O
prédio do Centro Universitário de Cultura e Arte, o CUCA, é uma das edificações
mais impressionantes da Feira de Santana. Fica situado na rua Conselheiro
Franco – nas imediações da Praça da Catedral – e é vinculado à Universidade
Estadual de Feira de Santana, a Uefs. O espaço foi construído especialmente
para funcionar como escola, o que era raro aqui na região, conforme observa
publicação do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, o IPAC.
O
início da construção do grupo escolar foi há mais de 100 anos: data de 1912,
quando Agostinho Froes da Mota era intendente. Foi entregue, finalmente, em
1916, ofertando o ensino fundamental. Apenas em 1927 é que começou a funcionar
como Escola Normal, em data que os historiadores registraram com apuro: 1º de
junho. Dedicou-se, nas quatro décadas seguintes, à formação de professores.
Em
1968 aconteceu a segunda mudança: tornou-se Faculdade de Educação, criada por
decreto estadual daquele mesmo ano. Em 1976 o prédio imponente passou a servir
para um novo uso: seminário de música, centro de estudos feirenses e, até
mesmo, abrigou repartições da prefeitura.
A
partir de 1994 o CUCA começou a ganhar a configuração atual. Inicialmente, a
Uefs assumiu o imóvel, que se tornou Museu Regional de Feira. Depois veio a restauração,
no ano seguinte – o prédio estava em deplorável estado de conservação – e o
museu foi rebatizado, tornando-se Museu Regional de Arte. Hoje, inúmeras
atividades culturais são desenvolvidas naquele espaço.
Intervenções
A
primeira grande reforma no CUCA aconteceu em 1968, quando foi ampliado para se
tornar Faculdade de Educação. Mais adiante, já em 1994, foi realizada a
restauração, que manteve suas características originais. Data dessa época,
também, a construção do anexo, nos fundos, que inclui o teatro, próximo à
antiga rua de Aurora. Note-se que essas intervenções aconteceram sob a
supervisão do IPAC.
A
construção possui algumas peculiaridades, conforme registra o próprio IPAC: “A
disposição dos três módulos cria uma espécie de pátio central”, o que é algo
inusitado: “Essa tipologia bastante utilizada nos conventos e, com menor
frequência, em hospitais, é rara em edifícios com outros tipos de uso”.
Mais
adiante, o documento classifica a construção: “Destaca-se em planta a
composição simétrica que foi utilizada no edifício que pode ser classificado
como eclético classicizante, estilo de uso frequente no estado no início do
século XX”. A antiga Escola Normal somou-se aos diversos prédios públicos que
foram sendo construídos nas três primeiras décadas do século passado na cidade.
A
área construída é de 631 metros quadrados. Segundo descreve o IPAC, o CUCA é “edifício
de relevante interesse arquitetônico construído sobre porão alto e desenvolvido
em um único pavimento”. Os três blocos independentes propiciam a formação de
dois pátios laterais na frente e um, central, ao fundo, conforme a descrição.
Há
detalhes também sobre a estrutura: “O bloco principal tem o corpo central
recuado, precedido de escadaria que dá acesso ao saguão, com pé direito duplo.
Esse bloco é recoberto por uma abóboda de aresta, enquanto que os demais, por
telhados de quatro águas”. É o que confere imponência à entrada principal.
“As fachadas possuem rica
modenatura, trabalhada em massa nas pilastras, cunhais, moldura das janelas,
platibanda, etc”, prossegue a descrição. A Conselheiro Franco – antiga rua
Direita – é um dos primeiros arruamentos da Feira de Santana, como registra o
IPAC. Ao longo dos anos sobrados e casarões foram sendo substituídos por
prédios comerciais, que caracterizam a artéria nos dias atuais.
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