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Feirense já se retrai com epidemia de coronavírus

A cotação do dólar segue nas nuvens. E a economia chinesa registra inédita retração depois da epidemia de coronavírus que impôs a paralisação das atividades econômicas para contê-la. Isso não vai se restringir às fronteiras do distante país asiático. É uma questão de tempo para os reflexos se espraiarem pelo planeta e, lá adiante, chegarem aqui, à Feira de Santana. Quem nunca saiu do Brasil – e às vezes, nem da Bahia – acaba afetado porque, hoje, a economia brasileira é muito articulada à chinesa.
Dólar mais alto – não se sabe quando vai começar a cair a cotação e a até que nível – é sinônimo de importações mais caras. Tudo indica que, com esse movimento, parte da oscilação cambial seja repassada ao consumidor. O que isso significa? Preços finais mais elevados. Vão pesar no bolso do brasileiro essas turbulências.
Por aqui, a contração na economia está apenas começando. Pelas ruas da Feira de Santana já se percebe que o movimento diminuiu. Muita gente está ficando em casa – sobretudo os idosos – num movimento prudente para se expor o mínimo possível ao risco de contágio. Pânico provocado pela imprensa? Só a excêntrica trupe de Jair Bolsonaro, o “mito”, acredita em sandices do gênero.
Pânico é correr para supermercados para estocar alimentos ou produtos de higiene. Muita gente vem fazendo isso em São Paulo ou no Rio de Janeiro, metrópoles mais afetadas pela epidemia até agora. Infelizmente o Brasil é conduzido por um “bufão” e o governo, sequer, se movimenta para orientar a população sobre estas questões essenciais.
Países conduzidos por gente séria – não é o caso brasileiro – estão adotando um conjunto de medidas que, para a meia-dúzia de caricatos que foram às ruas domingo (15), são exageradas, despropositadas. Evangélicos profissionais que auxiliam o “mito” também se mobilizaram, desdenhando o coronavírus, atribuindo-o a coisa de “satanás”. Não dá para alimentar otimismo desse jeito.
O discurso e o deboche podem se esfumaçar quando os efeitos da epidemia se tornarem mais visíveis. Mas para isso é necessário apostar num improvável surto de lucidez. Pelo histórico recente, nada sinaliza nessa direção. Afinal, o discurso da “fé” sufoca, aliena, brutaliza. Não faltam incautos que o abracem.
Milhares de pessoas já morreram mundo afora com a epidemia. Mesmo assim, por aqui, os acólitos do novo regime insistem em negar o problema, minimizá-lo. Percebe-se que, por esta razão, que, estamos bem mais perto das cavernas que os outros lugares...

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