Originalmente publicado em Nov/2020
É
cada vez mais comum ver gente sem máscara pelas ruas da Feira de Santana. Até
grávidas, idosos e crianças circulam tranquilas, sem o equipamento. Em
determinadas regiões da cidade – as artérias que concentram o comércio de
autopeças e oficinas mecânicas são o melhor exemplo – a máscara constitui
exceção. Alguns levam na mão, outros penduram no queixo e não falta quem,
sequer, carregue alguma delas. Parece que a pandemia da Covid-19 acabou.
O
pior é que o problema permanece aí. Até ontem (10), a Feira de Santana tinha
alcançado a marca dos 328 óbitos confirmados – ou sob suspeita – da doença
desde o começo do ano. O dado é do Centro de Informações de Registro Civil –
CRC Nacional e pode ser consultado no endereço eletrônico www.transparenciaregistrocivil.org.br/especial-covid.
Por enquanto, a prefeitura confirmou 259 mortes.
Ontem
também foram confirmados mais 219 novos casos da doença pela Secretaria
Municipal da Saúde. Mesmo assim, os bares permanecem cheios. Gente efusiva se
cumprimenta e se abraça em espaços exíguos, nem sempre ventilados, numa
chocante despreocupação com a Covid-19. Em breves passeios pela cidade é
possível constatar situações semelhantes, sobretudo nos finais de semana.
Os
sucessivos anúncios de que uma vacina está a caminho – é bom lembrar que não há
nada garantido – e o cansaço com o já extenso período de pandemia estão levando
muita gente a relaxar. Apesar dos discursos otimistas de muito político
leviano, o risco de uma segunda onda não pode ser descartado. É o que
reafirmam, em inúmeras entrevistas, qualificados infectologistas. A Europa já
lida, novamente, com o problema.
Com
tudo isso, é fácil constatar que serão grandes os desafios para o próximo
prefeito feirense, seja ele quem for. Uma labuta desgastante ocorrerá na esfera
institucional, federativa. Afinal, polvilhado de mentecaptos, o Planalto
Central mergulhou numa espiral de insanidade que vai ajudar pouco na difícil
superação da pandemia. Jair Bolsonaro, o “mito”, chegou ontem até a ameaçar os
Estados Unidos. Parece piada, mas é a triste realidade brasileira...
Com
o Brasil trajando o deplorável figurino de republiqueta de bananas – a
personagem que encarna o tiranete é patética – as dificuldades, já hercúleas,
se tornam ainda maiores. Então, é melhor se prevenir e usar máscara.
Comentários
Postar um comentário