Houve um tempo em que governar era, essencialmente, investir em infraestrutura. Afinal, o país saíra do Império como mero exportador de produtos primários: café, banana, cacau, borracha e uns poucos produtos, além disso. Na República Velha (1889-1930) começou uma mobilização para dotar o País de rodovias, ampliar a malha ferroviária existente e modernizar os portos brasileiros. Educação não era prioridade: investiu-se pouco na construção de escolas, particularmente na Bahia. As razões eram duas: os governantes não tinham visão de futuro e a mão-de-obra, mesmo mal qualificada, dava para o gasto, para as modestas pretensões do Brasil no cenário mundial.
Quando as atividades agrícolas perderam importância relativa para a indústria, foi surgindo a necessidade de contar com trabalhadores treinados, o que exigia alguma escolaridade. Como o Nordeste permaneceu vinculado às atividades primárias, esse sopro de modernidade só chegou à região em meados dos anos 1960.
Vivia-se, então, o frenesi de investimentos em infraestrutura que o “Milagre Econômico” e os empréstimos no exterior ajudavam a sustentar. Hidrelétricas, parques industriais, estradas, largas avenidas em grandes centros urbanos foram surgindo e ajudando o “País do Futuro” a engatinhar em sua profecia. Investiu-se também em novas universidades e em escolas, embora a qualidade tenha sido negligenciada.
Esses investimentos e as mudanças demográficas (caiu drasticamente o número de filhos por mulher) na média aproximou a demanda por escolas da oferta de vagas, mesmo na Bahia. Surgiram, então, novos desafios, em relação aos quais muitos governantes ainda patinam: melhorar a qualidade do ensino, compatibilizando-o com o novo perfil da mão-de-obra e com os hábitos da vida moderna.
Informática
Nos dias atuais, o uso de computadores e outros equipamentos de informática vão se tornando corriqueiros no trabalho e em casa. A educação no Brasil, portanto, precisa avançar nessa direção, sob o risco de apenas se transferir o analfabetismo para a dimensão digital.
Avaliações de instituições internacionais e até de organismos governamentais mostram que, mesmo a caminho da universalização, o ensino fundamental permanece muito precário. É lógico que essa precariedade vai se refletir sobre a inclusão digital, dificultando-a, mesmo que as escolas e outros espaços ofereçam os equipamentos necessários.
Como não qualificou sua educação no passado, o Brasil precisa fazê-lo em paralelo à inclusão digital. E essa última se impõe com urgência, pois o preço a pagar é aumentar o abismo das desigualdades e a distância que nos separa dos países mais desenvolvidos.
Feira de Santana
Parece que essa realidade sensibilizou o atual prefeito de Feira de Santana, Tarcízio Pimenta, que anuncia a intenção de investir maciçamente na oferta de computadores nas escolas da rede municipal. Caso isso se confirme até o final do mandato, Tarcízio Pimenta estará dando uma inestimável contribuição para Feira de Santana ingressar, em definitivo, no século XXI.
Ressalte-se, porém, que não basta colocar o computador na escola: é necessário que o estudante tenha acesso de fato, estabelecendo intimidade com um equipamento indispensável à vida moderna. Governar exige um olho no presente e o outro no futuro. A tradição política brasileira sinaliza apenas para o presente, no máximo para o horizonte eleitoral, que se renova a cada dois anos. Hoje, a inclusão digital combina presente e futuro. Mesmo assim, muitos se negam a enxergá-las, permanecendo reféns da cultura do passado...
Quando as atividades agrícolas perderam importância relativa para a indústria, foi surgindo a necessidade de contar com trabalhadores treinados, o que exigia alguma escolaridade. Como o Nordeste permaneceu vinculado às atividades primárias, esse sopro de modernidade só chegou à região em meados dos anos 1960.
Vivia-se, então, o frenesi de investimentos em infraestrutura que o “Milagre Econômico” e os empréstimos no exterior ajudavam a sustentar. Hidrelétricas, parques industriais, estradas, largas avenidas em grandes centros urbanos foram surgindo e ajudando o “País do Futuro” a engatinhar em sua profecia. Investiu-se também em novas universidades e em escolas, embora a qualidade tenha sido negligenciada.
Esses investimentos e as mudanças demográficas (caiu drasticamente o número de filhos por mulher) na média aproximou a demanda por escolas da oferta de vagas, mesmo na Bahia. Surgiram, então, novos desafios, em relação aos quais muitos governantes ainda patinam: melhorar a qualidade do ensino, compatibilizando-o com o novo perfil da mão-de-obra e com os hábitos da vida moderna.
Informática
Nos dias atuais, o uso de computadores e outros equipamentos de informática vão se tornando corriqueiros no trabalho e em casa. A educação no Brasil, portanto, precisa avançar nessa direção, sob o risco de apenas se transferir o analfabetismo para a dimensão digital.
Avaliações de instituições internacionais e até de organismos governamentais mostram que, mesmo a caminho da universalização, o ensino fundamental permanece muito precário. É lógico que essa precariedade vai se refletir sobre a inclusão digital, dificultando-a, mesmo que as escolas e outros espaços ofereçam os equipamentos necessários.
Como não qualificou sua educação no passado, o Brasil precisa fazê-lo em paralelo à inclusão digital. E essa última se impõe com urgência, pois o preço a pagar é aumentar o abismo das desigualdades e a distância que nos separa dos países mais desenvolvidos.
Feira de Santana
Parece que essa realidade sensibilizou o atual prefeito de Feira de Santana, Tarcízio Pimenta, que anuncia a intenção de investir maciçamente na oferta de computadores nas escolas da rede municipal. Caso isso se confirme até o final do mandato, Tarcízio Pimenta estará dando uma inestimável contribuição para Feira de Santana ingressar, em definitivo, no século XXI.
Ressalte-se, porém, que não basta colocar o computador na escola: é necessário que o estudante tenha acesso de fato, estabelecendo intimidade com um equipamento indispensável à vida moderna. Governar exige um olho no presente e o outro no futuro. A tradição política brasileira sinaliza apenas para o presente, no máximo para o horizonte eleitoral, que se renova a cada dois anos. Hoje, a inclusão digital combina presente e futuro. Mesmo assim, muitos se negam a enxergá-las, permanecendo reféns da cultura do passado...
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