqueles que padecem sob
a interminável recessão, sem dúvida, gostariam de viver lá. Mas, por enquanto,
isso segue parecendo fantasia. Afinal, pelo menos na Feira de Santana, o
desemprego permanece mostrando musculatura.
Dados
do Ministério, Trabalho e Emprego (MTE) indicam que, em fevereiro, foram 266
empregos formais a menos. No acumulado do ano – o primeiro bimestre – a soma
totaliza saldo negativo de 789 postos. Nos 12 meses encerrados em fevereiro
desapareceram nada menos que 6,1 mil empregos.
Afirmava-se,
em 2015, que a retomada viria lá adiante, no segundo semestre daquele mesmo ano.
Veio 2016 e o discurso se manteve: com a ascensão de Michel Temer (PMDB-SP), o
mandatário de Tietê, bastariam alguns meses para os “primeiros sinais” da
retomada que, por enquanto, só se enxerga nos discursos do ministro da Fazenda.
E, aos poucos, já caminhamos para encerrar o primeiro semestre do badalado 2017,
sem mudança no horizonte.
Comércio
Na
Feira de Santana, depois da enxurrada de demissões na construção civil, quem
começou demitindo em 2017 foi o comércio: - 431 empregos em dois meses; serviços
(-214) veio na sequência para, só então, a vilã, a construção civil (-94), num
modesto terceiro lugar.
Os
serviços, a propósito, no acumulado de 12 meses encerrado em fevereiro, é quem
lidera o declínio, com -2,1 mil empregos; um pouco mais distante vem a
construção civil com 1,9 mil empregos extintos. Esses dados atestam que o
avassalador movimento inicial de retração na construção civil foi se irradiando
pelos demais setores, alcançando-os, ainda que com significativo retardo.
Afirma-se
– com convicção religiosa – que em junho o movimento descendente no mercado de
trabalho estanca; mas que a recuperação será lenta, estendendo-se ao longo dos
anos. Nesse cenário ajusta-se a propaganda governista, que dilui direitos com
terceirização e reforma trabalhista alegando que, mais à frente, isso vai gerar
emprego, ajudando a economia a se reerguer.
O fato é que a Feira de
Santana avança pelo terceiro ano consecutivo perdendo empregos. Isso
desconsiderando o trimestre final de 2014, que também foi perverso com o
trabalhador. Há muita promessa, muita conversa, muita propaganda, mas o fato é
que mais e mais famílias vão empobrecendo na Feira de Santana, sem perspectivas
de melhora no curto prazo.
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