Quarta-feira
(15) acontece mais um ato em defesa da Educação no Brasil. Dezenas de cidades
devem registrar mobilizações. Aqui na Feira de Santana o evento vai acontecer
logo pela manhã, na praça Tiradentes, aquela que fica defronte ao Instituto de
Educação Gastão Guimarães, às 8h30. Partidos políticos vinculados à esquerda,
sindicatos, entidades estudantis e movimentos sociais compartilham a
organização do evento, que acontece apenas quinze dias depois do 1º de Maio.
“A
esquerda só se une na cadeia” é uma expressão antiga, que definia bem as
fissuras programáticas que sempre contribuíram para a proliferação da infinidade
de siglas à esquerda. Em momentos excepcionais, porém, as convergências se
impõem. É o caso dos tormentosos dias que correm no Brasil, que em alguma
medida reflete o que acontece mundo afora.
Jair
Bolsonaro (PSL-RJ), sem dúvida, tem o mérito de contribuir para a rearticulação
das oposições, inclusive para essa inédita convergência de pautas. Afinal, as
universidades públicas foram alçadas à condição de inimigas preferenciais do
novo regime. Num momento em que a truculência tenta ditar as normas, pensar se
tornou algo subversivo. Pensar com método, então, bordeja a heresia, a
profanação da indigência mental que ora ocupa os principais cargos da República.
Numa
canetada ilustrada com bombons e didatismo amador, o ministro da Educação
cortou cerca de 30% das verbas de custeio das instituições federais de
educação. Só poupou, sintomaticamente, os colégios militares. Segundo ele, quem
promove “balbúrdia” – assim ele definiu parte das atividades dessas
instituições – não contará com recursos. Fustigado, recuou da alegação moral,
mas já era tarde.
No
Brasil dos governantes que estão aí no poder, a polícia – e até o cidadão
comum, classificado como “de bem” por critérios nebulosos – vão ter toda a
liberdade para apertar o gatilho. O professor na sala de aula, não: poderá ser
filmado, inquirido, denunciado e punido, quiçá castigado. Autonomia em sala de
aula virou anátema: aos estudantes, só será ministrada a medieval ideologia
oficial.
Não
dá para sujeitar-se, passivamente, a esses absurdos, que não encontram simpatia
nem entre os liberais autênticos e a direita civilizada, que não se conspurca
no lodaçal da extrema-direita de plantão. É por isso que o movimento vem
encorpando, ganhando a adesão de todos aqueles que estão sinceramente preocupados
com educação, não com ideologia.
Em um mês acontece a greve
geral, em 14 de junho. Até lá tudo indica que as insatisfações vão se avolumar
porque respostas para os crônicos problemas do País essa gente não tem. Mas,
por enquanto, é bom que sigam no poder, desgastando o fascismo caboclo e seus
atores que estacionaram na aurora dos tempos...
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