Um fenômeno que atinge boa parte das metrópoles brasileiras é a decadência dos antigos centros comerciais ou regiões centrais das cidades. Em inúmeras delas as atividades econômicas deslocaram-se aos poucos para novos espaços, dotados de infra-estrutura mais adequada e que não enfrentam os gargalos das vias mais tradicionais (como as ruas estreitas que dificultam o fluxo de veículos ou as limitadas possibilidades de intervenção em locais onde existe patrimônio arquitetônico), tornando-se imediatamente atraentes para empresários e consumidores. Esse fenômeno começou há décadas e atualmente mostra algumas de suas conseqüências.
A mais evidente delas é a decadência que caracteriza os antigos centros comerciais. Prostituição, consumo e tráfico de drogas passaram a ser traços marcantes desses locais, que em função do abandono e do descaso tornaram-se atraentes para mendigos e outras pessoas socialmente excluídas.
Com o deslocamento ou a fixação de grandes empreendimentos (inclusive as atividades financeiras) em pontos mais estratégicos, médios e pequenos empresários também são estimulados a migrar e os que permanecem enfrentam dificuldades pela redução do fluxo de clientes.
Somente nos últimos anos as administrações das metrópoles passaram a se preocupar com a revitalização dos centros comerciais, como em Salvador e em São Paulo. Essa preocupação, todavia, ainda não se traduziu em resultados expressivos, conforme se sabe.
FEIRA
Em Feira de Santana fala-se também em decadência do centro comercial: lojas fechadas, muitos espaços por alugar e o surgimento de um outro eixo de comércio alavancado por um grande shopping. Em Salvador, inclusive, foi um empreendimento semelhante que marcou o início do deslocamento do eixo dinâmico da economia soteropolitana para outra região.
Ressalte-se, contudo, que o fenômeno foi fruto de uma política urbana deliberada das autoridades governamentais, que tinham o interesse de promover a desconcentração comercial e populacional do antigo centro da capital. A construção da Avenida Paralela, da atual Estação Rodoviária e do Centro Administrativo da Bahia são exemplos das intenções governamentais.
Aqui em Feira de Santana não existem indícios de que ocorrerá fato semelhante. Primeiro porque as dificuldades enfrentadas pelo centro comercial parecem retratar muito mais os anos de baixo crescimento da economia que propriamente o deslocamento do eixo comercial. Segundo, porque não parece ser opção do governo promover tal alteração. Há também uma terceira razão.
CAF
Essa razão é a presença de um equipamento essencial da economia feirense próximo ao centro da cidade: o Centro de Abastecimento (CAF). Local de afluxo de comerciantes e consumidores de toda região, o entreposto oferece um leque muito amplo de produtos, capaz de satisfazer uma clientela bastante variada. É o que faz com que milhares de pessoas se desloquem até a cidade, principalmente às segundas-feiras e sábados, quando acontecem as feiras.
É lógico que embora encontrem grande oferta no CAF, os consumidores necessitam também de produtos não disponíveis no espaço: é aí que entra o centro comercial e sua localização estratégica, muito próxima do entreposto. Assim, os deslocamentos podem se dar a pé e sem grandes embaraços. Embora não existam estatísticas, esses consumidores certamente dão uma contribuição expressiva às lojas do centro da cidade, colaborando para a vitalidade econômica dos empreendimentos.
Outro detalhe relevante é que muitos desses viajantes necessitam de serviços ofertados pela administração pública, como a Receita Federal e o INSS, por exemplo, o que também contribui para fortalecer o vigor do centro da cidade.
Parece claro que o fenômeno do esvaziamento do centro da cidade, presente em muitas metrópoles brasileiras, não se aplica a Feira de Santana pela proximidade com o Centro de Abastecimento. Talvez haja no máximo um aprofundamento da segmentação do perfil dos consumidores, com a classe média optando cada vez mais pela estrutura ofertada pelos shoppings e os consumidores “do interior” mantendo suas preferências pelo CAF e pelo centro comercial.
O desejável, porém, é que o centro conserve sua força, por se constituir em referência cultural e histórica da cidade comercial de Feira de Santana.
A mais evidente delas é a decadência que caracteriza os antigos centros comerciais. Prostituição, consumo e tráfico de drogas passaram a ser traços marcantes desses locais, que em função do abandono e do descaso tornaram-se atraentes para mendigos e outras pessoas socialmente excluídas.
Com o deslocamento ou a fixação de grandes empreendimentos (inclusive as atividades financeiras) em pontos mais estratégicos, médios e pequenos empresários também são estimulados a migrar e os que permanecem enfrentam dificuldades pela redução do fluxo de clientes.
Somente nos últimos anos as administrações das metrópoles passaram a se preocupar com a revitalização dos centros comerciais, como em Salvador e em São Paulo. Essa preocupação, todavia, ainda não se traduziu em resultados expressivos, conforme se sabe.
FEIRA
Em Feira de Santana fala-se também em decadência do centro comercial: lojas fechadas, muitos espaços por alugar e o surgimento de um outro eixo de comércio alavancado por um grande shopping. Em Salvador, inclusive, foi um empreendimento semelhante que marcou o início do deslocamento do eixo dinâmico da economia soteropolitana para outra região.
Ressalte-se, contudo, que o fenômeno foi fruto de uma política urbana deliberada das autoridades governamentais, que tinham o interesse de promover a desconcentração comercial e populacional do antigo centro da capital. A construção da Avenida Paralela, da atual Estação Rodoviária e do Centro Administrativo da Bahia são exemplos das intenções governamentais.
Aqui em Feira de Santana não existem indícios de que ocorrerá fato semelhante. Primeiro porque as dificuldades enfrentadas pelo centro comercial parecem retratar muito mais os anos de baixo crescimento da economia que propriamente o deslocamento do eixo comercial. Segundo, porque não parece ser opção do governo promover tal alteração. Há também uma terceira razão.
CAF
Essa razão é a presença de um equipamento essencial da economia feirense próximo ao centro da cidade: o Centro de Abastecimento (CAF). Local de afluxo de comerciantes e consumidores de toda região, o entreposto oferece um leque muito amplo de produtos, capaz de satisfazer uma clientela bastante variada. É o que faz com que milhares de pessoas se desloquem até a cidade, principalmente às segundas-feiras e sábados, quando acontecem as feiras.
É lógico que embora encontrem grande oferta no CAF, os consumidores necessitam também de produtos não disponíveis no espaço: é aí que entra o centro comercial e sua localização estratégica, muito próxima do entreposto. Assim, os deslocamentos podem se dar a pé e sem grandes embaraços. Embora não existam estatísticas, esses consumidores certamente dão uma contribuição expressiva às lojas do centro da cidade, colaborando para a vitalidade econômica dos empreendimentos.
Outro detalhe relevante é que muitos desses viajantes necessitam de serviços ofertados pela administração pública, como a Receita Federal e o INSS, por exemplo, o que também contribui para fortalecer o vigor do centro da cidade.
Parece claro que o fenômeno do esvaziamento do centro da cidade, presente em muitas metrópoles brasileiras, não se aplica a Feira de Santana pela proximidade com o Centro de Abastecimento. Talvez haja no máximo um aprofundamento da segmentação do perfil dos consumidores, com a classe média optando cada vez mais pela estrutura ofertada pelos shoppings e os consumidores “do interior” mantendo suas preferências pelo CAF e pelo centro comercial.
O desejável, porém, é que o centro conserve sua força, por se constituir em referência cultural e histórica da cidade comercial de Feira de Santana.
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