Os preços
dos itens que compõem a cesta básica deram um salto no mês de novembro em Feira
de Santana: 1,73% de aumento em relação a outubro. Adquirir os 12 produtos para
uma família de quatro pessoas exigiu o desembolso de R$ 297,63. As informações
são do Projeto Cesta Básica, desenvolvido pelo Departamento de Ciências Sociais
Aplicadas (DCIS) da Universidade Estadual de Feira de Santana, a Uefs. Desde
junho, quando o levantamento começou a ser feito, é a primeira vez que se
registra oscilação positiva.
O preço da
carne – que se tornou o grande tema nacional nos últimos dias – subiu 7,08% em
novembro. Mas houve itens que subiram bem mais: o feijão registrou elevação de
11,21% e a prosaica farinha de mandioca, indispensável na dieta do nordestino
noutros tempos, experimentou aumento ainda mais significativo: 14,86%.
O arroz, que
completa os pratos mais tradicionais, também subiu, mas em percentual mais
modesto: 1,8%. Seis itens registraram decréscimo, destacando-se a banana-prata
(-5,70%), o tomate (-5,12%) e o leite pasteurizado (-2,36%). Quando se
considera o intervalo dos últimos três meses, a maior queda é a do tomate, com
mais de 34%.
Apesar do
aumento em novembro, o preço da cesta básica está em declínio no último
trimestre: -4,74%. Dois movimentos explicam o comportamento negativo dos
preços: a oferta maior de produtos no período e o comportamento contido da
demanda, refreada pelo pífio crescimento econômico, que atiça pouco os
consumidores.
A alta dos
preços do feijão e da farinha de mandioca explica-se pela queda na oferta
desses produtos, de acordo com o que apurou o levantamento. Já o preço da carne
mais elevado se deve à demanda da China, que intensificou a importação do
produto brasileiro, pressionando o custo para o consumidor no mercado interno.
Ano que vem
finda a política de elevação real do valor do salário-mínimo. Nem todo mundo
sabe, mas a inflação de alimentos não necessariamente se alinha à média da inflação,
que inclui mais produtos e serviços.
Caso os
preços dos alimentos sigam subindo, os pobres tenderão a ser ainda mais
penalizados. Aliás, já estão: no Brasil, em novembro, a inflação foi de 0,54%
para os mais pobres e de 0,43% para os mais ricos. Tudo por conta do peso dos alimentos.
Pobreza e exclusão social – temas que tem uma
conexão fina com preços de alimentos –, porém, estão em baixa no debate público
nos últimos anos. Não há, no repertório aí na praça, nenhuma preocupação com o
destino dos desafortunados.
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