A proposta de criação da Região Metropolitana de Feira de Santana (RMFS) é uma das iniciativas mais felizes dos últimos tempos no município. Conforme anunciado, o projeto apresentado pelo deputado federal Colbert Martins (quando ainda era deputado estadual, em 1994) será encaminhado à Assembléia Legislativa pelo governador Jaques Wagner no segundo semestre. O seminário realizado em meados de junho pelo deputado foi um importante impulso à iniciativa.
Chega a ser surpreendente que até hoje a iniciativa ainda não tenha se concretizado. Afinal, qualquer estudo poderá comprovar que historicamente existe uma firme articulação entre Feira de Santana e os municípios do seu entorno. Está aí para provar a mobilidade de pessoas em busca de produtos e serviços na Princesa do Sertão. Está aí a UEFS, que abriga tantos estudantes da região. Está aí o impulso que a rede comercial feirense dá aos produtos desses municípios.
A criação da RMFS vai fortalecer esses laços e aprofundar o intercâmbio comercial, a prestação de serviços, facilitar a mobilidade da mão-de-obra e promover maior desenvolvimento econômico. Esses efeitos, em parte, serão provocados pela redução de custos, particularmente para o deslocamento de pessoas.
Além da repercussão imediata, outros desdobramentos se tornarão possíveis, como a maior integração das políticas de desenvolvimento urbano e a captação de recursos para obras que terão a função de beneficiar toda a RMFS.
Transportes
O efeito mais imediato, no entanto, poderá ser verificado em relação ao setor de transportes. Afinal, imagina-se que seja constituído um sistema de transportes metropolitano, com ônibus com tarifas menores e maior frequência de horários. Isso permitirá aos cidadãos da RMFS – que deve girar em torno de um milhão de pessoas – deslocamentos programados, mais rápidos e mais baratos.
Um sistema de transportes metropolitano permite, por exemplo, que pessoas residentes em um município trabalhem ou estudem em outro; que serviços públicos sejam acessados mais facilmente; e que o intercâmbio comercial se fortaleça, particularmente num entreposto variado e amplo como Feira de Santana.
A constituição da Região Metropolitana não implicará em benefícios apenas para Feira de Santana. Oportunidades de emprego e qualificação profissional, acesso a serviços que nem sempre estão disponíveis nas cidades menores poderão estar à disposição dos moradores das demais cidades da RMFS, conforme apontado acima.
Desafios
A constituição da RMFS vai exigir, para começar a existir de fato, investimentos imediatos em infraestrutura de transportes, principalmente em Feira de Santana. Uma das exigências certamente será uma melhor organização do trânsito, para evitar que os engarrafamentos se tornem progressivamente maiores.
Outra é pensar como funcionará o transbordo para os ônibus metropolitanos. Em Salvador, pelas próprias dimensões da cidade, não foi necessária uma infraestrutura específica, mas o detalhe é que a capital conta com diversas estações em pontos diversos, o que facilitou a absorção dos fluxos adicionais. Caso concretizada através de lei ainda em 2009, Feira de Santana estará dando um passo decisivo em direção a condições mais acentuadas de desenvolvimento. O que deveria ter se materializado há muitos anos, mas que, inexplicavelmente, ficou longe da “visão estratégica” dos governantes de ontem...
Uma iniciativa excelente em prol do desenvolvimento social e ambiental de uma região, além de necessidade explicita de articulação e de ganho de status para uma realidade já notadamente engendrada.
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