Pular para o conteúdo principal

Promessa de duplicação do Anel de Contorno é renovada

 

A semana começou marcada pela visita do ministro da Infraestrutura a Feira de Santana, Marcelo Sampaio, para vistoriar as obras de duplicação da BR 116 Norte – o trecho até a vizinha Santa Bárbara – e liberar a construção de mais cinco quilômetros da duplicação da BR 101. Ele compareceu à cidade acompanhando do deputado federal João Roma (PL), que é pré-candidato a governador da Bahia com o apoio de Jair Bolsonaro, o “mito”.

Os visitantes chegaram enaltecendo o governo do “mito” e não faltaram declarações à imprensa, ataques às gestões petistas. Talvez por falta de tempo não tenham oferecido informações mais detalhadas, sobretudo aquelas referentes ao Anel de Contorno, cuja situação é crítica há décadas. O ministro anunciou o início das obras em junho, com a construção de pontes e viadutos. E ficou nisso. Pouca informação para uma obra tão essencial à vida da cidade.

Promessas, aliás, não tem faltado em relação à duplicação da via. No primeiro ano de governo, em 2019, o “mito” anunciou a obra numa cerimônia em Vitória da Conquista. No ano seguinte nova promessa, desta vez do ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, que visitava Serrinha. Por fim, em 2021, mais uma vez Jair Bolsonaro fez referência à obra. Agora, com a aproximação das eleições, o anúncio se renova.

Sobrepondo-se à duplicação do Anel de Contorno há uma nova promessa, esta bem delirante: um rodoanel, com 106 quilômetros de extensão, R$ 1,6 bilhão de investimento – estimam parceria com o setor privado para a construção – e até o uso navegável do rio Jacuípe. A apresentação aconteceu em março, em Brasília, no Ministério da Infraestrutura. O noticiário não trouxe informações sobre o início das obras, prazos, nem previsão de conclusão. Noutras palavras, não há nada de concreto.

Em ano eleitoral é comum promessas serem requentadas e, em alguns casos, mobilizam-se tratores, move-se terra para impressionar a população, agadanhar eleitores, passando a impressão de que agora vai. Depois as obras se arrastam, intermináveis. Será que a prometida duplicação do Anel de Contorno – já há um trecho duplicado, no trecho Sul – vai cumprir o mesmo script? Os próximos meses trarão as respostas.

Para além das pomposas promessas de ano eleitoral, é necessário solucionar o problema. Congestionado, mal-conservado e perigoso para quem por ele trafega, o Anel de Contorno aguarda há décadas intervenção. Não há nada de novo em promessas reiteradas, nem em projetos megalômanos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cultura e História no Mercado de Arte Popular

                                Um dos espaços mais relevantes da história da Feira de Santana é o chamado Mercado de Arte Popular , o MAP. Às vésperas de completar 100 anos – foi inaugurado formalmente em 27 de março de 1915 – o entreposto foi se tornando uma necessidade ainda no século XIX, mas só começou a sair do papel de fato em 1906, quando a Câmara Municipal aprovou o empréstimo de 100 contos de réis que deveria custear sua construção.   Atualmente, o MAP passa por mais uma reforma que, conforme previsão da prefeitura, deverá ser concluída nos próximos meses.                 Antes mesmo da proclamação da República, em 1889, já se discutia na Feira de Santana a necessidade de construção de um entreposto comercial que pudesse abrigar a afamada fei...

Patrimônio Cultural de Feira de Santana I

A Sede da Prefeitura Municipal A história do prédio da Prefeitura Municipal de Feira de Santana começou há 129 anos, em 1880. Naquela oportunidade, a Câmara Municipal adquiriu o imóvel para sediar o Executivo, que não dispunha de instalações adequadas. Hoje talvez cause estranheza a iniciativa partir do Legislativo, mas é que naqueles anos os vereadores acumulavam o papel reservado aos atuais prefeitos. Em 1906 o município crescia e o prédio de então já não atendia às necessidades do Executivo. Foi, então, adquirido um outro imóvel utilizado como anexo da prefeitura. Passaram-se 14 anos e veio a iniciativa de se construir um prédio único e que abrigasse com comodidade a administração municipal. Após a autorização da construção da nova sede em 1920, o intendente Bernardino Bahia lançou a pedra fundamental em 1921. O engenheiro Acciolly Ferreira da Silva assumiu a responsabilidade técnica. No início do século XX Feira de Santana experimentou uma robusta expansão urbana. Além do prédio da...

O futuro das feiras-livres

Os rumos das atividades comerciais são ditados pelos hábitos dos consumidores. A constatação, que é óbvia, se aplica até mesmo aos gêneros de primeira necessidade, como os alimentos. As mudanças no comportamento dos indivíduos favorecem o surgimento de novas atividades comerciais, assim como põem em xeque antigas estratégias de comercialização. A maioria dessas mudanças, porém, ocorre de forma lenta, diluindo a percepção sobre a profundidade e a extensão. Atualmente, por exemplo, vivemos a prolongada transição que tirou as feiras-livres do centro das atividades comerciais. A origem das feiras-livres como estratégia de comercialização surgiu na Idade Média, quando as cidades começavam a florescer. Algumas das maiores cidades européias modernas são frutos das feiras que se organizavam com o propósito de permitir que produtores de distintas localidades comercializassem seus produtos. As distâncias, as dificuldades de locomoção e a intermitência das safras exigiam uma solução que as feiras...