Essa
semana saiu uma pesquisa sobre as eleições presidenciais de 2018. Nela, Jair
Bolsonaro (PSL-RJ) lidera e venceria todos os potenciais adversários num
hipotético segundo turno. Caso figurasse entre os presidenciáveis, Lula
venceria todo mundo. Mas, preso em Curitiba há um mês, tudo indica que a
probabilidade do líder petista disputar a eleição é bem remota. Isso significa
que, objetivamente, quem lidera hoje a sucessão presidencial é Jair Bolsonaro.
O
levantamento permite também inferências adicionais. Geraldo Alckmin (PSDB-SP),
a grande aposta do “deus mercado” – anunciado como candidatura de “centro” –
patina no mesmo patamar, inferior a dois dígitos, há muito tempo. Ciro Gomes
(PDT-CE) tenta se viabilizar à esquerda, mas tende a fracassar caso não
construa uma coligação robusta. Mas está mais próximo dos míticos dois dígitos
que Alckmin.
Hoje,
quem duelaria com Jair Bolsonaro seria Marina Silva (Rede-AC), a segunda
colocada. Mas, sem estrutura partidária e com um discurso dúbio, não se aposta
que ela se sustente até o provável segundo turno. Geraldo Alckmin e Ciro Gomes,
a propósito, se veem ultrapassando-a e firmando presença no round final.
Os
demais candidatos – são 22 no total, hoje – figuram com modestas intenções de
voto. Muitos devem abdicar da disputa e associar-se aos concorrentes mais
viáveis. Na rabeira, inclusive, está o nome petista testado como substituto de
Lula, Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo.
E Feira?
Imagino
que não exista nenhuma enquete recente – nem precisa ser pesquisa – sobre as
intenções de votos dos eleitores feirenses. Mas é provável que o humor do
eleitor replique o cenário nacional: Lula à frente e, na sequência, Jair
Bolsonaro. Só que, a partir da confirmação da candidatura de José Ronaldo de
Carvalho (DEM) a governador, o cenário eleitoral feirense ficou mais
interessante.
Isso
porque, aqui, o ex-prefeito tem enorme potencial como puxador de votos. Quem
contar com seu apoio, presume-se, tende a ser bem votado em Feira de Santana.
No momento, esse candidato é Rodrigo Maia (DEM-RJ), que patina com 1% das
intenções de voto e – afirma-se – tende a recuar mais adiante. Aí começam as incertezas:
a opção do Democratas pode migrar para Geraldo Alckmin ou, até quem sabe, Ciro
Gomes.
Aqui
a sinergia com Ciro Gomes seria maior: nordestino e egresso dos governos
petistas – bem avaliados pela população local – o ex-governador cearense é mais
palatável para o eleitor feirense que Geraldo Alckmin, o paulista distante,
pouco carismático. Ninguém sabe, porém, até onde essas tratativas podem evoluir.
Opções do
feirense
É
necessário ressaltar, no entanto, que nenhum desses nomes figura no radar
presidencial do eleitor feirense nesse momento. Empiricamente, é possível
intuir, pelas ruas, que Lula – sobretudo o ex-presidente petista – e, em menor
escala, Jair Bolsonaro, figuram como opções preferenciais. Até aqui, o DEM não
cogita apoiar o militar reformado e, obviamente, jamais apoiaria o líder
petista.
Caso
o impedimento de Lula seja confirmado – o que é a situação mais provável – o potencial
substituto petista pode arrebatar muito voto por aqui, se a legenda não decida
apoiar Ciro Gomes, o que é improvável. As chances se elevariam,
particularmente, se esse substituto fosse o ex-governador petista Jaques Wagner.
Em suma, o cenário ainda é
muito confuso. E a confusão só tende a começar a se dissipar em julho, quando
candidatos inviáveis recuarão e o famigerado pragmatismo prevalecerá. Por enquanto,
o feirense vai se ocupar é com a Copa do Mundo e com os festejos juninos, que
vão começar dentro de aproximadamente 30 dias.
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