Em
Salvador não vai haver aumento no valor da passagem em 2013. O anúncio foi
feito pelo próprio prefeito ACM Neto (DEM), em entrevista à imprensa. Na
capital, também começou a funcionar a primeira via exclusiva para ônibus – na
avenida Vasco da Gama – com o objetivo de reduzir o caótico trânsito da capital
e incentivar o uso do transporte público. Outra notícia alvissareira: ainda
neste 2013 as empresas serão obrigadas a renovar a frota adquirindo ônibus com
ar-condicionado. No domingo (31) também começou a vigorar a meia-passagem para
quem paga em dinheiro.
Nesses
primeiros meses de governo ACM Neto não anunciou o “pacote de obras” que
redimiria a capital baiana do seu trágico cenário administrativo num passe de
mágica. A explicação é muito simples: dado o escangalhamento das contas
municipais, resta ao prefeito investir nas medidas administrativas e até
pontuais que, pelo menos, mostrem disposição para a mudança. A frente de
trabalho aberta no setor de transportes já é um sinal positivo.
Na
Feira de Santana, o prefeito José Ronaldo de Carvalho, do mesmo partido,
pouco se reportou aos crônicos problemas
observáveis no transporte público do município. Se limitou a anunciar uma obra
cujo carimbo orçamentário é do Governo Federal e cujo projeto foi apresentado
pelo ex-prefeito Tarcízio Pimenta: a implantação do BRT. Até aqui não há nada
de novo, portanto.
O
problema é que o transporte coletivo em Feira de Santana passa por um dos
piores momentos de sua história. Em 2013, dois incêndios destruíram totalmente
dois ônibus no município. Um deles tornou-se pouco mais que uma sucata
fumegante, exatamente em frente à prefeitura, a poucos metros do gabinete do
prefeito.
Mais problemas
Os
problemas, no entanto, não se encerram aí: ônibus quebrados são rotina na Feira
de Santana. Os passageiros reclamam de longas esperas e, nos bairros mais
populosos, os veículos andam superlotados nos horários de pico. Manifestações
em bairros periféricos e pedidos de providência vem se tornando comuns. Isso
para não comentar a deplorável situação da maior parte da frota.
Depois
de muito tempo, os próprios vereadores reconhecem os problemas e discutem o
tema na Câmara Municipal. Foi noticiado, inclusive, um pedido de CPI sobre o
transporte público. Mesmo positiva, a medida não deve prosperar:
tradicionalmente, os vereadores fazem vistas grossas aos problemas do
transporte. A iniciativa não deve receber mais que quatro ou cinco assinaturas.
Se o contrário ocorrer, será um excelente sinal.
Pois
bem: o tema, que é alvo de incessantes comentários dos feirenses, não mobiliza
a prefeitura. As poucas iniciativas são mais reações que ações: anunciou-se
maior rigor na fiscalização da frota em circulação, mas só depois que as chamas
lamberam o segundo ônibus em frente ao Paço Municipal.
Aumento
Com
a chegada do mês de abril, cresce a apreensão sobre o anúncio do aumento da
passagem. Espera-se sensatez dos responsáveis pela decisão: assim como o
prefeito de Salvador anunciou que não haverá reajuste, espera-se que o prefeito
da Feira de Santana adote a mesma medida. E que, com ela, venham medidas
concretas para melhorar o vergonhoso transporte coletivo no município.
Tradicionalmente,
os aumentos vem às vésperas da Micareta: aproveitam que o feirense está pulando
atrás do trio, ou viajando, para aplicar o bote. Para a prefeitura, conceder
aumento em 2013 representa um vexame levado às últimas consequências: o preço
ficará igual (ou muito próximo) de Salvador com um serviço infinitamente pior.
E Salvador nem é referência na área no Brasil...
Além
de anunciar que em 2013 não haverá reajuste, a prefeitura deveria determinar às
empresas que, pelo menos, mandem lavar os ônibus que transportam os
trabalhadores feirenses. Afinal, a probabilidade de chegar sujo ao trabalho
depois de alguns minutos dentro desses veículos fétidos e encardidos é enorme.
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