Originalmente publicado em Set/2020
Que
partido deve sair como um dos grandes vitoriosos nas eleições 2020 aqui na
Bahia? Não é difícil adivinhar: entre eles, certamente estará o PSD do senador
Otto Alencar. Os números da legenda no estado impressionam: são 240 candidatos
a prefeito e 151 candidatos a vice-prefeito. Isso significa que o partido está
representado em mais de 300 municípios baianos na eleição majoritária. Nenhuma
outra legenda, sequer, chega perto disso.
Os
números em relação ao legislativo também espantam: são 4.682 candidatos a
vereador. Os dados são oficiais, do Tribunal Superior Eleitoral, o TSE. Um novo
êxito eleitoral – e tudo sinaliza para isso – vai aumentar o cacife do senador
e ex-governador nas concertações para as eleições gerais de 2022.
Quem
tenta fazer sombra à legenda é o PP do vice-governador João Leão. O partido
também tem números bem robustos: 175 candidatos a prefeito e outros 124 disputando
como vice. O exército que se bate por vagas no Legislativo dos municípios
baianos também é significativo: são precisos 3.862 postulantes à vereança.
Em
terceiro lugar aparece o PT, que tenta se reerguer do baque das eleições
municipais de 2016. Na Bahia, o partido investe em 146 candidaturas a prefeito
e em outras 135 para vice-prefeito. Há 3.569 pretendentes tentando chegar às
câmaras municipais. Não está distante dos números do PP, mas fica muito longe
do PSD de Otto Alencar.
E a oposição?
A
oposição, por sua vez, tenta se equipar para a disputa de 2022. Os números,
óbvio, não são aqueles da situação. Mas já foram piores, por exemplo, para o
DEM: em 2020 o partido tem 95 candidatos a prefeito e outros 106 postulando a
condição de vice. É o melhor cenário desde que o PT chegou ao poder na Bahia,
em 2006. A maior capilaridade tende a tornar a legenda mais competitiva daqui a
dois anos.
Quem
definha é o MDB: são apenas 39 candidatos a prefeito e 47 candidatos a vice. Os
números tímidos se devem à derrocada política da família Vieira Lima, que há
muito tempo controla a legenda na Bahia. O prefeito feirense Colbert Filho, que
tenta a reeleição, é, a propósito, o nome mais vistoso do partido nas eleições
baianas.
Os
números permitem outra constatação. A badalada “nova política” – clichê esperto
para os mesmos hábitos antigos – não vingou na Bahia. O PSL, partido que elegeu
Jair Bolsonaro, o “mito”, por exemplo, só tem 15 candidatos a prefeito. Outros
19 tentam a sorte como vice. Pouco para tanta mudança.
O
cenário eleitoral de 2022 vai começar a se desenhar em 15 de novembro, quando
acontecem as eleições municipais. Tudo indica que PSD e PP emergirão, mais uma
vez, como grandes vencedores. A aliança com o petismo, então, está garantida
para daqui a dois anos? É bom não se precipitar.
Tudo
vai depender do instável cenário nacional que, por sua instabilidade crônica,
só vai ficar mais claro às vésperas da eleição...
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