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Variante Ômicron segue avançando

 

O painel epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde – SESAB – informou ontem (23) que 66% dos leitos de UTI adulto na Bahia estão ocupados. São 580 vagas no total e 381 internados. A situação dos leitos de UTI para crianças é ainda mais crítica: são 29 vagas e 25 pacientes, o que corresponde a alarmantes 85% de ocupação. Desde o começo do ano que a Covid-19 avança – agora com a variante Ômicron – e, na Bahia, há 19,6 mil casos ativos da doença, o maior número desde março de 2021.

A doença também vem avançando aqui na Feira de Santana. Só ontem foram mais 303 novos casos confirmados, embora só haja atualmente dois pacientes internados. Estes números são da Secretaria Municipal de Saúde. No momento, segundo a SESAB, são 453 casos ativos no município. Desde dezembro foram notificados quase 1,7 mil casos na Feira de Santana.

Vá lá que boa parte da população já se vacinou e os efeitos da doença tendem a ser menos severos entre quem está imunizado. Vá lá, também, que a população já está cansada das medidas restritivas e afoita para retomar sua rotina. Mas não deixa de estarrecer o clima de que a pandemia acabou, de que a Ômicron é uma “gripezinha” e de que não há problema em se expor, se contaminar.

Mencionei noutro texto que muita gente já circula tranquilo, sem máscara e sem sequer dispor do equipamento à mão; outros não completaram o esquema vacinal e bem pouca gente já tomou a indispensável dose de reforço. Essa negligência se soma ao funcionamento de tudo praticamente sem restrições.

Só agora, timidamente, os governantes estão anunciando algumas medidas restritivas. Quase nada em comparação àquilo que alguns países europeus fizeram, por exemplo, para conter essa nova onda no final do ano passado. Como 2022 é ano eleitoral, no fundo, talvez os governantes não desejem tomar nenhuma medida drástica que os indisponha com o eleitor cansado da pandemia.O problema é seguir morrendo gente, como se vê.

Em suma, quem preza pela própria vida deve seguir se cuidando. Afinal, o que se nota por aí são novas demonstrações de desapego pela vida, tão comuns desde o começo da pandemia. Não foi por acaso que mais de 620 mil brasileiros morreram vítimas da Covid-19.

Confesso que torço para estar enganado. Mas, infelizmente, especialistas no tema não dizem que a pandemia acabou, que a Ômicron é só uma “gripezinha”, que se pode sair por aí, tranquilamente, sem máscara. Os próximos dias – imagino – trarão as respostas.

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