A quantidade de
estudantes, de profissionais da educação e de escolas do Ensino Fundamental está
em queda na Feira de Santana. Isto nas redes pública e
privada. A constatação decorre da comparação dos levantamentos de 2005 e 2015
do Censo Escolar, realizado pelo Ministério da Educação. As informações estão
disponíveis no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.
Em tese, o recuo se deve à drástica redução da população na faixa etária até os
14 anos, verificável nos últimos censos populacionais.
A quantidade de
matrículas no Ensino Fundamental, por exemplo, recuou de 93,9 mil em 2005 para
74,1 mil dez anos depois. Só cresceram as matrículas na rede privada: passaram
de 16,9 mil para 19,1 mil. A oscilação positiva é compreensível: a bonança
econômica do período permitiu a muitos pais matricularem os filhos em escolas
privadas, na tentativa de fugir da precariedade da rede pública.
Essa rede pública, a
propósito, registrou quedas expressivas. A mais drástica foi no sistema
estadual: o número de estudantes caiu de 41,3 mil para 25,5 mil. Provavelmente,
o declínio se deve à redução do papel do Estado neste nível de ensino. Mas na
rede municipal também houve decréscimo: passou de 35,6 mil em 2005 para 29,4
mil dez anos depois.
Caiu também o número de
escolas de Ensino Fundamental no intervalo analisado. Antes, no total, eram
426, passando para 343. Nesse item, houve queda na rede particular (de 165 para
107), na rede estadual (passou de 85 para 66) e, na rede municipal, o recuo foi
menos expressivo, passando de 176 para 170.
Desemprego
docente
Caiu o número de
professores do Ensino Fundamental entre 2005 e 2015 na Feira de Santana: eram
exatos 4.154 e tornaram-se 3.857. Aqui, também, a queda foi verificada nos
sistemas público e privado. A variação menos sensível foi na rede privada,
passando de 1.169 para 1.150. Novamente a queda maior ocorreu na rede estadual,
que declinou de 1.740 para 1.493. Por fim, os professores da prefeitura
passaram de 1.245 para 1.214.
Expandir a rede de
Ensino Fundamental deixou de fazer sentido na Feira de Santana. Afinal, a queda
nas taxas de natalidade reduziu dramaticamente a demanda por esse nível de
educação. Mas, como se sabe, a diminuição no número de estudantes não foi
acompanhada da elevação na qualidade do ensino, conforme atestam levantamentos
do próprio Ministério da Educação.
A partir de 2015 a rede
privada certamente encolheu, com muitos estudantes migrando para as escolas
públicas. A avassaladora crise econômica forçou muitas famílias à redução de
despesas, o que inclui gastos com educação privada. Este movimento, todavia, só
deve ser captado no levantamento que ocorre agora em 2017.
O levantamento também
não considera a questão crucial da qualidade da educação. Supostamente, a
redução no número de estudantes deveria se traduzir na elevação do aprendizado.
Não é o que vem se verificando, não apenas aqui, na Feira de Santana, mas
também no Brasil.
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