O primeiro coreto construído na
Feira de Santana é aquele que fica localizado na praça Bernardino Bahia, a
arena fervilhante do comércio feirense, mais conhecida como Praça do
“Lambe-Lambe”, por causa dos fotógrafos que, ainda hoje, oferecem seus serviços
por ali. A construção data de 1915, no mandato do então intendente Coronel
Bernardino Bahia, que hoje dá nome à praça. Há outros dois coretos no centro da
cidade, nas praças Padre Ovídio e Froes da Motta, todos
construídos nas primeiras décadas do século XX.
Há poucas referências às
intervenções realizadas no coreto ao longo de mais de um século de existência.
O que se sabe – de acordo com registro do Instituto do Patrimônio Artístico e
Cultura da Bahia, o IPAC – é que a escada da edificação foi alterada, sem
informações exatas sobre quando foi construída.
O único registro efetivo
refere-se à reforma que foi realizada na praça no já distante ano 2000. Nela, ocorreu
a substituição das pedras portuguesas que recobriam a Praça Bernardino Bahia
por placas de concreto que permanecem até os dias atuais. Vale ressaltar que
diversas artérias das cercanias permanecem calçadas com pedras portuguesas até
hoje.
As apresentações das
filarmônicas 25 de Março, Vitória e Euterpe Feirense motivaram a construção dos
coretos, pelo que se deduz. É que os coretos são “uma espécie de coro,
construído ao ar livre, para concertos musicais”. Naquela época, essas exibições eram muito
frequentes – e muito concorridas – o que explica o investimento realizado na
construção de coretos.
Características
Segundo o IPAC, os coretos são
“normalmente posicionados nos centros das praças, em sua maioria apresentam
planta em formato octogonal e construção elevada do solo”. Aqueles que foram
construídos em Feira de Santana apresentam características comuns: “Os coretos
de Feira apresentam ainda em comum a cobertura metálica, aumentada por
lambrequins, elementos decorativos originados da Europa”.
O relatório do IPAC descreve
mais o coreto da Bernardino Bahia: “Coreto de forma octogonal, prejudicado pela
substituição de sua primitiva escada por outra, em concreto armado, modificando
a volumetria do monumento”, cuja área construída é de 77,5 metros quadrados. O
instituto informa, também, que o tombamento do coreto é de caráter municipal.
Há mais descrição: “Sua
construção é elevada do solo, permitindo uma espécie de porão alto. Sua
estrutura apoia-se numa estrutura em forma de ‘teia-de-aranha’ que, por sua
vez, é sustentada em suportes verticais. Todos os elementos são metálicos,
incluindo as bicas e o lambrequim que arrematam o conjunto”.
No porão elevado mencionado
no relatório funcionam, desde sempre, bares e restaurantes. Não há a
possibilidade, inclusive, do visitante acessar a parte superior do coreto, que
permanece fechada, funcionando como depósito. É visível que o equipamento
precisa, com urgência, de manutenção. A situação é semelhante àquela do coreto
da Praça Froes da Mota. São dois tristes capítulos daquilo que sobrevive como
patrimônio arquitetônico da Feira de Santana.
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