O
Fluminense de Feira está vendo a vaca ir para o brejo do Campeonato Baiano pela
segunda vez nos últimos oito anos. Tudo indica que, novamente, o heroico Touro
do Sertão vai disputar a Série B do Campeonato Baiano. Só os torcedores mais otimistas
apostam suas fichas numa reviravolta: para evitar a degola, é necessário vencer
o Vitória, no Barradão, e ainda torcer para uma altamente improvável combinação
de vários resultados.
Esta
deve ser a terceira queda da agremiação, no Baianão, em seus 80 anos de
história. A primeira vez já faz tempo: foi há 23 anos, em 1998. Naquela época,
o Touro do Sertão ainda impunha algum respeito, vinha de dois vice-campeonatos
baianos (1990 e 1991) e de um vice da Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro
(1992). Talvez por isso o rebaixamento tenha causado comoção entre os
torcedores feirenses naquele momento.
No
ano seguinte, em 1999, o Touro do Sertão tratou de garantir o retorno: numa
eletrizante disputa de pênaltis contra o Galícia – venceu por 5 a 4 –
sacramentou a volta para a elite do futebol baiano. Até conseguiu ser vice-campeão
baiano em 2002. E só saiu da elite estadual 14 anos depois, em 2013, noutro
vexatório rebaixamento.
O
segundo retorno já não foi tão simples: patinou no pelotão intermediário em
2014 e só conseguiu subir em 2015. Quem estiver dirigindo a equipe feirense à
época – sabe-se lá quem vai ser o presidente – deve se espelhar naquela
campanha. O ingresso a preço promocional (R$ 5) atraiu grande público às
partidas, que empurrou o Touro para cima dos adversários. Acompanhei toda a
campanha das arquibancadas.
É
claro que o Fluminense ainda tem chances remotas. Só tem mais um jogo e precisa
vencer o Vitória em Salvador, conforme mencionamos. Aí alcança os oito pontos:
fica, em tese, à frente do Conquista, que tem sete. O problema é que o
Conquista ainda tem dois jogos pela frente: contra o Atlético de Alagoinhas e o
próprio Vitória. Caso o time do Sudoeste só empate um dos jogos, o Touro fica
com a obrigação de golear o Vitória: o saldo do time feirense é ruim (-6) e o
do Conquista menos desesperador (-2).
Nem
o mais fanático torcedor do Bahia – maior rival do Vitória – acredita que, dos
quatro jogos que lhe restam, o rubro-negro não vencerá pelo menos um, contra o
próprio Flu de Feira, Conquista, Jacuipense ou Juazeirense. Mesmo com a fase
ruim, é exagero achar que o Vitória pode ser rebaixado.
Há,
ainda, a Jacuipense, com oito pontos, saldo zero e dois jogos complicados pela
frente, contra Bahia e Vitória. Duas derrotas diante da dupla Ba x Vi nem é tão
improvável, mas o problema é o Fluminense fazer o dever fora de casa: vencer o
Vitória no Barradão.
Há
dois anos a equipe conseguiu esse feito: já desclassificada, aplicou um 2 a 0
em Salvador e, de quebra, tirou o Vitória do quadrangular final do Baianão.
Resultados do gênero, porém, costumam ser raros. Para evitar decepções, é bom o
torcedor feirense investir moderadamente no otimismo. E se preparar para as
ainda mais sofríveis partidas da Segunda Divisão...
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