No dia 1º de Maio de 1886, trabalhadores norteamericanos saíram às ruas de Chicago para reivindicar a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias, em nome do direito ao descanso, ao convívio com a família e às oportunidades de estudo e lazer. À época, os trabalhadores cumpriam jornadas de 13 horas de trabalho e sofriam com as pressões patronais e com a perseguição da polícia. Essa situação motivou a marcha de 500 mil trabalhadores pelas ruas da cidade. Em confronto com a polícia, alguns manifestantes foram assassinados e a data tornou-se símbolo internacional da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho.
Cinco anos depois, um novo massacre ocorreu, desta vez no norte da França, com dez trabalhadores mortos. Reforçava-se, assim, o simbolismo do 1º de Maio como dia Internacional do Trabalho. Uma deliberação da Internacional Socialista, em 20 de junho de 1891, determinou que a data seria reconhecida como Dia do Trabalho em todo o mundo. E assim foi se consolidando.
Em 2009 comemoram-se 123 anos do massacre de trabalhadores em Chicago e os Estados Unidos permanecem em evidência. Desta vez, em função da crise econômica provocada no mercado financeiro, que se irradiou pelo mundo e atingiu a economia real, gerando a demissão de milhões de trabalhadores no mundo e provocando uma recessão cujos desdobramentos ainda são imprevisíveis.
Números
Estimativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que 50 milhões de trabalhadores podem perder seus postos de trabalho até o final de 2009. Isso representa um avanço do desemprego em nível mundial para o patamar de 7,1%, contra os 6% estimados para 2008 e 5,7% para 2007. Mostra, também, que a crise é muito mais grave do que inicialmente se previa, já que a própria OIT estimou o número de novos desempregados em 20 milhões em meados de 2008. A revisão sinaliza para uma crise mais profunda e duradoura, com 230 milhões de postos de trabalho a menos no planeta.
A repercussão desses números sobre a realidade é cruel: a própria OIT estima que mais 200 milhões de pessoas podem ficar abaixo da linha da pobreza, principalmente nos países em desenvolvimento. O alento é que os efeitos da crise sobre a região serão menores que nos países desenvolvidos, onde o desemprego deve crescer 1,5%, contra cerca de 1% na América Latina.
A proporção que a crise assumiu recolocou o Estado como elemento estratégico no cenário econômico, reassumindo funções que o discurso liberal da década anterior tinham atribuído ao mercado. Desfaz-se, assim, o mito da infalibilidade do mercado e de suas leis.
Há o que comemorar?
Embora transcorra em um cenário desfavorável, o 1º de Maio de 2009 deve ser aproveitado pelos trabalhadores para reflexões e para aprofundar as discussões em busca de alternativas ao desemprego, à informalidade e à exploração que se intensifica nos momentos em que o capitalismo mergulha em suas crises cíclicas.
Quando a economia mundial crescia impulsionada pelo cassino dos mercados financeiros, o debate sobre alternativas à exploração capitalista e às desigualdades dela decorrentes permaneceu esvaziado. Hoje, a crise lança a possibilidade de uma reflexão sobre o futuro dos trabalhadores e da humanidade. Afinal, à discussão sobre as atividades econômicas lança-se a necessidade de compatibilizar dimensões, como a ambiental, a social e a política. Assim, mesmo nebuloso e sombrio, o ambiente de crise pode representar a oportunidade de se estabelecer parâmetros para uma nova forma de convivência da humanidade, sob bases mais igualitárias, fraternas e responsáveis.
Cinco anos depois, um novo massacre ocorreu, desta vez no norte da França, com dez trabalhadores mortos. Reforçava-se, assim, o simbolismo do 1º de Maio como dia Internacional do Trabalho. Uma deliberação da Internacional Socialista, em 20 de junho de 1891, determinou que a data seria reconhecida como Dia do Trabalho em todo o mundo. E assim foi se consolidando.
Em 2009 comemoram-se 123 anos do massacre de trabalhadores em Chicago e os Estados Unidos permanecem em evidência. Desta vez, em função da crise econômica provocada no mercado financeiro, que se irradiou pelo mundo e atingiu a economia real, gerando a demissão de milhões de trabalhadores no mundo e provocando uma recessão cujos desdobramentos ainda são imprevisíveis.
Números
Estimativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que 50 milhões de trabalhadores podem perder seus postos de trabalho até o final de 2009. Isso representa um avanço do desemprego em nível mundial para o patamar de 7,1%, contra os 6% estimados para 2008 e 5,7% para 2007. Mostra, também, que a crise é muito mais grave do que inicialmente se previa, já que a própria OIT estimou o número de novos desempregados em 20 milhões em meados de 2008. A revisão sinaliza para uma crise mais profunda e duradoura, com 230 milhões de postos de trabalho a menos no planeta.
A repercussão desses números sobre a realidade é cruel: a própria OIT estima que mais 200 milhões de pessoas podem ficar abaixo da linha da pobreza, principalmente nos países em desenvolvimento. O alento é que os efeitos da crise sobre a região serão menores que nos países desenvolvidos, onde o desemprego deve crescer 1,5%, contra cerca de 1% na América Latina.
A proporção que a crise assumiu recolocou o Estado como elemento estratégico no cenário econômico, reassumindo funções que o discurso liberal da década anterior tinham atribuído ao mercado. Desfaz-se, assim, o mito da infalibilidade do mercado e de suas leis.
Há o que comemorar?
Embora transcorra em um cenário desfavorável, o 1º de Maio de 2009 deve ser aproveitado pelos trabalhadores para reflexões e para aprofundar as discussões em busca de alternativas ao desemprego, à informalidade e à exploração que se intensifica nos momentos em que o capitalismo mergulha em suas crises cíclicas.
Quando a economia mundial crescia impulsionada pelo cassino dos mercados financeiros, o debate sobre alternativas à exploração capitalista e às desigualdades dela decorrentes permaneceu esvaziado. Hoje, a crise lança a possibilidade de uma reflexão sobre o futuro dos trabalhadores e da humanidade. Afinal, à discussão sobre as atividades econômicas lança-se a necessidade de compatibilizar dimensões, como a ambiental, a social e a política. Assim, mesmo nebuloso e sombrio, o ambiente de crise pode representar a oportunidade de se estabelecer parâmetros para uma nova forma de convivência da humanidade, sob bases mais igualitárias, fraternas e responsáveis.
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