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O ciclo de investimentos em infraestrutura viária



               
Apesar das crescentes dificuldades enfrentadas em relação à mobilidade urbana, fruto da significativa elevação da frota ao longo dos últimos anos, a Feira de Santana tem alguns motivos para comemorar. Afinal, intervenções importantes em infraestrutura viária já foram inauguradas ou estão em curso, ajudando a atenuar os crônicos problemas  que, cada vez mais, fazem com que o feirense perca preciosos minutos, todos os dias, no trânsito infernal da cidade.
                Um passo importante foi a inauguração da avenida Nóide Cerqueira, cujos oito quilômetros conectam a BR 324 diretamente à avenida Getúlio Vargas. A via ajuda sobretudo quem pretende entrar na cidade ou seguir pela avenida Contorno até a BR 116 Norte, por exemplo. O problema é que, naquele trecho da Contorno, os engarrafamentos prosseguem.
                Outra intervenção fundamental é a duplicação do trecho Sul do Anel de Contorno, que ainda está em andamento. Essa obra favorece sobretudo quem reside naquela região e facilita a vida dos milhares de caminhoneiros que passam pela cidade todos os dias, com destino ao Sul/Sudeste e ao Centro-Oeste do País.
                Por fim, a duplicação da BR 116 Sul, entre a Feira de Santana e o Rio Paraguaçu, representa outra intervenção indispensável para a economia local e, principalmente, para a segurança dos viajantes. Durante décadas, os 35 quilômetros do trecho traiçoeiro entre Feira de Santana e Santo Estêvão ceifaram incontáveis vidas.
                Necessidades
                Mas, apesar de todos os investimentos realizados, a situação da mobilidade urbana na Feira de Santana permanece crítica. No trecho norte do Anel de Contorno os engarrafamentos continuam tormentosos para os motoristas. É possível ver longas filas, sobretudo no início da manhã e nos finais de tarde, quando o trânsito urbano mistura-se às centenas de carretas e ônibus que cortam o município.
                Para que, efetivamente, o trânsito na Feira de Santana seja melhor organizado, é fundamental afastar do perímetro urbano os veículos – sobretudo caminhões e carretas – que estão apenas de passagem pelo município. Perde-se tempo, elevam-se os custos de transportes, aumentam os riscos de acidentes e, sobretudo, produz-se o caos no trânsito feirense.
                A única solução plausível – que inclusive é sugerida há mais de uma década – é a construção de vias expressas, distantes do perímetro urbano. Em 2012, a propósito, o deputado Zé Neto, então candidato a prefeito, comprometeu-se com a construção da chamada Perimetral Norte, que converge com a ideia de afastar o trânsito de veículos pesados da cidade. Mas, como não venceu a eleição, a ideia não prosperou.
Desafios
A viabilização dessas obras, porém, depende de uma série de estudos que ainda estão por ser realizados. São esses estudos que vão permitir a efetivação de um planejamento urbano com qualidade, sobretudo porque Feira de Santana, formalmente, constitui parte de uma Região Metropolitana, cujos municípios devem ser pensados de forma integrada.
Esforços políticos para viabilizar novas intervenções também são fundamentais. É através dessas articulações que os recursos para as obras são assegurados, conforme se viu ultimamente. Sem esse empenho permanente surgem outras prioridades, resultantes das demandas de outras regiões, que acabam contempladas. Com isso, quem não se esforça fica para trás.
2015 promete ser um ano difícil para a economia. Ainda assim, é necessário seguir construindo alternativas viárias para a Feira de Santana. Afinal, os enormes problemas enfrentados hoje resultam da paralisia que, durante décadas, manteve o município afastado do circuito dos grandes investimentos em infraestrutura viária.
  

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