Depois de construir o casarão que hoje
abriga a Fundação Cultural Egberto Costa, em 1902, o intendente Agostinho Froes
da Motta determinou, em 1919, a construção do coreto na atual praça Froes da
Motta. Até hoje a construção subsiste, contracenando com as palmeiras imperiais
que vão, aos poucos, morrendo, e com os oitizeiros frondosos que abrigam
incontáveis pardais que chilreiam de maneira incessante nos inícios de manhã e
fins de tarde. Ano que vem – vale ressaltar – o coreto completa um século.
A descrição do equipamento está em
publicação do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, o IPAC: “Coreto
constituído de uma base de alvenaria de pedra da qual partem oito colunas metálicas
que apoiam a cobertura do mesmo material”. No criterioso documento consta que o
coreto original “foi prejudicado pela substituição de sua primitiva escada por
outra, de concreto armado, modificando a volumetria do monumento”.
A função original do monumento é
essencialmente ligada à cultura, conforme se pode observar no seguinte trecho: “A
história dos coretos em Feira de Santana está ligada diretamente à das
filarmônicas, principalmente a Vitória e a 25 de Março, esta mais antiga,
datada de 1868”.
Há semelhanças entre os coretos
feirenses, aponta o IPAC: “Os coretos de Feira apresentam ainda em comum a
cobertura metálica, aumentada por lambrequins, elementos decorativos originados
da Europa e introduzidos no País, juntamente com os chalés, no final do século
XIX”.
Porão Alto
É comum, segundo o IPAC, os coretos
apresentarem planta com formato octogonal e construção elevada em relação ao
solo. No monumento localizado na praça Froes da Motta, a particularidade é a
existência de uma espécie de “porão alto”, que viabiliza a sua utilização. Ali,
há tempos, funciona um bar que atrai gente que embarca para Ipirá ou para
comunidades rurais das cercanias da Feira de Santana.
A descrição do equipamento não se
encerra aí: “Sua cobertura apoia-se em uma estrutura no formato de ‘teia de
aranha’ que, por sua vez, é sustentada por suportes verticais. Todos os
elementos são metálicos, inclusive as bicas e o lambrequim que arrematam o
conjunto”. Mais: “um gradil novo em serralheria guarnece a parte superior, cujo
piso é em ladrilho hidráulico”. Essas observações datam de julho de 2002 e o
tombamento do coreto é em nível municipal.
Caso alguém pretenda examinar com mais vagar o monumento
vai haver dificuldade: é que foi colocada uma grade na parte superior, fechada
com cadeado, que impede o acesso. Noutros tempos desfrutava-se de mais
liberdade: era comum ver crianças ali, se divertindo e experimentando um
contato mais vívido com parte da História da Feira de Santana. Mas, apesar dos
percalços, o coreto caminho para o centésimo aniversário ano que vem.
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