À
primeira vista, o Campeonato Baiano 2019 – o “Baianinho”, que se estenderá,
esse ano, por pouco mais de dois meses – está repleto de emoções. Afinal, os
dois primeiros colocados são o Bahia de Feira e o Vitória da Conquista, duas
equipes do interior; na sequência, aparecem o Vitória – mergulhado numa das
maiores crises administrativas de sua história recente – e, fechando o grupo dos
que se classificam para a próxima etapa, o Atlético de Alagoinhas. Só na quinta
colocação aparece o Bahia, o atual campeão.
O
cenário é menos empolgante do que aparenta. Rebaixado para a Série B do
Brasileiro ano passado, o Vitória vive um momento deplorável; e o Bahia – que
não foge do padrão das exibições sofríveis – disputa a competição com uma
equipe mista, sob o pretexto de que, neste início do ano, está envolvido em
quatro competições. De uma delas – a Copa Sul-Americana – até já se despediu,
eliminado por uma obscura equipe uruguaia. Agenda cheia, porém, não é pretexto
para futebol medíocre.
Não
é à toa, portanto, que o cenário está favorável para as duas equipes do
interior que frequentam a ponta da competição. É necessário reconhecer que o
Bahia de Feira – apesar do desempenho sofrível da dupla soteropolitana – vem
bem na competição desde o início e, em algumas partidas, acabou prejudicado
pela arbitragem.
É
possível que, em 2019, o Bahia de Feira repita o feito e conquiste o Campeonato
Baiano, como em 2011? Não se deve duvidar. Esse é o momento mais favorável
desde aquela ocasião. Afinal, além das partidas razoáveis da equipe, os dois
grandes de Salvador estão aí aos trompaços, ostentando nos gramados uma
mediocridade difícil de se ver.
E o Fluminense?
Decepção
é o Fluminense de Feira. Até a estreia havia uma difusa confiança da torcida no
título – nesse 2019, são 50 anos da última conquista no estadual – que foi se
desfazendo à medida que a competição avançava. Os dois últimos tropeços –
perdeu no Joia da Princesa para o Vitória da Conquista (1x3) e o clássico local
para o Bahia de Feira (0x2) ontem (10) – sacramentaram a derrocada.
A
derrota anterior, em casa, precipitou um inusitado movimento da torcida:
público zero no estádio, no clássico contra o Bahia de Feira. A mobilização foi
feita por redes sociais e provocou apaixonados debates. Mesmo assim, 1.461
testemunhas pagaram ingresso. O movimento pode não ter sido determinante para a
derrota, mas elevou a tensão antes do jogo.
Caso
tivesse vencido os dois jogos – era o que o torcedor esperava – a equipe
estaria na ponta da tabela. Mas pelo menos o fantasma do rebaixamento foi
afastado na rodada de ontem: o Jacobina, com apenas cinco pontos – o Touro do
Sertão tem nove – não pode mais alcançar a equipe feirense na última rodada.
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