Pular para o conteúdo principal

Bahia anuncia aquisição da vacina Sputnik V

 Uma das notícias mais aguardadas desde o começo da pandemia foi ao ar hoje (12): a Bahia, por meio do governo estadual, vai adquirir 9,7 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. O próprio governador Rui Costa (PT) fez o anúncio, à tarde, em reunião com prefeitos da Região Metropolitana de Salvador. O primeiro lote deve chegar no mês de abril. Semana que vem deve acontecer o ato oficial de assinatura do contrato. É o passo mais importante, até aqui, para o estado superar a Covid-19.

Caso a boa notícia se confirme, quase cinco milhões de baianos serão imunizados. Com o reforço, talvez até julho os grupos de maior risco estejam vacinados. E, quem sabe, parte da população adulta, aquela com faixa etária mais elevada. Dos cerca de 15 milhões de baianos, cerca de 17% - aproximadamente 3 milhões de pessoas – tem até 18 anos e não será vacinada. Sendo assim, quase metade da população adulta – 5 milhões dos 12 milhões restantes – provavelmente será imunizada nos próximos meses.

Como os mais informados sabem, a participação do governo de Jair Bolsonaro, o “mito”, foi nenhuma no processo. Uma azeitada articulação dos governadores nordestinos viabilizou a negociação, desde o segundo semestre do ano passado, com o Fundo Soberano Russo. Apesar da catástrofe que se vive por aqui, com mais de dois mil mortos diariamente, surge finalmente uma centelha de esperança.

Infelizmente, até lá, muita gente vai seguir morrendo. Os hospitais estão lotados e a quantidade de casos cresce assustadoramente todos os dias. Na Feira de Santana, por exemplo, há quase 2,5 mil casos ativos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Só que a subnotificação é alta, como todos sabem. Quantos feirenses estão aí com o vírus, pelas ruas, circulando? Embora as autoridades locais nem sempre abram a boca para recomendar, é melhor ficar em casa e sair só quando estritamente necessário.

Dias atrás disseram por aqui que lockdown não refreia a pandemia e o melhor para reduzi-la é manter o comércio aberto. Pelos números, parece que vão precisar revisar essa “teoria” revolucionária, porque o total de contaminados dá saltos diários absurdos. Ou não: no fundo, o que importa é o lucro. Não é à toa que a situação é crítica.

Tomara que o acordo entre o governo baiano e o Fundo Soberano Russo se confirme. Caso isso ocorra, logo surgirão altas teorias conspiratórias sobre os russos e sua vacina. A propósito: será que os acólitos do “mito” vão invocar “razões geopolíticas” para não se vacinar? Vamos aguardar...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cultura e História no Mercado de Arte Popular

                                Um dos espaços mais relevantes da história da Feira de Santana é o chamado Mercado de Arte Popular , o MAP. Às vésperas de completar 100 anos – foi inaugurado formalmente em 27 de março de 1915 – o entreposto foi se tornando uma necessidade ainda no século XIX, mas só começou a sair do papel de fato em 1906, quando a Câmara Municipal aprovou o empréstimo de 100 contos de réis que deveria custear sua construção.   Atualmente, o MAP passa por mais uma reforma que, conforme previsão da prefeitura, deverá ser concluída nos próximos meses.                 Antes mesmo da proclamação da República, em 1889, já se discutia na Feira de Santana a necessidade de construção de um entreposto comercial que pudesse abrigar a afamada fei...

Patrimônio Cultural de Feira de Santana I

A Sede da Prefeitura Municipal A história do prédio da Prefeitura Municipal de Feira de Santana começou há 129 anos, em 1880. Naquela oportunidade, a Câmara Municipal adquiriu o imóvel para sediar o Executivo, que não dispunha de instalações adequadas. Hoje talvez cause estranheza a iniciativa partir do Legislativo, mas é que naqueles anos os vereadores acumulavam o papel reservado aos atuais prefeitos. Em 1906 o município crescia e o prédio de então já não atendia às necessidades do Executivo. Foi, então, adquirido um outro imóvel utilizado como anexo da prefeitura. Passaram-se 14 anos e veio a iniciativa de se construir um prédio único e que abrigasse com comodidade a administração municipal. Após a autorização da construção da nova sede em 1920, o intendente Bernardino Bahia lançou a pedra fundamental em 1921. O engenheiro Acciolly Ferreira da Silva assumiu a responsabilidade técnica. No início do século XX Feira de Santana experimentou uma robusta expansão urbana. Além do prédio da...

O futuro das feiras-livres

Os rumos das atividades comerciais são ditados pelos hábitos dos consumidores. A constatação, que é óbvia, se aplica até mesmo aos gêneros de primeira necessidade, como os alimentos. As mudanças no comportamento dos indivíduos favorecem o surgimento de novas atividades comerciais, assim como põem em xeque antigas estratégias de comercialização. A maioria dessas mudanças, porém, ocorre de forma lenta, diluindo a percepção sobre a profundidade e a extensão. Atualmente, por exemplo, vivemos a prolongada transição que tirou as feiras-livres do centro das atividades comerciais. A origem das feiras-livres como estratégia de comercialização surgiu na Idade Média, quando as cidades começavam a florescer. Algumas das maiores cidades européias modernas são frutos das feiras que se organizavam com o propósito de permitir que produtores de distintas localidades comercializassem seus produtos. As distâncias, as dificuldades de locomoção e a intermitência das safras exigiam uma solução que as feiras...