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Obras avançam no viaduto da Uefs, mas Feira precisa de mais

 

A construção do viaduto defronte a Uefs, na BR 116 Norte, está avançando. Quando concluída, a obra vai facilitar o fluxo de veículos por aquela região. O equipamento integra a duplicação de parte da BR 116 Norte, rodovia que, sobretudo, liga a Feira de Santana a Serrinha. Há décadas o deslocamento entre as duas cidades é perigoso, em função do tráfego intenso e dos acidentes constantes.

Tudo indica que, com a conclusão da obra, haverá redução nos acidentes e nos números de mortos e feridos. É um avanço para a região e também para quem transita em direção aos demais estados nordestinos. A obra começou no mandato de Michel Temer (MDB-SP) – o mandatário de Tietê – e arrasta-se no desgoverno de Jair Bolsonaro, o “mito”.

Noto que, ultimamente, fala-se muito das necessidades logísticas para a Feira de Santana. É comum isso acontecer à medida que as eleições estaduais vão se aproximando. Quem é oposição, fustiga, acusa que nada foi feito. Quem é governo defende-se, desfia planos, aponta empecilhos. Às vezes, brande realizações.

O debate sobre a infraestrutura logística é necessário. Mas é essencial que ele se articule a uma proposta mais ampla, de um plano de desenvolvimento que integre também as diversas regiões que compõem a Bahia. É fundamental também que contemple dimensões que vão além da logística – social, econômica, ambiental, tecnológica – constituindo, de fato, um plano de desenvolvimento.

Apesar do horror que campeia pelo Brasil, imagino que os candidatos ao governo baiano pretendem apresentar propostas desta natureza. Creio, também, que estas propostas – com alcance estadual – abrigarão a Feira de Santana, por sua evidente relevância.  Algo, portanto, articulado, que envolva uma estratégia de desenvolvimento mais ampla. O que se fazia no passado, quando o Brasil tinha futuro.

Utopia? Pode até ser. A questão é que o jogo que prevalece hoje – o despudorado mercadejar, o toma-lá-dá-cá, a barganha mais abjeta – rende voto para quem mercadeja, garante apoio parlamentar à claque aboletada no Planalto Central, mas afunda o Brasil na pobreza, na estagnação e na ausência de perspectivas. Particularmente num contexto que exige ativa presença do Estado, o que se verá no pós-pandemia.

É longo e espinhoso o caminho para o Brasil se desenvolver como nação. Faz-se necessária uma estratégia nacional, um complexo processo de pactuação com a sociedade e um planejamento competente. Tudo o que não existe hoje. Mas, antes de mais nada, para viabilizar estes anseios, é necessário que o País, de fato, passe a contar com um governo a partir de 2023...

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