Interessante o anúncio da Prefeitura Municipal de que vai colocar uma cobertura na feira-livre do bairro Estação Nova. Há muitos anos aquele espaço merece maior atenção das autoridades municipais. A mais óbvia das razões é que o comércio no local tem se intensificado e a feira, que antes acontecia apenas ao domingos, começa a mobilizar comerciantes durante todo o final de semana. Até em dias úteis há algum movimento, com gente comprando e vendendo.
Outra razão é a distância daquela região do principal entreposto comercial da Feira de Santana, o Centro de Abastecimento. Residindo mais distantes, as pessoas optam por adquirir gêneros nos mercados e feiras mais próximos de casa, por três motivos: pela comodidade de não se deslocar carregando peso, pelo tempo exigido para ir ao CAF e voltar e pela precariedade do sistema de transportes, que dificulta os deslocamentos.
A distância explica também parte do êxito de duas outras importantes feiras-livres da Feira de Santana: a da Cidade Nova e do Tomba, que também receberam investimentos da Prefeitura nos últimos anos e ficam distantes do Centro de Abastecimento. Nesses bairros constata-se que o feirense conserva a tradição de “fazer feira”, conforme a expressão consagrada.
As feiras-livres, porém, são espaços qualificados que não podem ser analisados somente sob a ótica da compra e venda, da lógica mercantil, embora essa seja sem dúvida a causa do surgimento e principal razão da existência desses entrepostos, mesmo nos dias atuais.
Cultura
As feiras-livres são pontos de convergência de pessoas movidas por interesses diversos. Lá interagem e geram cultura, porque não se mobilizam apenas com o propósito de mercadejar farinha ou cebola. Há diversão e entretenimento, prestação de serviços e até oferta de produtos nada convencionais para uma feira-livre, a exemplo de móveis, como se pode verificar no Centro de Abastecimento.
Todavia, a diversão e o entretenimento são dois dos traços mais marcantes e os que merecem maior atenção dos governantes. Valorizar esses aspectos pode implicar em preservação da cultura popular e, ao mesmo, em geração de emprego e renda e, num caso de profissionalização mais intensa, até mesmo fluxos turísticos.
Nas barracas das diversas feiras-livres da Feira de Santana bebe-se a habitual cerveja gelada, mas também aguardente com ervas aromáticas mergulhada em garrafas coloridas. Come-se feijão de corda com uma rica variedade de verduras e não falta a tradicional carne assada na brasa de fogareiros que projetam para o céu uma tênue fumaça cinza.
Chuvas
Nesses espaços, entre a cerveja gelada que entorpece e a carne assada que chia ao sair da grelha, pode-se saber a previsão da próxima safra nas roças dos municípios vizinhos conversando com um lavrador eventual. Ou sobre a qualidade da farinha importada da vizinha São Gonçalo dos Campos.
A descrição acima mostra que a vida pulsa nas feiras-livres da Feira de Santana e que outros olhares e outras políticas se fazem necessárias para a preservação desses espaços e para o sucesso como empreendimentos econômicos.
No Brasil do passado, pensava-se muito em infra-estrutura. Era a época em que havia um país por construir. Passaram-se décadas, sobreveio uma revolução tecnológica, a população tornou-se mais urbana e melhor educada (mesmo com todas as mazelas) e as demandas têm mudado. Explorar aspectos sutis de nossa organização econômica, incorporando a cultura como dimensão do desenvolvimento, é um desafio que se impõe aos governantes modernos.
Outra razão é a distância daquela região do principal entreposto comercial da Feira de Santana, o Centro de Abastecimento. Residindo mais distantes, as pessoas optam por adquirir gêneros nos mercados e feiras mais próximos de casa, por três motivos: pela comodidade de não se deslocar carregando peso, pelo tempo exigido para ir ao CAF e voltar e pela precariedade do sistema de transportes, que dificulta os deslocamentos.
A distância explica também parte do êxito de duas outras importantes feiras-livres da Feira de Santana: a da Cidade Nova e do Tomba, que também receberam investimentos da Prefeitura nos últimos anos e ficam distantes do Centro de Abastecimento. Nesses bairros constata-se que o feirense conserva a tradição de “fazer feira”, conforme a expressão consagrada.
As feiras-livres, porém, são espaços qualificados que não podem ser analisados somente sob a ótica da compra e venda, da lógica mercantil, embora essa seja sem dúvida a causa do surgimento e principal razão da existência desses entrepostos, mesmo nos dias atuais.
Cultura
As feiras-livres são pontos de convergência de pessoas movidas por interesses diversos. Lá interagem e geram cultura, porque não se mobilizam apenas com o propósito de mercadejar farinha ou cebola. Há diversão e entretenimento, prestação de serviços e até oferta de produtos nada convencionais para uma feira-livre, a exemplo de móveis, como se pode verificar no Centro de Abastecimento.
Todavia, a diversão e o entretenimento são dois dos traços mais marcantes e os que merecem maior atenção dos governantes. Valorizar esses aspectos pode implicar em preservação da cultura popular e, ao mesmo, em geração de emprego e renda e, num caso de profissionalização mais intensa, até mesmo fluxos turísticos.
Nas barracas das diversas feiras-livres da Feira de Santana bebe-se a habitual cerveja gelada, mas também aguardente com ervas aromáticas mergulhada em garrafas coloridas. Come-se feijão de corda com uma rica variedade de verduras e não falta a tradicional carne assada na brasa de fogareiros que projetam para o céu uma tênue fumaça cinza.
Chuvas
Nesses espaços, entre a cerveja gelada que entorpece e a carne assada que chia ao sair da grelha, pode-se saber a previsão da próxima safra nas roças dos municípios vizinhos conversando com um lavrador eventual. Ou sobre a qualidade da farinha importada da vizinha São Gonçalo dos Campos.
A descrição acima mostra que a vida pulsa nas feiras-livres da Feira de Santana e que outros olhares e outras políticas se fazem necessárias para a preservação desses espaços e para o sucesso como empreendimentos econômicos.
No Brasil do passado, pensava-se muito em infra-estrutura. Era a época em que havia um país por construir. Passaram-se décadas, sobreveio uma revolução tecnológica, a população tornou-se mais urbana e melhor educada (mesmo com todas as mazelas) e as demandas têm mudado. Explorar aspectos sutis de nossa organização econômica, incorporando a cultura como dimensão do desenvolvimento, é um desafio que se impõe aos governantes modernos.
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