É muito comum se afirmar que Feira de Santana conseguiu se consolidar como uma das mais importantes cidades do interior do Nordeste em função de sua localização estratégica privilegiada. Afinal, para aqui convergiam as boiadas do Piauí e de Goiás com destino aos mercados consumidores de Salvador e do Recôncavo; por aqui transitavam os mercadores em direção aos sertões, à cata de oportunidades de negócios; e aqui, por fim, começou a se desenvolver uma feira-livre cuja fama ainda persiste, embora tenha se adaptado à mais moderna configuração urbana.
Nesse processo que se arrastou por séculos o comércio se consolidou e, com ele, o antigo arraial foi se transfigurando, ganhando contornos da cidade, incentivando o sedentarismo de muitos mercadores, constituindo rota obrigatória de muitos outros que não perdiam as feiras-livres realizadas semanalmente.
No século XX começaram a prosperar os fabricos, estruturas industriais familiares voltadas para atender à crescente clientela urbana. Os residentes na zona rural também constituíam fregueses importantes, particularmente em relação aos produtos de couro, cuja utilização ia dos artefatos dos vaqueiros às selas para animais, passando pelos recipientes onde se depositavam cereais.
Mas, como se disse, eram apenas fabricos, com estruturas familiares. Nos anos 1960, com os incentivos governamentais é que a indústria de fato começou a compor o cenário nordestino. Como importante centro polarizador da economia regional, Feira de Santana foi agraciada com a implantação do Centro Industrial do Subaé (CIS), que permanece em atividade até hoje, contrastando com muitos polos criados pelo interior, mas que, em função de vários fatores – entre eles o escasso dinamismo das economias locais – foram abandonados.
Diversidade
Sintética, essa descrição mostra que a força de Feira de Santana como centro dinâmico da economia do semiárido nordestino não se deve estritamente à localização – que é uma causa importante, mas não a única e nem a mais relevante – mas à diversidade alcançada pela economia local, numa feliz combinação de pecuária pujante, agricultura, comércio sólido e serviços diversificados, que se associaram a uma iniciativa de industrialização induzida.
Essa diversidade permitiu ao município firmar-se como a segunda mais importante cidade da Bahia, atropelando antigos concorrentes cuja força concentrava-se em um conjunto limitado de atividades e que, com o passar do tempo e a ausência de maior diversificação produtiva, perderam a condição de entrepostos. É o caso de Cachoeira, de quem Feira de Santana já foi um vilarejo.
Os fatores que determinam as distintas configurações econômicas, no entanto, mudam. É necessário, portanto, sintonia com as mudanças e capacidade de adaptar-se às novas realidades. O mundo em crise hoje sinaliza para transformações e mostra, mais uma vez, que a diversificação produtiva é a alternativa mais adequada para o crescimento econômico e o equilíbrio social.
Indústria
Nada foi tão badalado em Feira de Santana nos últimos anos quanto a política de atração de multinacionais. Mobilizadas pelos incentivos fiscais, essas empresas aportaram na Bahia, trazendo investimentos vultosos em capital, mas gerando um número nem tão expressivo de empregos. Pois, com a crise, surgem demissões e a realidade mostra que essas empresas reagem ao mercado mundial e, portanto, constroem estratégias globais. Apostar em indústrias multinacionais como único vetor de crescimento é um equívoco que demonstra pouca compreensão sobre os fenômenos econômicos.
Com a crise, Feira de Santana depara-se com a oportunidade ímpar de repensar suas estratégias de inserção produtiva e traçar novas perspectivas. A agricultura e a pecuária, fragilizadas e eternamente sujeitas às secas, necessitam de dinamização e de uma política clara. O comércio e os serviços, por sua vez, sinalizam o futuro. Principalmente os serviços com maior valor agregado, e responsáveis, nos países desenvolvidos, pela geração da maior parcela das riquezas.
