Pular para o conteúdo principal

Eleitor feirense ‘pulou fogueira’ da Covid-19 para votar

Originalmente publicado em Nov/2020

Aqui na Feira de Santana longos silêncios e cautela com a Covid-19 marcaram o dia incandescente de eleições municipais. Às vezes, de ruído, só havia o do vento varrendo os milhares de “santinhos” de candidatos a prefeito e vereador espalhados defronte às seções eleitorais. Descontando este farto conteúdo que compunha um tapete escorregadio, pouca gente demonstrou mais entusiasmo, ostentando adesivos. Discretamente, algumas figuras arriscavam uma ‘boca-de-urna’ nas esquinas próximas aos locais de votação.

Nalgumas seções, o eleitor penou. Foi o caso do colégio Assis Chateaubriand, ali no Sobradinho, aonde votam milhares de feirenses. Quem se arriscou pela manhã, enfrentou um longo calvário: filas extensas, que avançavam preguiçosamente, sob o calor mortificante. Na entrada do pavilhão em que se concentrou a votação, aglomerações constantes, com muito eleitor aflito, consultando seção.

Gente com nariz fora da máscara, com a máscara no queixo, com a máscara displicentemente pendurada no queixo, conversando aos berros, cumprimentando amigos efusivamente: não foram raras as situações do gênero. Mas é necessário reconhecer que boa parte dos eleitores compareceu às seções atendendo às normas referentes ao uso do equipamento.

Problema mesmo foi cumprir o prudente distanciamento de pelo menos 1,5 metro. As longas esperas inquietaram muita gente, que avançava, encostando em quem estava à frente. A própria extensão das filas tornava difícil manter o distanciamento: dobrando esquinas, fazendo curvas, era difícil respeitar a regra. Verdadeira loteria aventurar-se nessas circunstâncias durante muito tempo.

Mas é necessário reconhecer que, apesar das dificuldades impostas pela pandemia, o feirense compareceu às seções eleitorais para escolher prefeito e vereadores. Isso fortalece a democracia – apesar de enferma no Brasil atual – e encurrala o califado bíblico que os mentecaptos entusiastas da extrema-direita andaram projetando por aí.

Amanhã vai ficar mais fácil analisar os resultados do conjunto das eleições. E começar a projetar 2022, cuja campanha, aliás, já está nas ruas, com o “mito” Jair Bolsonaro tentando cabalar votos...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Parlamento não digere a democracia virtual

A tentativa do Congresso Nacional de cercear a liberdade de opinião através da Internet é ao mesmo tempo preocupante e alvissareira. Preocupante por motivos óbvios: trata-se de mais uma ingerência – ou tentativa – da classe política de cercear a liberdade de opinião que a Constituição de 1988 prevê e que, até recentemente, era exercida apenas pelos poucos “privilegiados” que tinham acesso aos meios de comunicação convencionais, como jornais impressos, emissoras de rádio e televisão. Por outro lado, é alvissareira por dois motivos: primeiro porque o acesso e o uso da Internet como meio de comunicação no Brasil vem se difundindo, alcançando dezenas de milhões de brasileiros que integram o universo de “incluídos digitais”. Segundo, porque a expansão já causa imensa preocupação na Câmara e no Senado, onde se tenta forjar amarras inúteis no longo prazo. Semana passada a ingerência e a incompreensão do que representa o fenômeno da Internet eram visíveis através das imagens da TV Senado:

Cultura e História no Mercado de Arte Popular

                                Um dos espaços mais relevantes da história da Feira de Santana é o chamado Mercado de Arte Popular , o MAP. Às vésperas de completar 100 anos – foi inaugurado formalmente em 27 de março de 1915 – o entreposto foi se tornando uma necessidade ainda no século XIX, mas só começou a sair do papel de fato em 1906, quando a Câmara Municipal aprovou o empréstimo de 100 contos de réis que deveria custear sua construção.   Atualmente, o MAP passa por mais uma reforma que, conforme previsão da prefeitura, deverá ser concluída nos próximos meses.                 Antes mesmo da proclamação da República, em 1889, já se discutia na Feira de Santana a necessidade de construção de um entreposto comercial que pudesse abrigar a afamada feira-livre que mobilizava comerciantes e consumidores da região. Isso na época em que não existia a figura do chefe do Executivo, quando as questões administrativas eram resolvidas e encaminhadas pela Câmara Municipal.           

Patrimônio Cultural de Feira de Santana I

A Sede da Prefeitura Municipal A história do prédio da Prefeitura Municipal de Feira de Santana começou há 129 anos, em 1880. Naquela oportunidade, a Câmara Municipal adquiriu o imóvel para sediar o Executivo, que não dispunha de instalações adequadas. Hoje talvez cause estranheza a iniciativa partir do Legislativo, mas é que naqueles anos os vereadores acumulavam o papel reservado aos atuais prefeitos. Em 1906 o município crescia e o prédio de então já não atendia às necessidades do Executivo. Foi, então, adquirido um outro imóvel utilizado como anexo da prefeitura. Passaram-se 14 anos e veio a iniciativa de se construir um prédio único e que abrigasse com comodidade a administração municipal. Após a autorização da construção da nova sede em 1920, o intendente Bernardino Bahia lançou a pedra fundamental em 1921. O engenheiro Acciolly Ferreira da Silva assumiu a responsabilidade técnica. No início do século XX Feira de Santana experimentou uma robusta expansão urbana. Além do prédio da