Pular para o conteúdo principal

Março começa com botijão de gás mais caro na Bahia

 

A Quarta-Feira de Cinzas começou com a notícia de que o gás de cozinha vai subir mais uma vez na Bahia. É o segundo reajuste em menos de um mês. Com o aumento, o botijão de 13 quilos vai passar dos R$ 120 em Salvador. Aqui na Feira de Santana, o produto pode ser encontrado por valores que variam entre R$ 102,90 – no dinheiro – e R$ 117,90, no cartão. É o que informa um site especializado na cotação de preços do produto.

Segundo a empresa privada proprietária da Refinaria de Mataripe, a elevação no preço dos combustíveis no mercado mundial e a variação do dólar explicam o novo reajuste. Noutras palavras: embora receba em reais, o brasileiro paga pelo gás de cozinha conforme as oscilações dos preços internacionais. Difícil arranjo mais perverso.

No fim do ano passado o desgoverno de plantão instituiu o vale-gás. O valor é irrisório: R$ 52 pagos a cinco milhões de famílias em vulnerabilidade social. Mirando a reeleição, Jair Bolsonaro, o “mito”, abraçou a iniciativa dos congressistas certamente contando com a reversão da resistência dos mais pobres ao seu nome. Só que o preço do botijão de gás segue avançando, desassombrado.

Parece evidente que a política de preços adotada pela Petrobras a partir do ruinoso governo de Michel Temer (MDB-SP), o mandatário de Tietê, é insustentável. Não são poucas as famílias brasileiras que vivem no sufoco, dispondo de pouco para sobreviver, sobretudo num contexto de crise aguda e prolongada. Pagar cada vez mais pelo botijão de gás é um castigo adicional e injusto. Mas o “mito” está pouco se lixando para as agruras do brasileiro pobre.

Pré-candidato à presidência da República, o ex-presidente Lula (PT) já antecipou que vai rever a política de preços dos combustíveis, caso se eleja. Também já se comprometeu a rever a danosa reforma trabalhista. São duas medidas com apelo, que ecoam pelas ruas. Quem quiser conferir, pode sair pesquisando, indagando à gente da Feira de Santana.

O começo da guerra na Ucrânia sinaliza para o aprofundamento de problemas crônicos que os brasileiros vem enfrentando nos últimos anos, a exemplo da inflação. Esta se soma à economia estagnada, crescendo pouco, próximo de zero. Quais os caminhos para escapar da estagflação – estagnação combinada à inflação – nos próximos anos, resgatando estabilidade de preços, crescimento e desenvolvimento econômico?

Pode até existir vários caminhos, mas nenhum deles passa pela renovação do mandato do “mito” e do seu conluio com o “centrão”. Isso só não enxerga quem não quer.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cultura e História no Mercado de Arte Popular

                                Um dos espaços mais relevantes da história da Feira de Santana é o chamado Mercado de Arte Popular , o MAP. Às vésperas de completar 100 anos – foi inaugurado formalmente em 27 de março de 1915 – o entreposto foi se tornando uma necessidade ainda no século XIX, mas só começou a sair do papel de fato em 1906, quando a Câmara Municipal aprovou o empréstimo de 100 contos de réis que deveria custear sua construção.   Atualmente, o MAP passa por mais uma reforma que, conforme previsão da prefeitura, deverá ser concluída nos próximos meses.                 Antes mesmo da proclamação da República, em 1889, já se discutia na Feira de Santana a necessidade de construção de um entreposto comercial que pudesse abrigar a afamada fei...

Patrimônio Cultural de Feira de Santana I

A Sede da Prefeitura Municipal A história do prédio da Prefeitura Municipal de Feira de Santana começou há 129 anos, em 1880. Naquela oportunidade, a Câmara Municipal adquiriu o imóvel para sediar o Executivo, que não dispunha de instalações adequadas. Hoje talvez cause estranheza a iniciativa partir do Legislativo, mas é que naqueles anos os vereadores acumulavam o papel reservado aos atuais prefeitos. Em 1906 o município crescia e o prédio de então já não atendia às necessidades do Executivo. Foi, então, adquirido um outro imóvel utilizado como anexo da prefeitura. Passaram-se 14 anos e veio a iniciativa de se construir um prédio único e que abrigasse com comodidade a administração municipal. Após a autorização da construção da nova sede em 1920, o intendente Bernardino Bahia lançou a pedra fundamental em 1921. O engenheiro Acciolly Ferreira da Silva assumiu a responsabilidade técnica. No início do século XX Feira de Santana experimentou uma robusta expansão urbana. Além do prédio da...

O futuro das feiras-livres

Os rumos das atividades comerciais são ditados pelos hábitos dos consumidores. A constatação, que é óbvia, se aplica até mesmo aos gêneros de primeira necessidade, como os alimentos. As mudanças no comportamento dos indivíduos favorecem o surgimento de novas atividades comerciais, assim como põem em xeque antigas estratégias de comercialização. A maioria dessas mudanças, porém, ocorre de forma lenta, diluindo a percepção sobre a profundidade e a extensão. Atualmente, por exemplo, vivemos a prolongada transição que tirou as feiras-livres do centro das atividades comerciais. A origem das feiras-livres como estratégia de comercialização surgiu na Idade Média, quando as cidades começavam a florescer. Algumas das maiores cidades européias modernas são frutos das feiras que se organizavam com o propósito de permitir que produtores de distintas localidades comercializassem seus produtos. As distâncias, as dificuldades de locomoção e a intermitência das safras exigiam uma solução que as feiras...