Feira de Santana têm clínicas, hospitais, escolas públicas e particulares, diversas faculdades, rede de bares, hotéis e restaurantes e um comércio cuja oferta de produtos se diversifica continuamente. São segmentos geradores de postos de trabalho e potenciais fornecedores de serviços com elevado valor agregado, o que pode representar um vetor de desenvolvimento para o município nos próximos anos, caso não percamos o bonde da história e deixemos de ter uma política clara de desenvolvimento. Assim, como aconteceu com Cachoeira, lá no passado...
Nesse processo que se arrastou por séculos o comércio se consolidou e, com ele, o antigo arraial foi se transfigurando, ganhando contornos da cidade, incentivando o sedentarismo de muitos mercadores, constituindo rota obrigatória de muitos outros que não perdiam as feiras-livres realizadas semanalmente.
No século XX começaram a prosperar os fabricos, estruturas industriais familiares voltadas para atender à crescente clientela urbana. Os residentes na zona rural também constituíam fregueses importantes, particularmente em relação aos produtos de couro, cuja utilização ia dos artefatos dos vaqueiros às selas para animais, passando pelos recipientes onde se depositavam cereais.
Mas, como se disse, eram apenas fabricos, com estruturas familiares. Nos anos 1960, com os incentivos governamentais é que a indústria de fato começou a compor o cenário nordestino. Como importante centro polarizador da economia regional, Feira de Santana foi agraciada com a implantação do Centro Industrial do Subaé (CIS), que permanece em atividade até hoje, contrastando com muitos polos criados pelo interior, mas que, em função de vários fatores – entre eles o escasso dinamismo das economias locais – foram abandonados.
Diversidade
Sintética, essa descrição mostra que a força de Feira de Santana como centro dinâmico da economia do semiárido nordestino não se deve estritamente à localização – que é uma causa importante, mas não a única e nem a mais relevante – mas à diversidade alcançada pela economia local, numa feliz combinação de pecuária pujante, agricultura, comércio sólido e serviços diversificados, que se associaram a uma iniciativa de industrialização induzida.
Essa diversidade permitiu ao município firmar-se como a segunda mais importante cidade da Bahia, atropelando antigos concorrentes cuja força concentrava-se em um conjunto limitado de atividades e que, com o passar do tempo e a ausência de maior diversificação produtiva, perderam a condição de entrepostos. É o caso de Cachoeira, de quem Feira de Santana já foi um vilarejo.
Os fatores que determinam as distintas configurações econômicas, no entanto, mudam. É necessário, portanto, sintonia com as mudanças e capacidade de adaptar-se às novas realidades. O mundo em crise hoje sinaliza para transformações e mostra, mais uma vez, que a diversificação produtiva é a alternativa mais adequada para o crescimento econômico e o equilíbrio social.
Indústria
Nada foi tão badalado em Feira de Santana nos últimos anos quanto a política de atração de multinacionais. Mobilizadas pelos incentivos fiscais, essas empresas aportaram na Bahia, trazendo investimentos vultosos em capital, mas gerando um número nem tão expressivo de empregos. Pois, com a crise, surgem demissões e a realidade mostra que essas empresas reagem ao mercado mundial e, portanto, constroem estratégias globais. Apostar em indústrias multinacionais como único vetor de crescimento é um equívoco que demonstra pouca compreensão sobre os fenômenos econômicos.
Com a crise, Feira de Santana depara-se com a oportunidade ímpar de repensar suas estratégias de inserção produtiva e traçar novas perspectivas. A agricultura e a pecuária, fragilizadas e eternamente sujeitas às secas, necessitam de dinamização e de uma política clara. O comércio e os serviços, por sua vez, sinalizam o futuro. Principalmente os serviços com maior valor agregado, e responsáveis, nos países desenvolvidos, pela geração da maior parcela das riquezas.
Feira de Santana têm clínicas, hospitais, escolas públicas e particulares, diversas faculdades, rede de bares, hotéis e restaurantes e um comércio cuja oferta de produtos se diversifica continuamente. São segmentos geradores de postos de trabalho e potenciais fornecedores de serviços com elevado valor agregado, o que pode representar um vetor de desenvolvimento para o município nos próximos anos, caso não percamos o bonde da história e deixemos de ter uma política clara de desenvolvimento. Assim, como aconteceu com Cachoeira, lá no passado...
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