Amanhã
(29) o prefeito Colbert Martins Filho (MDB) vai anunciar se mantém o comércio
feirense fechado ou se revoga a medida. É visível a pressão que o chefe do
Executivo está sofrendo para determinar a reabertura. Choveram propostas na
reunião com empresários, ontem à tarde, sugerindo alternativas para que as
lojas sejam reabertas. A questão é o coronavírus que está aí, à espreita.
Qualquer decisão errada pode precipitar uma catástrofe.
Até
aqui a conduta do prefeito na gestão da pandemia no município tem sido muito
equilibrada. Firme, sereno, didático, proativo, Colbert Filho vem conseguindo
passar tranquilidade à população e mostrar que está adotando medidas em
sintonia com o que recomendam instituições como a Organização Mundial de Saúde,
a OMS. Inclusive em relação ao fechamento do comércio e ao isolamento social.
Caso
recue e permita a reabertura de todas as lojas, o prefeito estará assumindo
riscos imensos. Sem a mesma estrutura em saúde que as capitais brasileiras – e
que muitos municípios do mesmo porte – a Princesa do Sertão pode, daqui a cerca
de um mês, enfrentar o horror das unidades de saúde superlotadas e da
contaminação em massa.
Lá
adiante, nenhum empresário fará mea culpa
e dirá que a decisão de reabrir foi um erro. Ninguém assumirá sua parcela de
responsabilidade. Todo o ônus recairá sobre o prefeito.
Sobrará
para Colbert Filho, que inclusive disputa a reeleição em meados do ano. Uma
guinada desastrada na gestão da crise sepultará qualquer possibilidade de
reeleição. Caso mantenha o equilíbrio e contribua para minimizar os danos, desponta
como favorito. Em suma, os rumos eleitorais na Feira de Santana se vinculam,
cada vez mais, à gestão eficiente da crise do coronavírus.
É
evidente que milhares de trabalhadores estão aí, com suas atividades suspensas,
sobrevivendo no sufoco. Trata-se, também, de um problema complexo. Mas sua
resolução não cabe só à prefeitura. Na verdade, é o governo federal –
completamente sem rumo – que deveria apresentar soluções. Não é o que se vê,
mas essa responsabilidade não é do prefeito.
A
propósito: Salvador está ampliando as restrições ao funcionamento do comércio.
O prefeito da capital, ACM Neto, também vem fazendo um trabalho elogiável
naquela cidade com suas imensas favelas e com seus riscos de contaminação assustadores.
Lá, a classe empresarial é mais esclarecida e não tenta emparedar o chefe do
Executivo.
Parece que os empresários
feirenses estão mais alinhados com as ideias de Jair Bolsonaro – se é que
podemos classificar assim – que defende que o “Brasil não pode parar”. Pelo
jeito, querem que o País se movimente. Mesmo que na contramão do mundo...
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