A semana passada
começou com o noticiário sobre a Conferência Mundial do Clima, em Glasgow, na
Escócia. Há amplas preocupações mundo afora com os destinos da humanidade. No
ritmo em que vai, a degradação ambiental pode tornar a vida inviável no planeta
nas próximas décadas. Lá, o desgoverno brasileiro, obviamente, protagonizou
novos vexames. Afinal, por aqui, hoje, prevalece a imediatista visão miliciana
que degrada, destrói, desmancha e mata. Sobretudo mata.
Na mesma
semana, aqui na Feira de Santana, a Câmara Municipal começou a discussão sobre
o Plano Plurianual (PPA) 2022-2025, encaminhado pelo Executivo. O PPA é
instrumento de planejamento de médio prazo e, nele, devem constar todas as
ações continuadas, que são as que não se esgotam em um único exercício
orçamentário. Incluindo aí – lembrei – as ações relacionadas ao meio ambiente.
O que a
Prefeitura da Feira de Santana planeja para o meio ambiente nos próximos anos? Que
políticas públicas foram elaboradas? É uma indagação interessante. Imagino que
as respostas estão no projeto de lei enviado para o Legislativo. Bem que os
vereadores podiam aproveitar o momento e promover um debate sobre a questão
ambiental no município.
Este debate,
obviamente, não se esgotaria no circuito do Legislativo porque, afinal, lá não
há traquejados no tema. Deveriam mobilizar a sociedade – especialistas,
ambientalistas, organizações da sociedade civil – e aprofundar discussões, aprimorar
o PPA. Uns dirão que não há mais tempo e outros, escandalizados, observarão que
isso aqui não é a França ou a Alemanha, países com inclinações comunistas.
É verdade. Talvez
por isso as lagoas do município desapareceram ou estão desaparecendo; as áreas
verdes, como parques e jardins – indispensáveis em qualquer lugar civilizado –
praticamente não existem. Isso para não mencionar o saneamento, o tratamento do
lixo, as poluições sonora e visual, até o singelo plantio de árvores.
Metrópoles
mundiais, hoje, se preocupam com sustentabilidade, economia verde, resiliência,
economia circular. Tudo isso tem relação direta e imediata com a qualidade de
vida, com a preservação da vida no planeta. Enquanto isso, no Brasil, os
trogloditas farejam comunismo, enxergam conspirações. Os mais exaltados até
ameaçam lançar-se da borda plana da terra.
Começar a superar
essa mentalidade tosca, canhestra, primitiva, porém, está ao alcance até mesmo
dos municípios. Para isso, o PPA é uma oportunidade que se renova a cada quatro
anos.
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