Pular para o conteúdo principal

Absolvição de Lula mudará cenário político baiano?

 

O Supremo Tribunal Federal, o STF, confirmou hoje (15) a anulação dos processos contra o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). Com isso, caso queira, Lula pode se candidatar em 2022, já que não ostenta mais a condição de ficha-suja. A decisão não muda só o cenário das eleições presidenciais – Jair Bolsonaro, o “mito”, tem agora um adversário que visivelmente o amedronta –, mas repercute também nos estados. Aqui na Bahia não é diferente.

Até esta decisão o consórcio que sustenta o PT no governo da Bahia exibia trincas e alguns apostavam na sua dissolução. Otto Alencar (PSD) assumira uma pré-candidatura ao governo do estado; o PP do vice-governador João Leão caminhava para firmar uma aliança com ACM Neto (DEM), ex-prefeito de Salvador e pré-candidato ao governo baiano, segundo especulações; e o PT parecia isolado, apostando na candidatura do senador e ex-governador Jaques Wagner.

A candidatura de Lula – muitos apostam – vai induzir à manutenção do arranjo: Otto Alencar recuará, mantendo a postulação ao senado; Jaques Wagner, apesar do visível desgaste dos 16 anos de PT, firma-se como candidato único da situação; e o PP? Acomoda-se, mantendo sua vaga na composição em tese favorita. É no que apostam os petistas mais otimistas. Tudo por conta da ampla popularidade de Lula na Bahia.

O mais prejudicado seria o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto – líder disparado em uma pesquisa recente –, que veria sua candidatura ficar menos atrativa para os dissidentes do petismo, que fortaleceriam suas pretensões. Mesmo assim, sua administração bem avaliada em Salvador, seu discurso de novidade no cenário político estadual e o desgaste natural do petismo sustentam sua condição de candidato competitivo.

Afora essas duas candidaturas, há especulações sobre uma hipotética candidatura aliada a Jair Bolsonaro. Falam no ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), mas cogitam-se nomes bizarros também. Tudo indica que o candidato do “mito” não vai chegar nem perto de dissolver a polarização entre ACM Neto e Jaques Wagner.

Ambos são políticos talentosos e administradores experientes. Tudo indica que os eleitores baianos não farão uma opção desastrada por uma aventura chancelada pelo “mito” Jair Bolsonaro. Para o bem da Bahia.

E na Feira de Santana? Como vai ser a repercussão no cenário político?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cultura e História no Mercado de Arte Popular

                                Um dos espaços mais relevantes da história da Feira de Santana é o chamado Mercado de Arte Popular , o MAP. Às vésperas de completar 100 anos – foi inaugurado formalmente em 27 de março de 1915 – o entreposto foi se tornando uma necessidade ainda no século XIX, mas só começou a sair do papel de fato em 1906, quando a Câmara Municipal aprovou o empréstimo de 100 contos de réis que deveria custear sua construção.   Atualmente, o MAP passa por mais uma reforma que, conforme previsão da prefeitura, deverá ser concluída nos próximos meses.                 Antes mesmo da proclamação da República, em 1889, já se discutia na Feira de Santana a necessidade de construção de um entreposto comercial que pudesse abrigar a afamada fei...

Patrimônio Cultural de Feira de Santana I

A Sede da Prefeitura Municipal A história do prédio da Prefeitura Municipal de Feira de Santana começou há 129 anos, em 1880. Naquela oportunidade, a Câmara Municipal adquiriu o imóvel para sediar o Executivo, que não dispunha de instalações adequadas. Hoje talvez cause estranheza a iniciativa partir do Legislativo, mas é que naqueles anos os vereadores acumulavam o papel reservado aos atuais prefeitos. Em 1906 o município crescia e o prédio de então já não atendia às necessidades do Executivo. Foi, então, adquirido um outro imóvel utilizado como anexo da prefeitura. Passaram-se 14 anos e veio a iniciativa de se construir um prédio único e que abrigasse com comodidade a administração municipal. Após a autorização da construção da nova sede em 1920, o intendente Bernardino Bahia lançou a pedra fundamental em 1921. O engenheiro Acciolly Ferreira da Silva assumiu a responsabilidade técnica. No início do século XX Feira de Santana experimentou uma robusta expansão urbana. Além do prédio da...

O futuro das feiras-livres

Os rumos das atividades comerciais são ditados pelos hábitos dos consumidores. A constatação, que é óbvia, se aplica até mesmo aos gêneros de primeira necessidade, como os alimentos. As mudanças no comportamento dos indivíduos favorecem o surgimento de novas atividades comerciais, assim como põem em xeque antigas estratégias de comercialização. A maioria dessas mudanças, porém, ocorre de forma lenta, diluindo a percepção sobre a profundidade e a extensão. Atualmente, por exemplo, vivemos a prolongada transição que tirou as feiras-livres do centro das atividades comerciais. A origem das feiras-livres como estratégia de comercialização surgiu na Idade Média, quando as cidades começavam a florescer. Algumas das maiores cidades européias modernas são frutos das feiras que se organizavam com o propósito de permitir que produtores de distintas localidades comercializassem seus produtos. As distâncias, as dificuldades de locomoção e a intermitência das safras exigiam uma solução que as feiras...