Ao longo da década que se aproxima do final a Feira de
Santana consolidou a condição de importante polo avicultor no interior do
Nordeste. É o que sinaliza a implantação de empresas do segmento no município e
nas cercanias, conforme atesta o noticiário frequente. A divulgação dos números
do Censo Agropecuário de 2017 na Feira de Santana, realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), oferece uma dimensão mais exata
da atividade sobre a economia do município. O avanço foi, indiscutivelmente,
impressionante.
Segundo informações sistematizadas em setembro do ano
passado, havia no município 2,1 milhões de galináceos, categoria na qual se
incluem – conforme critérios do IBGE – galinhas, galos, frangos, frangas e
pintos. Esse contingente se distribui por 6.784 estabelecimentos, o que
demonstra a ampla capilaridade da atividade no rural feirense.
A bovinocultura, atividade emblemática dos primórdios da
ocupação da Feira de Santana, hoje, ostenta efetivo bem mais modesto: o rebanho
totaliza 27.393 animais, segundo números levantados ano passado. Essa soma está
distribuída por 1.360 estabelecimentos. Isso significa que somente 14,8% das
propriedades rurais feirenses dedicam-se à atividade.
Um produto derivado da pecuária bovina é o leite. No
levantamento, apurou-se que no intervalo foram produzidos 3,388 milhões de
litros. Pode-se deduzir, portanto, que a pecuária leiteira constitui uma
importante vertente da atividade, sobretudo porque, na região, subsistem diversas
empresas dedicadas à produção de derivados do leite.
Outros rebanhos
O rebanho suíno na Feira de Santana também é modesto: não vai
além dos cerca de 13 mil animais, distribuídos por 1.066 propriedades. Significa
que boa parte das propriedades abriga poucos animais e não é exagero dizer que parte
dessa criação é para autoconsumo, sobretudo nos períodos festivos, como o Natal
e o Ano Novo que se aproximam.
No campo feirense também existem ovelhas. São exatas 11.071,
segundo apurou o IBGE. O animal marca presença em 1.197 estabelecimentos rurais
na Feira de Santana. É, também, um efetivo modesto, que reflete mais a pluriatividade
das pequenas propriedades, sobretudo da agricultura familiar, que criação em
larga escala.
Símbolo do semiárido, a cabra é ainda mais escassa que o
porco no rural feirense. Foram contabilizados 3,2 mil animais no município, em
apenas 305 estabelecimentos. Boa parte da afamada carne caprina consumida nos
restaurantes feirenses, portanto, vem de municípios que polarizam a atividade
no sertão, a exemplo de Uauá.
Curiosidades
Nas datas cívicas – sobretudo em 7 de Setembro – é comum se
ver vistosos cavalos circulando pelo centro da Feira de Santana. Esses animais
também são muito empregados em atividades produtivas urbanas, puxando carroças
de material de construção e até móveis. O levantamento do IBGE sinaliza que, no
rural, o total alcança 3,7 mil animais, em 935 propriedades.
A presença de outros animais no campo feirense figura mais
como curiosidade que, propriamente, como atividade produtiva disseminada. É o
caso das codornas – apreciadas como petisco pelos bares feirense – que não
passaram das 763 contabilizadas. Ou da avestruz: no rural feirense, a espécime
exótica, cuja carne é vendida a preço elevado, totalizou somente 14 exemplares.
A Feira de Santana, hoje, constitui um sólido
polo avícola, o que as grandes empresas instaladas no município atestam. E as
demais atividades vinculadas à pecuária – à exceção, em parte, da bovinocultura
– são exercidas, majoritariamente, por pequenos produtores, normalmente
agricultores familiares. Em linhas gerais, é o a inferência inicial que os
números divulgados permitem deduzir.
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