– ...Está aqui que foi ele quem financiou a campanha de Lula...
E
folheava febrilmente uma publicação qualquer que – suponho – devia conter a
prova definitiva e arrasadora contra o ex-presidente Lula (PT). Foi ali no
calçadão da Sales Barbosa ontem (01) pela manhã, sob a garoa fina que
surpreendeu os feirenses. Óculos escuros espelhados, camisa social esfiapada,
cabelos maltratados. Movia-se indignado. Naquela agitação, parecia atribuir ao
ex-presidente a culpa pela pandemia, pelo comércio fechado, pelo paradeiro
econômico. E desolava-se.
–
Querem matar o povo de fome!
Adiante,
quem comentou isto foi uma mulher, de abundante cabeleira grisalha. Falou meio
de lado, como quem lança uma praga. E, irritada, dobrou a esquina da Sales
Barbosa com a Capitão França e desapareceu.
É
necessário reconhecer que Jair Bolsonaro, o “mito”, venceu: a adesão ao lockdown aqui na Feira de Santana foi
muito menor do que no primeiro semestre do ano passado. Sua incessante campanha
contra o isolamento social, contra o uso de máscara e as medidas restritivas fisgaram
muita gente. Ao contrário de Salvador e Região Metropolitana, amanhã (03) a
Feira de Santana interrompe o curto lockdown.
Não
é à toa que mais de 250 mil brasileiros já morreram e muitos outros vão morrer
até o final da pandemia. Hoje (02), foram 1,7 mil óbitos notificados. Um triste
recorde que vem sendo quebrado sistematicamente. Mas, Brasil afora, não falta
quem queira tudo aberto, tudo funcionando, como se nada estivesse acontecendo.
É grande a identidade dessa gente com o governo da morte.
Alguns
sábios falam, desde o ano passado, que basta ampliar os leitos de UTI que está
tudo resolvido. Como profissionais especializados, equipamentos e medicação não
surgem por geração espontânea, fica a dúvida sobre como esses recursos vão
aparecer. E dinheiro? Como se sabe, ele não nasce em árvore. Os que querem vida
normal se dispõem a pagar mais impostos para financiar os gastos com a
pandemia? Duvido.
É
triste viver num País que conquistou a condição de pária internacional. E, como
párias que se prezam, desdenhamos da ciência e da vacina. A luta pela vacina
devia ser muito mais ampla, mobilizar muito mais gente. Não é o que se vê.
Muito brasileiro está aí, bovino, aguardando sua vez de se contaminar e morrer.
Como o gado que, no fundo, muitos são.
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