Elas
voltaram. Depois de uma longa inatividade, a turma das panelas resolveu
reocupar as varandas gourmet, desta
vez contra o Jair Bolsonaro, o “mito”. Nas últimas duas noites os
protestos foram intensos em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília,
Belo Horizonte, Salvador e Recife. É o que se vê no noticiário. A epidemia do
coronavírus – que o “mito” considera histeria, bobagem amplificada pela
imprensa – foi o gatilho que deflagrou os panelaços.
O
movimento tem algo de inusitado: muitos dos que se manifestam fizeram o mesmo
contra o petê em 2016 e, obviamente, ajudaram a eleger o “mito” dois anos
depois. O desdém de alguém que ocupa a presidência da República pelo mais grave
problema de saúde pública no País nas últimas décadas é espantoso. As reações
não são à toa.
Muita
gente está aí, desesperada, com medo da epidemia e, ao mesmo tempo, sem saber o
que fazer para garantir o sustento da família. São autônomos,
microempreendedores, camelôs e ambulantes que, com o paradeiro da economia,
enfrentarão um duro período sem renda. E o que faz o “mito” diante desta
calamidade? Anuncia uma festinha para comemorar o próprio aniversário no
próximo sábado (21).
Medidas
duras – adotadas pelo demais governantes, mas indispensáveis para conter a
proliferação da doença – se avolumam. É o caso da suspensão do transporte
intermunicipal entre a Feira de Santana e Salvador, por exemplo. Aliás, não
apenas para a capital: a medida vale para qualquer cidade. Seguramente é algo
inédito por aqui. E vai produzir impacto terrível sobre o comércio e os
serviços na Princesa do Sertão.
Já
se vê, nas ruas, os efeitos da pandemia: muita gente ociosa, aguardando
clientes que não aparecerão. As bancas e as barracas estão lá, mas passa pouca
gente, normalmente apressada, assustada com o coronavírus. Qual o efeito disso?
Um brutal achatamento na renda dessa gente. O comércio formal, diga-se de
passagem, também verga sob a pandemia, com lojas vazias.
Apesar
de todas as evidências de que o mundo enfrenta uma das maiores pandemias de sua
História, o “mito” e Paulo Guedes, seu ministro da Economia – aquele que foi
chamado de “Tchutchuca” – insistiam, até ontem (17), que as atividades econômicas
deviam ser preservadas e que só os idosos deveriam se recolher. É o pior dos
mundos: a recessão é inevitável e cadáveres seriam produzidos em escala
industrial.
Outros governantes – e o
próprio ministro da Saúde –, felizmente, perceberam a gravidade da situação e
estão agindo para evitar o muito pior. Mesmo com o “mito” atrapalhando, com
suas declarações desastrosas, seu histrionismo e suas evidentes limitações
cognitivas...
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