Aos poucos o
feirense vai se envolvendo com o clima das eleições municipais. É que, pelas
ruas, já se vêem adesivos de pré-candidatos em para-choques e vidros de
automóveis. Alguns pré-candidatos, mais afoitos, já estão apertando mão de
eleitor há tempos, anunciando mudanças drásticas, comprometendo-se em atender
às aspirações do cidadão. Promessas do gênero já se ouviram na “onda vermelha”,
na “onda azul” e, mais recentemente, em 2018, com a “nova política”. Deu no que
se vê por aí.
A lufa-lufa
vai se intensificando porque, logo depois do Carnaval – quando o ano político
formalmente desponta –, abre-se a janela partidária em 05 de março. A partir
daquela data e até 05 de abril, todo mundo que almeja mandato em 2020 poderá
mudar de partido ou ingressar num deles, caso seja retardatário ou indeciso.
Muita gente
suspira por fórmulas mágicas para garantir eleição com menos votos. No fundo,
em eleição não há muito espaço para sonho: ganha sempre quem é mais votado. Os
resultados aqui na Feira de Santana, em 2016, mostram que as chances de quem
corre por fora são residuais.
Os nove
primeiros colocados – e eleitos – cravaram, no mínimo, 5,1 mil votos. É muita coisa
numa cidade com cerca de 380 mil eleitores. Os 17 primeiros – grupo composto
por quatro suplentes que acabaram assumindo o mandato – tiveram, pelo menos,
3,8 mil votos, aproximadamente.
Mesmo a
partir daí a margem para milagre é bem restrita. Outros três eleitos tiveram,
pelo menos, 2,9 mil votos. Ficaram à frente de gente que, com mais votos, amargou
a suplência e ficou à espera da ascensão dos vencedores para as secretarias
municipais. Isso quando eles próprios não foram alçados, é óbvio.
Na sequência,
três candidatos gravitaram em torno de dois mil sufrágios. E somente um chegou
à Câmara Municipal com 1,8 mil votos. Gente com desempenho eleitoral mais
robusto – vários – ficou pelo caminho com até 1,1 mil votos a mais.
Muita gente
corre em busca de “milagre” semelhante: ingressar numa legenda modesta que
garanta eleição com menos de dois mil votos. Muito da movimentação que se vê
por aí deriva dessa crença. Só que, apesar das esperanças, o jogo eleitoral vem
se afunilando eleição após eleição e quem não dispõe de uma batelada de
sufrágios tende a ficar cada vez mais alijado do jogo.
A novidade
da cláusula de barreira e a proibição da coligação proporcional tendem a tornar
o jogo menos imprevisível, desencantando os esperançosos. Os grandes partidos e
os players eleitorais tendem a se
firmar no longo prazo. Isso a princípio favorece, inclusive, quem já exerce
mandato.
Esses fatos tendem a tornar menos frenético o
jogo eleitoral? Nem tanto. Muitos miram uma cadeira no Legislativo, mas se
contentam com um cargo de confiança com salário menos polpudo no Executivo.
Expectativas do gênero, portanto, sinalizam para a manutenção do embalo nos
próximos pleitos...
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