A Feira de Santana em 1937
O ano de 1937 foi marcado por uma alta no preço médio do quilo dos animais abatidos e vendidos em Feira de Santana. A carne bovina, mais popular desde aquela época, passou dos mil e cem réis em 1935 para 1$400 dois anos depois. A carne de dois outros animais vendidos na cidade também registrou elevações: a suína (com aumento menor, de 1$400 para 1$600) e a caprina, cujo reajuste estabeleceu um recorde: pulou de novecentos mil-réis para 1$400.
Naquele ano a população começava a ter conhecimento do rebanho existente no município. Eram 60 mil bovinos, 27 mil suínos, 22 mil ovinos, 15 mil caprinos e ainda 12 mil eqüinos e 7.500 asininos e muares. Os bois lideraram o número de abates: 9.633, segundo a contabilidade oficial, seguidos dos caprinos, com 6.223. Por fim, foram abatidos 4.020 suínos.
O capital de giro dos comerciantes ia aumentando e já somava 12.169 contos de réis. 708 comerciantes cadastrados movimentavam esta soma em transações que interligavam a Princesa do Sertão com localidades remotas. As mesmas estradas precárias (e ainda escassas à época) ligavam Feira de Santana com outros municípios. A mais utilizável era a Capital-Feira, com 144 quilômetros de extensão (a BR 324, nova rodovia que hoje une as duas cidades, estende-se por 108 km).
Telefones
O telefone se popularizava: já eram 13 a mais em relação ao ano anterior. Os comerciantes, que em 1936 tinham 27 aparelhos, passaram para 34 no ano seguinte; os particulares adquiriram cinco, passando para 17; as repartições públicas, somadas, passaram de quatro para cinco e apenas a comunidade em geral não foi beneficiada, pois existia apenas um telefone público disponível nos dois anos.
Mas se a ampliação do acesso da população às telecomunicações não pode ser comemorada, dois outros fatos podem: o surgimento de um asilo para abrigar moças órfãs, com 30 vagas e a ampliação do acervo das bibliotecas, que passou dos três mil volumes para exatos 4.824. A estatística registra ainda a existência de um cine-teatro e de um jornal semanal (a Folha do Norte).
Uma outra boa notícia (se assim podemos classificar) se refere aos impostos. As Coletorias arrecadavam bem: a Estadual apurou 335 contos em 1937 e a Federal 245 contos. O Município arrecadou bem mais, 591 contos. A soma, porém, foi insuficiente para uma despesa que alcançou 621 contos, deixando déficit.
Quase toda a arrecadação provinha da agricultura ou do comércio. É que em 1940, a cidade possuía magras 40 unidades fabris. Eram estabelecimentos bastante modestos, que utilizavam modo de produção manual e como fonte energética o carvão vegetal. Estava ainda longe dos feirenses o surto de desenvolvimento provocado pelo Centro Industrial do Subaé, que só viria mais de 30 anos depois.
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